quinta-feira, 29 de abril de 2021

Fala de Hitler em “A Queda” é semelhante a de Bolsonaro de que “o povo merece sofrer”

 

Do DCM:

O governo de Jair Bolsonaro é mundialmente conhecido por suas aproximações ao nazismo, seja na estética, seja no discurso. Agora com a pandemia, a prática vem se aproximando ainda mais. Não à toa lhe coube o epíteto de “genocida” e está para ser julgado pelo Tribunal Penal Internacional, em Haia.

Hitler e Bolsonaro cortam o cabelo

 

Mas muito antes o próprio presidente já tinha laços com o regime que dizimou, de forma bárbara, milhões de pessoas, além de admiração pelo Führer. Como deputado medíocre, agindo sempre de forma grotesca e defendendo estupidezes, fazia questão de demonstrar seu deleite com o fascismo. Quem não se recorda, basta assistir a este vídeo em que exaltava as qualidades de Hitler, que tinha orgulho de seus antepassados terem lutado em tropas nazistas e que não teria dúvidas em estar junto. Afinal, “tem que entender aquela época”.

No dia de ontem (19), proferiu mais uma de suas sandices: “Pelo amor de Deus, um povo que, porventura, vote num cara desses é um povo que merece sofrer”. O proto-ditador e neofascista se referia à escolha livre e democrática do povo brasileiro em escolher o Lula novamente à presidência da República.

Como todo tirano se caracteriza pela covardia, pusilanimidade, mediocridade e crueldade, Bolsonaro mais uma vez se colou em sua referência, Adolf Hitler, que não tinha dúvidas que o escolhido povo alemão deveria perecer caso não fosse capaz de subjugar outros povos.

O filme A Queda, que retrata os últimos dias de Hitler e a Batalha de Berlim, foi feito a partir dos relatos escritos por sua secretária particular Traudl Junge, na obra Bis Zur Letzten Stunde, e no livro Der Untergang: Hitler und das Ende des Dritten Reiches, do historiador Joachim Fest.

Em uma das cenas, o Führer explica por que o povo alemão deve perecer, já que não venceu a guerra. Não é um povo à altura da tarefa que deveria cumprir. A ideologia nazista, embebida no existencialismo e niilismo de origem nietzscheneana, considerava que apenas os fortes deveriam imperar e os fracos serem exterminados. Toda glória ao Übermensch!

Assim como o nanico Hitler, o apedeuta Bolsonaro, o mais medíocre dos homens, aquele que não enxerga a si mesmo, é incapaz de ter o mínimo de humanidade para com o povo que governa – os 380 mil mortos e a entrega do país estão aí para comprovar – assim como não tem a coragem, que tanto exige dos outros, de encarar Lula, o qual, pelo visto, é seu grande terror.

Bolsonaro é daqueles homúnculos que preferem morrer a encarar os desafios da vida, olhar o diferente. E, no caso, nem vale a pena fazer alguma referência à democracia.

Para pusilânimes como ele, cabe o suicídio de uma nação inteira, a “solução final”. Este é o olhar típico do pequeno burguês, lacaio da classe dominante, que não consegue encarar o jogo político democrático. Incapaz de aceitar que há diferentes e que a sociedade deve buscar as escolhas coletivas para se construir como nação.

São incontáveis as bestialidades proferidas por Bolsonaro que lembram Hitler. O povo o escolheu, seja lá por quais motivos e em quais condições. Mas isso não lhe dá o direito de exterminar esse mesmo povo. Tampouco o povo pode esperar alguma clemência ou ato decente desse governante. Deve se organizar e tirá-lo do poder antes que uma catástrofe maior se realize.

No trecho abaixo do filme A Queda, Hitler, interpretado magistralmente por Bruno Ganz, explana toda sua indigência intelectual e humana: “Se a guerra está perdida é relevante se o povo também perece. Não é necessário levar em consideração as necessidades primitivas do povo alemão. Muito pelo contrário, é bem melhor que nós mesmo destruamos essas coisas. O povo tem dado muitas provas de ser fraco demais, e faz parte da lei da natureza que seja exterminado.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário