Em entrevista, ministro do STF diz que a operação afetou todas as instâncias, da primeira ao STF, e que decisão sobre Lula ‘não foi uma absolvição’
Jornal GGN – A operação Lava Jato gerou um “colapso” no Poder Judiciário, da primeira instância ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), segundo o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Havia um pouco de ambiente de mídia opressiva. Uma ânsia de decidir rapidamente. E decidir de acordo com aquilo que a Lava Jato tinha estabelecido. Se nós formos olhar, havia uma certa opressão dos tribunais que eram suscetíveis de serem oprimidos. O STJ, nesse período, também foi submetido a uma pressão político-judicial. Uma perseguição judicial”, diz o ministro, em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo.
“Por conta daqueles episódios ligados à nomeação do Marcelo Navarro (alvo de acusação feita na delação premiada do ex-senador Delcídio do Amaral). Disso resultou-se em um processo, inquérito, contra o presidente do STJ, ministro Falcão e contra o Marcelo Navarro. O tribunal, ele próprio, perdeu a ossatura. Ele não cumpriu, adequadamente, o seu papel”, diz Mendes.
Mendes também diz que as condenações contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram anuladas por questões meramente processuais. “O que o tribunal está mandando é para o juiz competente processar e julgar as denúncias. É isso. Não foi uma absolvição. Claro que cancela as condenações, mas manda que o juiz competente prossiga no seu julgamento”.
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