No artigo “O general do STM perdido no tempo”, assinado em conjunto com Álvaro Gribel, Miriam começa comentando o vídeo em que o general, “fardado, em português claudicante, com visão persecutória, acusou a notícia dada por esta coluna de ‘tendenciosa’” – em referência é aos áudios divulgados por ela no domingo, mostrando que a Justiça militar tinha plena consciência das torturas e violações aos direitos humanos cometidas durante a Ditadura Militar (1964-1985).

Victor Farinellivfarinelli@gmail.com, publicado em 21 de abril de 2022 pelo Jornal GGN:
As recentes declarações do general Luís Carlos Gomes de Mattos, atual presidente do STM (Superior Tribunal Militar) foi tema da mais recente coluna publicada pela jornalista Miriam Leitão, na quinta-feira, 21/4, em seu espaço no jornal O Globo.
No artigo “O general do STM perdido no tempo”, assinado em conjunto com Álvaro Gribel, Miriam começa comentando o vídeo em que o general, “fardado, em português claudicante, com visão persecutória, acusou a notícia dada por esta coluna de ‘tendenciosa’” – em referência é aos áudios divulgados por ela no domingo, mostrando que a Justiça militar tinha plena consciência das torturas e violações aos direitos humanos cometidas durante a Ditadura Militar (1964-1985).
Em seguida, acrescentou à sua análise a reação do vice-presidente Hamilton Mourão, que ironizou os áudios e perguntou, em tom de deboche: “faz parte da história do país. Apurar o quê? Os caras já morreram tudo, pô. Vai trazer os caras de volta do túmulo?”.
Diante dessas reações, a jornalista disse que “o que me impressiona em algumas reações aos áudios, como a do presidente do STM, e a do vice-presidente da República, é a falta de visão estratégica sobre a imagem das instituições. Falta inteligência institucional. Ao reagir como reagiu, Gomes de Mattos vinculou o tribunal de hoje àquele antigo que fez o papel de tribunal de exceção. Quando diz que a notícia é um ataque ao Exército, Marinha e Aeronáutica, o ministro liga as Forças Armadas de hoje ao que houve de pior na ditadura militar”.
“Esse tipo de manifestação faz um enorme estrago à imagem das Forças Armadas e do tribunal. Não é a notícia do que houve nos anos 1970 que prejudica as Forças Armadas de agora. É esse tipo de reação que as mostra paradas no tempo”, comentou Miriam, e agregou um questionamento: “aonde estão as vozes da sensatez dentro das Forças Armadas? Se ninguém se levanta contra esses absurdos, a única conclusão possível é que de fato são todos coniventes com a tortura. Desta forma, os militares de hoje viraram guardiões dos criminosos. Seria mais inteligente à corporação fazer um corte com esse passado e lembrar que são outros os valores hoje praticados”.
Para concluir, Miriam e Gribel dizem que “a única coisa certa que os militares têm a fazer é romper com esse passado tenebroso, admitir que houve tortura, e garantir que isso não representa mais os valores do presente. Só quem conspira contra Forças Armadas hoje são as próprias Forças Armadas”.
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