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terça-feira, 10 de setembro de 2019

A sociedade começa a reagir contra o autoritarismo obscurantista, por Aldo Fornazieri



Aos poucos surgem sinais significativos de que grupos sociais começam a reagir contra o autoritarismo, contra a fúria destrutiva, aos desmandos de Bolsonaro e de outras figuras públicas identificadas com a extrema-direita. Essas reações também vão ocupando espaços públicos e se transformando em mobilizações e manifestações. Sem líderes e organizações dirigentes, até mesmo grandes mobilizações e revoluções terminam em retrocessos.



A sociedade começa a reagir contra o autoritarismo

por Aldo Fornazieri

Aos poucos surgem sinais significativos de que grupos sociais começam a reagir contra o autoritarismo, contra a fúria destrutiva, aos desmandos de Bolsonaro e de outras figuras públicas identificadas com a extrema-direita. Essas reações também vão ocupando espaços públicos e se transformando em mobilizações e manifestações. De modo geral, essas reações da sociedade têm um caráter espontâneo, no sentido de que não são dirigidas e nem lideradas por partidos políticos.
Com efeito, os partidos políticos de esquerda estão desarticulados, desorientados e sem estratégias. Em 2013 perderam a direção dos movimentos de massa e, de lá para cá, permanecem numa defensiva política e estratégica e, mesmo num momento favorável como agora, não conseguem sair do defensivismo.
Os protestos de 2013 se iniciaram sob a liderança de um movimento autonomista – o Movimento Passe Livre. Os partidos foram barrados nas manifestações e logo a extrema-direita tomou a liderança das mesmas, processo que teve seu desfecho no golpe do impeachment e continuidade com os desmontes promovidos pelo governo Temer, pelos continuados desmandos da Lava Jato e pela eleição de Bonsonaro e sua caminhada de ataques continuados às instituições democráticas e aos direitos do povo. A extrema-direita liderou aquelas mobilizações com organizações políticas de novo tipo, a exemplo do MBL, o Vem Prá Rua, Muda Brasil e alguns grupos bolsonaristas.
Os partidos de esquerda não conseguiram articular movimentos de massa significativos nem contra o impeachment e às várias fases do golpe, nem contra as reformas trabalhista e da previdência, nem em favor de Lula Livre e nem contra as destruições e retrocessos promovidos por Bolsonaro. Não que não tenham ocorrido manifestações. Mas foram manifestações sem envergadura e sem a contundência suficientes para impor uma mudança na correlação de forças. Não foram suficientemente fortes para barrar retrocessos e conquistar vitórias. O período mais tíbio dos partidos de esquerda é esse vivido agora, sob o governo Bolsonaro. Isto porque o governo vem perdendo força e credibilidade, existindo uma opinião pública suscetível a voltar-se contra ele. Mesmo assim as oposições de esquerda não conseguem propor uma plataforma e definir formas de organização capazes de conferir direção política à disponibilidade de massas descontentes.
Os sinais de reação social vêm de várias frentes e de várias formas. Merecem destaque as lutas pela educação, os protestos e mobilizações em defesa da Amazônia e do meio ambiente, o panelaço contra Bolsonaro, os protestos contra o governador Witzel que vem sendo chamado de fascista e assassino em vários eventos, as manifestações na Bienal do Livro no Rio de Janeiro contra a censura, as diversas iniciativas de artistas, intelectuais e juristas em defesa de várias causas democráticas e do Lula Livre e assim por diante. A juventude vem ocupando um papel crescente nessas manifestações e mobilizações e este é um sinal muito positivo.
Essas mobilizações expressam indignação e contestação ao estado de coisas instaurado pelo golpe e pelo governo Bolsonaro. Na medida em que vão ganhando corpo e intensidade poderão superar este momento negativo e de pessimismo social para se transmutarem em entusiasmo e vigor pelas lutas. São manifestações e mobilizações espontâneas que expressam uma consciência latente acerca da necessidade de enfrentar politicamente o autoritarismo, em defesa da democracia, dos direitos, do emprego e do meio ambiente.
Mas as histórias passadas e recentes mostraram à exaustão que, se as lutas espontâneas revelam uma consciência nascente, uma energia, uma potência, possibilidades, disponibilidades e ocasiões propícias, tudo isso pode se esvair em nada ou ser empalmado até mesmo por grupos conservadores se não existir liderança e direção política consistentes, capazes de conferir sentido e rumo a essas lutas. Basta citar os exemplos dos movimentos Occupy Wall Street, os Indignados de Madri e até o MPL. As mobilizações pereceram sem conquistas significativas e nos processos supervenientes se instauraram governos de direita nos três casos.
É preciso ter clareza de que as novas formas de relações políticas definidas pelas redes sociais, pelas exigências de maior horizontalidade, de organizações mais abertas e democráticas, de comunicação ágil e de mensagens legítimas e convincentes e de ativismo participativos dos militantes, tudo isso não contradiz a necessidade de organização e direção políticas. Sem líderes e organizações dirigentes, até mesmo grandes mobilizações e revoluções terminam em retrocessos.
Assim, se o ressurgimento de mobilizações espontâneas representa um momento positivo, uma retomada da esperança, é preciso ter consciência de que se isto tudo não caminhar para força organizada com estratégias definidas, tudo pode se esvair em novas derrotas. Os três principais partidos de esquerda – PT, PCdoB e PSol – suscitam muitas dúvidas de que sejam capazes de sair do seu burocratismo e de sua apatia para conseguir imprimir uma efetiva direção política e programática a essa energia social que carrega a potência de explodir nas ruas.
Em muitos momentos históricos de mudanças, quando as velhas formas partidárias não se mostram capazes de se renovar e de abarcar as novas energias sociais, ocorreu que emergiram novas lideranças e novas formas de organização política e social que carregavam a energia, a potência e as virtudes da luta, do combate e da coragem. Pode ser que este seja o novo momento por que passam as lutas políticas e sociais do Brasil que carregam o sentido da mudança, da igualdade, da justiça e da liberdade. Esta possibilidade, evidentemente, demandaria mais tempo para amadurecer.
Dada a caducidade das velhas formas de liderança e de representação partidárias, as massas, na sua espontaneidade, principalmente a juventude, fariam  brotar e florescer novos líderes e novas organizações. O surgimento do PT combativo do passado foi por via desse processo de esgotamento das velhas representações e de surgimento do novo. Já o PCdoB e o PSol surgiram por processos diferentes: nasceram como partidos de quadros que, de certa forma, permanecem enquistados em si mesmos, sem conseguirem desabrochar como  partidos de massa de forma ampla.
De qualquer forma, os partidos e organizações de esquerda estão desafiados a dar respostas convincentes e consistentes aos desafios postos nesta difícil conjuntura, cheia de riscos de aprofundamento dos retrocessos, mas também portadora de ocasiões propícias para que se inicie um novo processo de lutas e de vitórias por direitos e por democracia. O futuro próximo dirá se os atuais líderes partidários corresponderão ao chamado momento carregado de nuvens sombrias, se serão capazes de superar este período de obscurantismo e de retrocessos, ou se os  seus nomes constarão apenas de forma protocolar nas páginas da história como pessoas que careceram de virtudes e de coragem para enfrentar os brutos que embruteceram estes tempos.
Os partidos de esquerda precisam decidir se querem ser a cauda ou a cabeça na luta contra o bolsonarismo e os seus retrocessos; precisam decidir se preferem permanecer no conforto dos gabinetes, dos cargos públicos e da burocracia ou se se despojam das vaidades e dos pequenos poderes para estar junto do povo e lidera-lo. Não basta dizer que fazem parte deste ou daquele movimento ou frente, que participam deste ou daquele ato. É preciso sair do formalismo e da participação protocolar e das reuniões que circulam em torno de si mesmas. É preciso sair das frentes vazias para colocar-se na frente do povo sofredor, do povo que quer lutar, que quer soluções para as suas carências e para seus dramas.
Aldo Fornaziri – Professor da Escola de Sociologia e Política (FESPSP).

segunda-feira, 4 de maio de 2015

A Anistia Internacional critica violência da PM, à mando de Beto Richa, do PSDB, contra professores no Paraná - Artigo do El País





Anistia critica violência da polícia contra professores no Paraná

Entidade cobra responsabilidade do Estado por repressão, e cita suposta prisão de policiais



Manifestante é carregado por colegas durante protesto. / LEONARDO SALOMAO (AFP)

A Anistia Internacional, entidade que é referência mundial em questão de Direitos Humanos, criticou a ação da Polícia Militar do Paraná durante protesto de professores realizado ontem em frente à Assembleia, em Curitiba. “O governador do Estado, Beto Richa, e o comando da PM precisam assumir total responsabilidade pela repressão violenta à manifestação de professores”, afirmou a organização em nota. “Isso é um agressão à liberdade de expressão e ao direito à manifestação pacífica”, disse Atila Roque, diretor executivo da Anistia no Brasil.
A entidade criticou também a reação das autoridades após a ação da polícia. O governador Beto Richa acusou black blocs e o PT de estarem por trás da manifestação, e um porta-voz da PM disse à BBC que “desproporcional seria usar armas letais”, numa referência ao fato da tropa ter usado balas de borracha e bombas de gás. “A polícia não age por conta própria, e as falas das autoridades mostram que para o Governo a ação policial foi adequada”, diz a nota.
No texto divulgado a Anistia cita os 17 PMs que supostamente foram presos por terem se recusado a disparar contra manifestantes. O EL PAÍS ouviu de policiais que não quiseram se identificar que mais de 50 colegas estão presos e já passam por processo de exoneração por terem desobedecido as ordens do comandante da operação. A assessoria de imprensa da corporação nega. O sub comandante geral da PM, Cel. Nerino Mariano de Brito reiterou ao El País que as informações são falsas. "Até o presente momento não existem prisões. Se essas informações fossem verdadeiras seria fácil desmentir pelo 'princípio legal da publicidade', processos de prisão e exoneração precisam gozar de transparência e legalidade", afirmou pelo telefone.
A Secretaria de Segurança Pública (SESP), que nesta quarta-feira enviou nota oficial contabilizando apenas quatro manifestantes feridos e depois alterou o número para 44, explicou que só levou em conta feridos encaminhados para hospitais, e por isso os números do serviço de saúde municipal divulgou balanço tão diferente - 217. Além dos manifestantes, a SESP contou 21 policiais atendidos.
O ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, disse à revista Época que “a violência, praticada por qualquer parte, prejudica a todos, estudantes, professores, pais e sociedade”. Ele se colocou à disposição para intermediar o impasse entre Governo e professores.
O cenário de guerra na praça Cívica começou perto das 15 horas, quando manifestantes, aos gritos de “sem violência” e “ei, polícia, prende o Beto Richa” começaram a forçar grades que faziam o isolamento da Assembleia, enquanto os deputados estaduais começaram a sessão para votar o projeto de lei que altera a Paraná Previdência, e que, segundo os professores, acarretaria perda de benefícios. Agressões com cassetete e jatos de spray de pimenta foram registradas. Alguns dos atingidos revidaram contra a polícia, atirando copos de água vazios. A resposta veio com uso de bombas e balas de borracha, que continuaram a ser lançados de forma ininterrupta durante mais de uma hora. Uma creche localizada na região foi atingida, e funcionários e crianças presentes precisaram ser retirados às pressas.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Grupos econômicos e a grande mídia a estes ligada tentam intimidar governo para desacelerar investigações da Lava-Jato

Segue importante texto de Eduardo Guimarães, extraído do Blog da Cidadania:





A direita midiática vem desferindo seguidas bofetadas no rosto de cada um dos 200 milhões de brasileiros de todas as classes sociais e regiões do país que têm consciência de um fato inegável: os governos do PT instauraram uma política republicana de combate total à corrupção que não poupa nem o partido do governo e seus aliados.

Só sendo muito canalha para manter esse discurso revoltante que tenta convencer os brasileiros de que, até 2012, nenhum político foi condenado à prisão pelo STF porque todos sempre foram santos, ou de que não havia corrupção na Petrobrás ou em qualquer outra parte antes de o PT chegar ao poder.

Como é possível que uma empresa como a Petrobrás valha quase dez vezes mais hoje do que valia antes de o PT chegar ao poder a despeito de esse partido ter corrompido a até então virginal empresa de economia mista? Se isso fosse verdade, a receita para uma empresa crescer seria estimular a corrupção em seu quadro de funcionários.

Os fatos diferem muito do que diz uma grande mídia e uma oposição que, até 2002, governavam o país a quatro mãos acobertando a roubalheira, aparelhando o Ministério Público, a Polícia Federal, o Tribunal de Contas da União e todos os demais órgãos de controle, de modo que nenhuma investigação prosperava.

A alternativa a essa premissa seria acreditar, por exemplo, que, antes de o PT chegar ao poder, o STF nunca havia condenado nenhum político minimamente importante, sobretudo os que integraram governos, porque todos os políticos sempre andaram na linha.

Este Blog desafia qualquer um a mostrar qualquer período na história da República em que tenha ocorrido o impensável, ou seja, donos de empreiteiras sendo presos por corrupção.

Quem concorda que isso nunca aconteceu no Brasil e, assim mesmo, papagaia a mídia, Aécio Neves e Fernando Henrique Cardoso quando se referem às investigações na Petrobrás afirmando que não havia corrupção na empresa antes de o PT chegar ao poder, acha que o Brasil é povoado por 200 milhões de idiotas.

O polêmico ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, deu uma dentro quando, em discurso recente, qualificou os pedidos de impeachment de Dilma, de volta da ditadura militar etc. como tentativa de “intimidação” do governo federal, pois é isso mesmo o que está acontecendo.

Alas do PMDB e a totalidade do PSDB, entre outros, sabem muito bem que não há só governistas ou petistas sendo acusados pelas delações premiadas em curso, e que empreiteiras que prestam serviços ao governo federal e estão sendo acusadas também prestam serviços aos governos estaduais e municipais controlados pela oposição a Dilma.

Os vazamentos seletivos de acusações dos delatores que estão colaborando com a PF e a pressa da oposição e da mídia ao darem tudo como esclarecido ao afirmarem que o PT e aliados são os únicos envolvidos, tudo isso pretende intimidar o governo para que segure as investigações.

A ideia da direita midiática, pois, é a de que conseguirá desencadear um processo de impeachment de Dilma antes que tudo venha à tona.

Fontes deste Blog, porém, garantem que, quando o conteúdo das delações premiadas for divulgado, quando o procurador-geral da República e o STF liberarem os nomes dos agentes públicos envolvidos, por certo aparecerão nomes de governistas do PT e de outros partidos, sim, mas também aparecerão nomes do PSDB e do resto da oposição.

Ah, quem está no poder é o PT? Conversa. A oposição ao governo federal também é governo nos Estados e municípios.

As investigações sobre as empreiteiras dificilmente deixarão de, por exemplo, abrir a caixa-preta do Rodoanel paulista, que não termina nunca de ser construído, ou do metrô de São Paulo, que, em média, avança um quilômetro por ano apesar dos bilhões que o governo paulista gasta com as empreiteiras.

Isso sem falar que, em Minas Gerais, haverá uma devassa nos 12 anos que o PSDB governou aquele Estado.

Por tudo isso, as fontes deste Blog dizem que mídia e oposição podem tirar o cavalinho da chuva. Não vão conseguir derrubar Dilma antes de serem divulgados os nomes dos agentes públicos (DE TODOS OS PARTIDOS) que estão sendo acusados pelos delatores premiados pelo Estado brasileiro.

Não existe brasileiro que não saiba que as empreiteiras sempre foram as maiores patrocinadoras de corrupção no país. A menos que essas mega empresas brasileiras sejam um fenômeno de competência tipicamente tupiniquim, o tamanho delas, em relação às de países até mais avançados, mostra que encontraram uma “fórmula” de crescer que suas congêneres de outros países nunca descobriram.

A fórmula das empreiteiras brasileiras para terem se tornado um fenômeno mundial em termos de faturamento e crescimento, a ponto de hoje atuarem até em países desenvolvidos, foi sempre a de corromper governos, financiando campanhas eleitorais etc. Só que governo nenhum jamais investigou isso.

Lula e depois Dilma mudaram o Brasil não só no combate à pobreza, à miséria e distribuindo renda como nunca se fez. Sempre digo que a maior obra dos governos do PT foi a institucionalização do combate à corrupção, que tem sido tão completo que, após décadas e décadas, finalmente empreiteiras estão sendo desmascaradas.