domingo, 13 de dezembro de 2020

UOL: Caso Abin coloca o governo Bolsonaro como um dos mais corruptos do Brasil. Reportagem de Ronilson Pacheco

 Do UOL:

Bolsonaro e seus filhos: bastante ocupados com processos e lobby armamentista - Divulgação
Bolsonaro e seus filhos: bastante ocupados com processos e lobby armamentistaImagem: Divulgação

O escândalo envolvendo a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e o presidente Bolsonaro e um de seus filhos, Flávio Bolsonaro, está aí para mostrar que o governo atual vai se consolidando como um dos mais corruptos da história da democracia brasileira, com efeitos muito mais danosos hoje do que qualquer período após a ditadura militar (1964-1985). 

Agora, segundo a revista Época, a Abin colocou seus quadros para traçar uma estratégia destinada a livrar Flávio da Justiça, no caso da "rachadinha". A Abin teria produzido pelo menos dois relatórios para Flávio Bolsonaro e seus advogados sobre o que deveria ser feito para sustentar um pedido de anulação do caso Queiroz.

O governo Bolsonaro tenta, a toda oportunidade que surge, destacar o "fim da corrupção" como uma marca que o distinguiria dos governos anteriores, em especial as gestões de Lula e Dilma, do PT. Chegou a dizer inclusive que acabou com a Lava Jato "porque não tem corrupção no governo". 

Mas o escândalo envolvendo a Abin é só mais uma maneira de tornar evidente como o governo Bolsonaro está absolutamente comprometido com o uso do poder público, consequentemente, dos recursos públicos, a seu favor.

Em abril, o Comando Logístico do Exército admitiu ao Ministério Público Federal que revogou três portarias de controles de armas e munições por pressão do governo, tendo à frente, a interferência de Carlos Bolsonaro, vereador filho do presidente, além do próprio presidente. 

O controle de armas e munições eram cruciais inclusive para o rastreamento e dificultar o acesso às armas pelo crime organizado e, sobretudo, pelas milícias do Rio de Janeiro. Não há corrupção mais imbuída de violência e descaso com a proteção da população mais fragilizada nas periferias do país do que essa.

Lobby armamentista a todo vapor; já o combate à pandemia... Só rezando... 


Em junho, a imprensa noticiava o trabalho de lobista do deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, para fabricantes de armas, como a alemã SIG Sauer e a italiana Beretta. O Exército passa a negociar parceria com as empresas "ajudadas" pelo filho do presidente. 

Este mês, o presidente Bolsonaro decide zerar a taxa de imposto para pistolas e revolveres. Em meio ao caos da pandemia, um auxílio emergencial limitado, um intenso debate em torno da produção e compra de vacinas, o presidente prioriza "cuidar" de demandas das industrias de armas. Se isto não é corromper sua função de priorizar as necessidades do país, nada mais seria.

Em julho, com o país ultrapassando o número de 80 mil mortes por covid-19, Bolsonaro vetou a obrigação do governo fornecer água potável, higiene e leitos hospitalares a indígenas. Este veto é um flagrante ato de corrupção e infração de seu juramento. 

A menos que, ao dizer que jura "manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro", o presidente não se referia a indígenas como parte deste povo.

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