terça-feira, 24 de março de 2020

Olavo de Carvalho, o guru da morte e guia dos estúpidos, por Lucia Helena Issa


Tenho denunciado Olavo de Carvalho, como jornalista, há cerca de três anos, tenho escrito sobre como ele vem idealizando essa política de morte há anos

Reprodução

Olavo de Carvalho, o guru da morte

por Lucia Helena Issa, no GGN

Olavo de Carvalho, o autointitulado filósofo, afirmou ontem em vídeo que o coronavirus ( que já infectou mais de 300 mil pessoas e matou mais de 15 mil pessoas ao redor do mundo em poucos meses) ” não existe e que não matou ninguém em lugar algum do mundo”.
O guru de Bolsonaro, o sujeito que faz campanha anti- vacinas entre os brasileiros, o sujeito que já afirmou que ” Heródes fez um bem às crianças de sua época matando- as porque assim as impediu de pecar” , o sujeito que afirmou que os portugueses nunca pisaram na África e apenas os negros são culpados por tudo o que sofreram, o sujeito que acredita a Pepsi é feita de fetos abortados, o sujeito que prega o ódio aos refugiados muçulmanos, o sujeito que apoiou o assassinato de crianças pelo exército americano no Iraque, o sujeito que só se sente viril portando uma arma e que tem como hobby assassinar ursos em florestas americanas, agora recomenda que as pessoas saiam de casa ( menos ele, claro, que vive confinado em sua caverna no interior da Virgínia, não tem amigos ali, não fala sequer inglês e compra tudo pela internet, segundo ele mesmo).
Desmentido e execrado pelo Youtube, que removeu seu vídeo do ar, o psicopata se irritou e usou sua imunda metralhadora giratória para alimentar mais teorias genocidas, mais ódio e mais mortes.
Como se tudo isso não bastasse, Sérgio Camargo , o olavista presidente da Fundação Palmares, aquele que jura que “a escravidão foi benéfica para os negros e que nunca existiu racismo no Brasil”, agora pede aos seus seguidores lobotomizados que não fiquem em casa, que voltem a frequentar os bares e restaurantes de suas comunidades e bairros. Sim, ele disse isso.
É a necropolítica, a política da morte e da eugenia explícita revelando cada vez mais o seu rosto e as suas vozes.
São sujeitos absolutamente psicopatas, odeiam os mais pobres e os mais vulneráveis , odeiam os que não tiveram as mesmas chances que eu tive ao nascer na família em que nasci, odeiam os que só ” atrapalham a economia” , odeiam as crianças mais pobres, as que morrerão nas portas dos hospitais sem sequer serem testadas, sem receberem afeto, tratamento ou atenção do governo de Jair Bolsonaro.
Tenho denunciado Olavo de Carvalho, como jornalista, há cerca de três anos, tenho escrito sobre como ele vem idealizando essa política de morte há anos.
O guru da morte vem sendo denunciado agora por dezenas de jornais brasileiros e estrangeiros. Foi denunciado recentemente em uma das mais importantes publicações americanas sobre as Américas e detonado em vários programas das tvs americana, italiana e britânica.
Foi denunciado também pela própria filha, Heloisa, no livro lançado recentemente por ela e por Henry Bugalho, ” Meu pai, o guru do presidente”
Por artigos que escrevi afirmando que Olavo de Carvalho é um dos responsáveis pelo aumento dos crimes de intolerância religiosa, xenofobia e racismo no Brasil, o sujeito- autointitulado- filósofo- mas- que – não -terminou- o- ensino- fundamental tentou me processar, mas acabou obtendo apenas uma derrota vergonhosa, tendo seu processo extinto para sempre pelo magistrado.
Hoje, com muitos anos de atraso, o Youtube reconhece o perigo letal provocado pelos vídeos de um psicopata.
O bolsonarismo, idealizado por Olavo de Carvalho, é uma doença perigosa e neurodegenerativa, que afeta o sistema nervoso causando agressividade, comprometendo capacidades cognitivas, afetando seriamente a capacidade auditiva e visual. Seus sintomas são muito claros e incluem o falso nacionalismo, a xenofobia, o racismo, a homofobia, a falta de empatia, a islamofobia, o falso moralismo, o machismo, o falso cristianismo, o surto psicótico e o ódio ao humanismo, e a incapacidade de discernir o real do imaginário.
É uma doença letal, que aumentou o número de crimes de racismo e o feminicídio no Brasil e está destruindo um dos mais lindos, multiculturais e gigantescos países do mundo.
Lucia Helena Issa é jornalista, escritora e embaixadora da paz por uma organização internacional. Foi colaboradora da Folha de S.Paulo em Roma. Autora do livro “Quando amanhece na Sicília”. Pós-graduada em Linguagem, Simbologia e Semiótica pela Universidade de Roma. Atualmente, vive entre o Rio de Janeiro e o Oriente Médio e está terminando um livro sobre mulheres palestinas que lutam pela paz.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor

Assine e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Nenhum comentário:

Postar um comentário