segunda-feira, 26 de setembro de 2022

Jamil Chade: Governos estrangeiros recomendam a seus representates distanciamento de Bolsonaro até o fim das eleições

 

    Os sequestros por parte da campanha de Jair Bolsonaro das viagens ao funeral da rainha Elisabeth 2ª, em Londres, e a abertura da Assembleia Geral da ONU levaram governos estrangeiros a consolidar uma orientação de evitar qualquer contato mais explícito, assinatura de acordos ou entendimentos com o Palácio do Planalto, até pelo menos que a eleição seja definida no Brasil.


Seguem trechos da coluna do jornalista internacional Jamil Chade, no UOL:

Protesto contra o presidente na sede da ONU em Nova York - Ação anônima
Protesto contra o presidente na sede da ONU em Nova YorkImagem: Ação anônima

Os sequestros por parte da campanha de Jair Bolsonaro das viagens ao funeral da rainha Elisabeth 2ª, em Londres, e a abertura da Assembleia Geral da ONU levaram governos estrangeiros a consolidar uma orientação de evitar qualquer contato mais explícito, assinatura de acordos ou entendimentos com o Palácio do Planalto, até pelo menos que a eleição seja definida no Brasil.

Principalmente na Europa, autoridades já tinham adotado uma postura de cautela em relação ao governo de Jair Bolsonaro, com a própria Comissão Europeia trabalhando internamente com a perspectiva de que, em 2023, o presidente brasileiro já seria outro.

Fontes diplomáticas confirmaram que, ao longo dos meses, a opção pelo distanciamento ganhou força depois que Bolsonaro usou um encontro com embaixadores estrangeiros em julho para mentir sobre o sistema eleitoral brasileiro. Pelo protocolo, as embaixadas estrangeiras não poderiam deixar de atender ao convite do chefe de estado do país onde estão alocadas. Mas muitos dos embaixadores se sentiram "usados" ao entenderem que eram palco para uma campanha eleitoral e contra as urnas.

O mal-estar ganhou uma nova proporção na semana passada, depois que Bolsonaro usou até mesmo o funeral da monarca britânica para fazer campanha. Em embaixadas estrangeiras em Brasília, a percepção é de que o presidente não respeitará nenhum protocolo, luto ou normas a partir de agora.

A reportagem apurou que, em diversas democracias, a orientação foi a de suspender qualquer contato mais frequente com as autoridades brasileiras para evitar a repetição do cenário constrangedor.

"Para muitos de nós, ele já é um pato manco", explicou um diplomata estrangeiro, numa referência ao conceito em inglês de um presidente que já não governa e que apenas está aguardando o prazo para se retirar.

Veja o restante do artigo de Jamil Chade no site do UOL

Nenhum comentário:

Postar um comentário