7 de Setembro virou "instrumento para reeleição", "situação que o Brasil não tinha registrado desde que se tornou uma democracia", afirma JN
O Jornal Nacional afirmou na noite desta quarta-feira, 7 de Setembro, que o presidente Jair Bolsonaro (PL) “usou os atos comemorativos do bicentenário de independência do Brasil para fazer propaganda eleitoral”.
Os âncoras William Bonner e Renata Vasconcellos frisaram que os atos em Brasília e Rio de Janeiro viraram “instrumentos” para a tentativa de “reeleição” de Bolsonaro, uma “situação que o Brasil não tinha registrado desde que se tornou uma democracia”.
A edição do principal noticiário da Rede Globo expôs em rede nacional o discurso machista de Bolsonaro, que incitou uma competição entre sua esposa, Michelle Bolsonaro, e as companheiras dos demais candidatos. Bolsonaro também puxou o coro “imbrochável” para exaltar sua própria virilidade. Para jornalistas e outros formadores de opinião, a atitude foi uma demonstração vexatória de masculinidade frágil e desprezo pelas mulheres.
Ataques velados ao Poder Judiciário
O JN afirmou que Bolsonaro usou, desta vez, um tom diferente do que foi usado no 7 de Setembro do ano passado, quando fez ataques diretos aos ministros da Suprema Corte. Em 2022, segundo o JN, os “ataques foram velados” e manifestaram-se quando Bolsonaro afirmou que sua reeleição colocará os críticos de seu governo dentro das “quatro linhas da Constituição”.
A reação de Lula e a omissão das rachadinhas
O jornal ainda deu voz ao ex-presidente Lula (PL), que foi atacado por Bolsonaro no discurso no Rio de Janeiro. Chamado de quadrilheiro e corrupto, Lula gravou um vídeo lembrando que, enquanto presidente, jamais usou o Dia da Pátria para fins eleitorais.
Lula também afirmou que Bolsonaro, em vez de atacá-lo, deveria explicar como juntou mais de 26 milhões em dinheiro vivo para comprar 51 imóveis para sua família. A provocação de Lula esteve em destaque no portal G1 na noite de quarta, mas foi suprimida na edição do Jornal Nacional.
Manifestantes pedem golpe nas instituições
A matéria do JN exibiu imagens das multidões que participaram dos atos pelo País, sobretudo em Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. Houve destaque para manifestantes que carregaram faixas com pedidos de intervenção militar, “o que é inconstitucional”. As faixas atacavam também ao Supremo Tribunal Federal, Congresso e Tribunal Superior Eleitoral.
Além de frisar que o Ministério Público Federal instaurou inquérito para apurar a mistura dos atos de 7 de Setembro com a campanha de Bolsonaro, o Jornal Nacional também exibiu as imagens da campanha e as declarações de Ciro Gomes (PDT), que passou o 7 de Setembro em Minas Gerais, e de Simone Tebet (MDB), que passou o feriado no interior de São Paulo.
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