Falar em indulto, antes do levantamento de todos os crimes dos Bolsonaro, só poderia partir de um articulador do baixo clero do Centrão
Só podia ter partido de Michel Temer o apelo para que Lula recorra a um indulto presidencial para salvar Jair Bolsonaro da cadeia.
Só faltou explicar o essencial: indulto para que crimes? O que se sabe até agora, dos crimes de Bolsonaro, seria suficiente para condená-lo. E os crimes – dele e da família – que ainda não apareceram? Tendo uma caneta capaz de, mediante uma mera assinatura, movimentar milhões de reais, há dúvidas sobre qual foi o comportamento da família no governo? Ou acham que compras de mansões, nos últimos tempos, foram financiadas com sobras das rachadinhas?
Não se tenha a menor dúvida que, terminado o governo Bolsonaro, haverá uma caça ao Tesouro que movimentará Polícia Federal, Ministério Público, Interpol, procuradores norte-americanos, vasculhando contas em paraísos fiscais.
E as regras do jogo jurídico global, endossadas pelo governo brasileiro, pela mídia, pelo MPF, será subordinar qualquer crime que envolva dólares à Justiça americana. Do mesmo modo que fizeram com Pinochet, condenado pela justiça espanhola.
Os Bolsonaro cometeram não apenas crimes contra a humanidade, mas fizeram negócios e negócios. Houve desmonte de fiscalização, venda de refinarias para sheiks árabes ligados aos Bolsonaro, lobby de armas, isenções inexplicáveis para bens de consumo supérfluos. E um deslumbramento provinciano de adquirir mansões antes do término do mandato presidencial.
Por isso mesmo, falar em indulto, antes mesmo do levantamento de todos os crimes dos Bolsonaro, só poderia partir de um articulador do baixo clero do Centrão.
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