sexta-feira, 15 de agosto de 2025

 

A Polícia Federal (PF) incluiu o pastor Silas Malafaia no inquérito que investiga o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o comentarista Paulo Figueiredo.

Do ICL:

POLÍTICA

INVESTIGADO!

Entrou no inquérito de Bolsonaro e Eduardo



A Polícia Federal (PF) incluiu o pastor Silas Malafaia no inquérito que investiga o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o comentarista Paulo Figueiredo. A informação foi dada em primeira mão.

O caso, aberto em maio e sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes no STF (Supremo Tribunal Federal), apura supostas ações contra autoridades, contra o tribunal e agentes públicos, além de articulação para obtenção de sanções internacionais contra o Brasil.

Malafaia organizou o ato de apoio a Bolsonaro em 3 de agosto, no qual o ex-presidente participou por vídeo transmitido em redes sociais de terceiros. A aparição resultou, no dia seguinte, na decretação de prisão domiciliar do ex-presidente.

Moraes decidiu abrir o inquérito após ministros do tribunal se queixarem do que consideraram falta de ações do Itamaraty na escalada de investidas do governo americano contra a corte a partir da atuação de Eduardo. Na avaliação de parte dos magistrados do Supremo, as ameaças mereciam um posicionamento mais enfático da chancelaria.

As condutas investigadas incluem coação no curso do processo, obstrução de investigação de organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

O pedido de abertura de investigação contra Eduardo partiu oficialmente do procurador-geral da República, Paulo Gonet. O procurador-geral afirmou ainda que a ofensiva de Eduardo, por suas declarações públicas, aumentou à medida que o Supremo avança com o processo sobre a trama golpista -o pai, militares e aliados são réus na ação penal.

Um dos crimes citados na representação é o de coação no curso do processo, previsto no artigo 344 do Código Penal. O crime trata do uso de violência ou grave ameaça contra autoridade ou envolvidos no processo judicial, policial ou administrativo a fim de favorecer interesse próprio ou alheio.

Esse seria o caso de Eduardo, que abertamente promove sanções contra autoridades ligadas à ação penal no STF que julga Jair Bolsonaro. A especificidade do caso, entretanto, pode dificultar o enquadramento, na opinião de alguns especialistas.

O texto também fala sobre promover, constituir, financiar ou integrar organização criminosa e cita penas para quem impede ou embarace a investigação.

No ato da avenida Paulista no início de agosto em defesa da anistia a Bolsonaro, Malafaia criticou os presidenciáveis da direita que não compareceram à manifestação bolsonarista e afirmou que eles não estiveram presentes por “medo” do STF. O pastor transmitiu a manifestação em seu canal oficial do YouTube.

Em suas redes sociais, atacou o senador Ciro Nogueira (PP-PI), chamando-o de “traidor”, por não assinar o pedido de impeachment de Moraes.

 

Leia a matéria especial IMPÉRIO MALAFAIA

quinta-feira, 14 de agosto de 2025

“Truculência Trumpista” Contra o Brasil: Trump tenta HUMILHAR o Brasil e resposta de Lula no Tarifaço 😱🇧🇷 🇺🇸

 

Do Canal Candá Diário:

    Prepare-se para uma das maiores crises diplomáticas da história recente entre Brasil e Estados Unidos. O governo Donald Trump impôs um tarifaço histórico de 50% sobre mais de 700 produtos brasileiros, afetando café, carne bovina, soja, couro e suco de laranja. A medida não foi apenas econômica, mas sim, segundo diplomatas brasileiros, uma retaliação política pelo processo contra Jair Bolsonaro e pelos atos do ministro Alexandre de Moraes. O Ministério da Fazenda confirmou que o secretário do Tesouro dos EUA cancelou uma reunião estratégica com Fernando Haddad de forma abrupta, o que foi chamado de truculência sem precedentes. Neste vídeo vamos expor todos os bastidores inéditos, dados e fontes internacionais de veículos como BBC, Reuters, The New York Times, Atlantic Council e The Economist para mostrar como Trump tentou humilhar o Brasil e como Lula respondeu com um contra-ataque político e econômico que já mexe com China, Índia e o comércio global. Entenda o impacto real desse tarifaço na economia, na diplomacia e no futuro das relações Brasil e EUA. Uma análise crítica, direta e sem censura sobre a face mais autoritária e perigosa do governo Trump que a mídia tradicional não mostra



Trump autoritariamente envia tropas e toma Washington! O que está realmente por trás dessa ação polêmica? 😱 🇺🇸

 

Do Canal Canadá Diário:

Donald Trump enviou a Guarda Nacional para tomar o controle de Washington DC em uma ação que ele afirma ser para restaurar a ordem e combater o crime. Mas será que essa é a verdade ou existe um plano político muito mais profundo por trás dessa operação militar? Os dados oficiais mostram que o crime em Washington está em queda, com números de 2025 registrando as taxas mais baixas em décadas. Então o que realmente motivou essa tomada de poder? Neste vídeo você vai entender tudo sobre a operação de Trump, o impacto na democracia americana, as reações de líderes locais e internacionais e a possível agenda oculta por trás dessa medida. Vamos explorar o contexto político, histórico e social para revelar porque muitos especialistas chamam essa jogada de show autoritário. Assista até o final para descobrir por que essa decisão pode mudar o futuro dos Estados Unidos e qual é o verdadeiro objetivo de Trump ao militarizar a capital. Inscreva-se e ative as notificações para não perder nossas análises exclusivas.



Reagindo ao que um ESTADUNIDENSE diz sobre BRASIL, BOLSONARO e TRUMP - Você não vai acreditar! 😱🇧🇷 🇺🇸


Do Canal Canadá Diário:

    Neste vídeo vamos reagir ao conteúdo do estadunidense Jesse Dollemore que revela conexões perigosas entre Donald Trump e Jair Bolsonaro expondo tentativas de interferência externa na política brasileira. Prepare-se para uma análise crítica sem filtro sobre discursos inflamados estratégias autoritárias e a forma como a aliança entre esses dois líderes autoritários ameaça a democracia no Brasil e nos Estados Unidos. Se você quer entender a influência dos Estados Unidos no cenário político brasileiro os jogos de poder por trás das cortinas e o verdadeiro impacto dessas alianças controversas este vídeo é indispensável. Assista compartilhe e fique por dentro de como essas manobras políticas podem afetar diretamente o futuro do nosso país. Não perca a reação cheia de verdades que muitos tentam esconder.



Reinaldo Azevedo – Governadores de extrema direita bolsonarista e conivência com os ataques de Trump, que agora persegue “Mais Médicos”

 

Da Rádio BandNews FM:




JAMIL CHADE expõe as HIPOCRISIAS de DONALD TRUMP

 

Do Canal Folha Democrática Tv:




JOÃO CEZAR DE CASTRO ROCHA EXPÕE A REAL RAZÃO POR TRÁS DA RADICALIZAÇÃO DE TRUMP CONTRA O BRASIL

 

Da TV GGN:




segunda-feira, 11 de agosto de 2025

Fábio Pannunzio: Os Estados Unidos, sob Trump, viraram uma ditadura global

 

Do Canal ICL:




Homer Simpson tenta entender o trumpismo no Brasil... Texto de Xico Sá

 

Alvo de fúria de "patriotas" ao fazer humor sobre o Rio, o caricato personagem dos EUA não entende os bolsonaristas que apoiam o tarifaço

Do ICL:



Pobre Homer, não está entendendo nada.

O patriarca da família Simpson até deve achar normal, em se tratando de Donald Trump, a interferência da Casa Branca no Brasil.

O que não entra na sua cabeça, aposto, é o fato de uma imensa legião de brasileiros portar bandeira dos EUA em manifestações. E o pior dos piores: apoiar o tarifaço de 50% sobre as nossas exportações.

Homer pode até pensar que se trata de um comportamento suicida induzido por um Jim Jones tropical. Ora, apoiar uma medida que leva ao desemprego e ao desmantelo da própria economia?

Só pode ser coisa de um povo ludibriado por um pastor apocalíptico como naquele episódio macabro de Jonestown. Só pode ser.

Podre e rude Homer. Haja cerveja para tentar pensar melhor e compreender o incompreensível. Não entra na sua cuca a ideia bolsonarista de apoiar o Trump para derrotar o Brasil.

Ora, Homer bebe, mas tem memória. Até 2002, ele recorda, o povo daqui não aceitava nem certas gracinhas de desenho animado tirando onda com o país.

Homer recorda que, por muito menos, os Simpsons provocaram revolta em parte da população brasileira, mexeram com a Xuxa e uniram todas as autoridades contra a intromissão dos norte-americanos.

Parece uma piada do Homer, mas aconteceu na realidade, em abril 2002. Tudo isso por causa do lançamento do episódio “Blame it On Lisa”, título que faz uma paródia com o filme “Blame It on Rio” — “Feitiço do Rio”, na versão nacional exibida nos cinemas.

O desenho animado mostrou uma paisagem carioca repleta de macacos, jiboias e um ambiente violento para os humanos. Sob a alegação de que a cidade teria prejuízos, por causa do episódio, como a redução do número de visitantes, a diretoria da Riotur ameaçou processar na Justiça a produtora Fox Cable International, tv responsável pela série.

O presidente Fernando Henrique Cardoso, mesmo sem ter visto o desenho, protestou, por intermédio do porta-voz do Palácio do Planalto, contra “as visões distorcidas sobre o Brasil”. Em programas de rádio e televisão ao estilo “povo fala”, brasileiros anônimos também ergueram seu brado retumbante contra a família dos Simpsons.

Exibido no país pelo SBT, o episódio é repleto de clichês sobre a cultura latino-americana: todas as personagens jogam futebol e se deslocam para o trabalho em uma fila ao ritmo da conga. Na “samba school”, os brasileiros aprendem a lambada e a “penetrada”, um ritual que faz com que o sexo se pareça com uma cerimônia religiosa.

Na trama, Homer, o chefe da família, acaba sendo sequestrado por um taxista clandestino (não licenciado pela prefeitura) e vai parar, pasme, lá na Amazônia. Durante o clímax, os cabos do bondinho do Pão de Açúcar arrebentam, causando um grave acidente. Haja aventura no balneário..

O roteiro não perdoa nem a artista Xuxa Meneghel, representada na série pelo personagem “Xoxchitla”, uma famosa apresentadora de um programa infantil chamado “Teleboobies” (literalmente tele-peitos).

Em reação à revolta dos brasileiros, o produtor-executivo do programa, James L. Brooks, divulgou uma nota oficial dizendo: “Pedimos desculpas à adorável cidade e ao povo do Rio de Janeiro. E se isso não resolver a questão, Homer Simpson se oferece para enfrentar o presidente do Brasil no programa Celebrity Boxing da Fox”.

Pobre Homer, não está entendendo nada.

Não entenderá jamais este país que apoia o bolsotrumpismo — com tarifaço e tudo — e fecha questão contra um episódio de humor sobre o Rio de Janeiro.

Cadê o patriotismo que estava por aqui?, reflete Homer, com saudade do Brasil.



Os EUA imperialistas da extrema direita de Trump e suas ameaças a um passo do rompimento diplomático com o Brasil, por Luís Nassif

 

Ao lado dos planos de contingência, será necessário um programa de comunicação eficiente, em torno da defesa da soberania do Brasil (frente às ameaças de Trump e seus apaniguados).

Do Jornal GGN:

Os EUA a um passo do rompimento diplomático com o Brasil, por Luís Nassif




Vamos entender quais os objetivos da embaixada norte-americana, com as notas cada vez mais agressivas contra o Supremo Tribunal Federal. A cada nota, o Itamaraty convoca o embaixador para explicações. Segue-se nova nota no mesmo teor. Essa escalada tem um desfecho previsível: os Estados Unidos procuram um rompimento diplomático com o Brasil.

Aumentos de tarifas prejudicam exportadores brasileiros e importadores norte-americanos. Por isso, há uma dose alta de desgaste no uso político das tarifas. Trocou-se então pelos ataques ao Supremo, e a seus ministros, e pelas provocações diplomáticas, como forma de justificar a escalada e o futuro rompimento.

As consequências de um rompimento diplomático são as seguintes:

  • alguma influência adicional no comércio exterior;
  • interrupção de programas conjuntos em áreas como tecnologia, agricultura, medicina, energia e parceria espacial;
  • cortes em bolsas de estudo, intercâmbios e convênios acadêmicos;
  • interrupção de acordos militares e de inteligência;
  • redução da cooperação no combate ao narcotráfico e contrabando de armas.

Os cenários possíveis

Pedi ao Chat GPT que traçasse dois cenários:

  • Cenário A: rompimento sem sanções.
  • Cenário B: rompimento + sanções financeiras.

Impactos setoriais

  • Mais atingidos (A e B): aeroespacial (atrasos/certificações), metalurgia/aço, químicos finos, TIC/serviços com receita em EUA, autopeças.
  • Gargalos logísticos no curto prazo; efeito líquido menor em A e moderado em B.
  • Energia & mineração: mercados líquidos atenuam perdas; em B, controles de tecnologia/serviços especializados podem atrasar projetos offshore.
  • Educação & ciência: congelamento de novos convênios e bolsas com instituições dos EUA; cooperação espacial, clima e saúde sofre hiatos (mais longo em B).
  • Defesa & segurança: cooperação e inteligência virtualmente paradas; em B, vetos a peças/softwares críticos.

Mas há vários caminhos para mitigar esses efeitos:

  1. Seguro de + linhas BNDES/BB para manter embarques e alongar prazos.
  2. Fast‑track regulatório (equivalência técnica) com UE/Ásia; ofensiva de promoção comercial por NCM/destino. NCM são as categorias de classificação de produtos para comércio exterior.
  3. Hedge coordenado de estatais e orientação a grandes importadores para suavizar o câmbio.
  4. Reforço de pagamentos alternativos (euro, CNY) com banco.
  5. Ponte acadêmica via UE e organismos multilaterais enquanto convênios com EUA ficam suspensos.
  6. Mapeamento fino de cadeias críticas (aeroespacial, saúde, TIC) e estoque estratégico de insumos sensíveis.

De qualquer modo, já deve estar sendo preparado um plano de contingência para enfrentar os próximos tempos. Mas é inacreditável como a mídia, e a opinião pública, ainda não se deram conta da situação atual. Notas em off, sobre supostos medos de ministros do Supremo e ataques a Alexandre de Moraes.

Por isso, ao lado dos planos de contingência, será necessário um programa de comunicação eficiente, em torno da defesa da soberania. O viralatismo nacional terá que ser expulso ao som do samba, do frevo, do choro e dos dobrados.

Leia também:

domingo, 10 de agosto de 2025

Decadência do sonho estadunidense - Jamil Chade no Juca Kfouri Entrevista

 

Do Canal Rede TVT:




Imprensa empresarial e controlada por banqueiros insiste em negociar com bolsonarismo, mas com fascismo não se brinca, alerta historiador

 

“Acham que podem usar o bolsonarismo para fazer o trabalho sujo”, diz Valdei Araújo

Do Jornal GGN:


Ainda há setores da grande imprensa que insistem em tratar o bolsonarismo como uma força política, como se fosse apenas exercício da liberdade de expressão, e não da barbárie. É um erro grave e perigoso, alerta o historiador Valdei Araújo.

“Imprensa ainda acha que pode negociar com o bolsonarismo, que pode usar o bolsonarismo para fazer o trabalho sujo dela. E quando terminar de fazer o trabalho, eles retiram o bolsonarismo da sala. Mas com o fascismo não se brinca”, disse o historiador, professor da Universidade Federal de Ouro Preto e autor de Bolsotrump.

Para Valdei, o bolsonarismo não é política, mas “a destruição da política pela força, pela mentira”. E o problema não começou ontem. “A trajetória do Bolsonaro não começou ontem. É um processo longo que visa destruir as instituições democráticas por dentro”.

O golpe contra a democracia, avalia o historiador, segue em curso, mesmo diante da justiça sendo aplicada aos golpistas envolvidos no 8 de janeiro. “O erro do Moraes foi demorar para agir contra Bolsonaro. Qualquer outro processado já estaria preso há muito tempo, porque não se pode deixar alguém ameaçar constantemente o juiz do processo. As ameaças reincidentes contra Moraes exigiam uma resposta imediata”.

Para o historiador, a ideia de que um golpe está em curso se reforça pelo peso do cenário internacional, especialmente diante da aplicação da Lei Magnitsky por Trump contra Moraes. “Trump está muito forte nos Estados Unidos. Se a eleição do Lula aconteceu com Biden na presidência, imagine o que teria ocorrido se fosse Trump no comando”, compara.

Esse quadro reforça o chamado “viralatismo” brasileiro, que Valdei explica como resultado do desmonte do Estado nacional e da falta de um projeto consistente de soberania.

“Apesar dos problemas, em diversos momentos da nossa história tivemos projeto de Estado. Conseguimos manter a integridade do território e avançar, mesmo que de forma conservadora e excludente”.

No entanto, faltou investimento estratégico em áreas essenciais para o desenvolvimento da cidadania plena, porque sem um projeto de país, o Estado não se sustenta. “Demoramos a democratizar a escola e a incorporar toda a população ativa. Tivemos 30 anos de ditadura militar, que atrasou esse processo”.

Assista à entrevista completa abaixo:

sexta-feira, 8 de agosto de 2025

quinta-feira, 7 de agosto de 2025

Leonardo Sakamoto: Bolsonaristas tentam golpe no Legislativo para dar golpe no Judiciário

 

  "A chantagem em si, representada pela ocupação, já seria a antítese da democracia. Mas o conteúdo defendido por eles é extremamente didático para a compreensão da natureza da ação: querem anistia a todos os que tentaram um golpe de Estado entre 2022 e 2023, o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, relator dos julgamentos dos golpistas, e o fim do foro privilegiado para garantir que os processos contra quem tentou um golpe voltem à estaca zero."


Da coluna de Leonardo Sakamoto, no UOL:

Opinião

Bolsonaristas tentam golpe no Legislativo para dar golpe no Judiciário

Sabe o que acontece quando apoiadores de golpistas se vendem como revolucionários? Poderíamos gastar milhares de caracteres discutindo isso do ponto de vista da Ciência Política, mas é mais fácil sugerir aos leitores do UOL que vejam as cenas da invasão bolsonarista das mesas diretoras da Câmara e do Senado hoje para impedir o funcionamento no Congresso enquanto não for votado o que eles querem.


A chantagem em si, representada pela ocupação, já seria a antítese da democracia. Mas o conteúdo defendido por eles é extremamente didático para a compreensão da natureza da ação: querem anistia a todos os que tentaram um golpe de Estado entre 2022 e 2023, o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, relator dos julgamentos dos golpistas, e o fim do foro privilegiado para garantir que os processos contra quem tentou um golpe voltem à estaca zero.


Ou seja, os bolsonaristas estão tentando dar um golpe no Poder Legislativo para poderem dar um golpe no Poder Judiciário e assim limpar a barra dos seus líderes, que tentaram dar um golpe no Poder Executivo.

Se os presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre, não fizerem o que eles desejam, deputados e senadores da extrema direita apontam que não vão arredar o pé, impedindo a votação de temas importantes como a isenção do Imposto de Renda a quem ganha até R$ 5 mil por mês.


E prometem que, se Motta sair do país, a vice-presidência da Câmara, que está nas mãos de um aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, irá colocar a anistia em votação. Se o presidente da casa aceitar isso, estará em conluio com aqueles que tentam transformar o seu mandato na Casa da Mãe Joana.


Jair esticou propositadamente a corda da Justiça, descumprindo as cautelares impostas a ele pelo Supremo Tribunal Federal. Cavou uma decretação de prisão domiciliar, o que vem sendo usado por seus aliados para tocarem fogo no parquinho. A resposta do bolsonarismo mostra planejamento desse processo.


Para além da vitimização, que levou os bolsonaristas a invadirem novamente o Congresso Nacional (quase dois anos e sete meses após a outra invasão, de 8 de janeiro de 2023) e deve levar mais seguidores às ruas nos próximos protestos, a prisão domiciliar pode impulsionar mais sanções contra o Brasil pelos Estados Unidos — com mais ataques às instituições nacionais, mais tarifas e mais problemas aos cidadãos brasileiros.

Nesta quarta (6), passam a valer as tarifas de 50% impostas por Donald Trump aos produtos brasileiros. Mesmo com a grande lista de exceções, as punições ainda causarão desemprego e fechamento de empresas. Entre as justificativas para elas, o governo norte-americano deixou muito claro que está o julgamento de Bolsonaro.

Ou seja, na véspera do tarifaço, a extrema direita resolveu reforçar a chantagem norte-americana contra o Brasil, confirmando que sua lealdade é ao seu grupo político e seu patriotismo a uma família. E não ao país.

Bob Fernandes: Apesar do Motim de festim, Bolsonaro está preso, por ora em casa. Tic-tac-tic-tac… Trump, EUA e falanges do fáscio no Brasil avançam até por meio do fundamentalismo evangélico entre policiais e militares


Do Canal do analista político Bob Fernandes:




Reinaldo Azevedo: Se Motta e Alcolumbre cederem um milímetro às chantagens golpistas bolsonaristas, sequestradores tomam de vez o Congresso

 

Da Rádio BandNews FM:




Reinaldo Azevedo – Fascistoides do esparadrapo e seu reflexo no retorno do cartunista antissemita que pôs fita na boca de Hitler

 

Da Rádio BandNews FM:




Reinaldo Azevedo – Rogério Marinho, que envergonha até avô que defendeu a ditadura, quer anular o STF. Quem chama Democracia de ditadura quer uma ditadura real para chamar de "democracia"

 

Da Rádio BandNews FM:




TENTATIVA FASCISTA DO IMPEACHMENT DE MORAES: ATÉ ONDE A EXTREMA-DIREITA ESTICA A CORDA? - TVGGN20H (06/08/25)

 

Da TV GGN:

O programa da terça-feira (5 de agosto) recebeu o historiador Valdei Araújo, professor da Universidade Federal de Ouro Preto e autor de Bolsotrump, e a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ).



quarta-feira, 6 de agosto de 2025

Congresso reage à ocupação dos extremistas bolsonaristas: sessões convocadas e suspensão de parlamentares são definidas

 

 

ICL Notícias:


Política

Congresso reage à ocupação: sessões convocadas e suspensão de parlamentares são definidas

Alcolumbre chama sessão virtual no Senado e Câmara prepara punições de até seis meses a deputados que resistirem a deixar o plenário



Por Cleber Lourenço

A reunião dos colégios de líderes no Senado e na Câmara dos Deputados terminou com decisões duras contra os parlamentares que seguem ocupando os plenários das duas Casas em protesto à prisão domiciliar de Jair Bolsonaro. As mesas diretoras reagiram à ofensiva bolsonarista com a convocação de sessões extraordinárias e a sinalização de punições regimentais.

No Senado, o presidente Davi Alcolumbre (União-AP) convocou uma sessão virtual para esta quinta-feira (7), na qual será discutida a retomada das atividades legislativas e o encaminhamento institucional diante da ocupação liderada por senadores aliados de Bolsonaro. A sessão também prevê a votação do projeto que mantém a faixa de isenção de Imposto de Renda para quem recebe até R$ 3 mil.

Em nota oficial divulgada na noite desta quarta-feira (6), o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), anunciou que a sessão deliberativa desta quinta-feira (7), às 11h, será realizada em sistema remoto. A medida, segundo ele, tem como objetivo “garantir o funcionamento da Casa e impedir que a pauta legislativa, que pertence ao povo brasileiro, seja paralisada” diante da ocupação bolsonarista.

Com tom duro, Alcolumbre afirmou que “não aceitarei intimidações nem tentativas de constrangimento à Presidência do Senado” e deixou claro que “o Parlamento não será refém de ações que visem desestabilizar seu funcionamento”. A nota reforça que o Senado seguirá votando matérias de interesse da população, como o projeto que assegura a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até dois salários mínimos, e conclui: “A democracia se faz com diálogo, mas também com responsabilidade e firmeza”.

Congresso

Bagunça no Congresso

Durante a reunião de mais cedo, Alcolumbre demonstrou forte irritação com a situação, classificando a ocupação como uma afronta à presidência da Casa. Senadores relataram que o clima foi de ruptura e que não há mais margem para qualquer negociação com os ocupantes. “Eles queimaram pontes que nem sequer estavam construídas”, disse à coluna um senador do MDB.

Na Câmara dos Deputados, a Mesa convocou sessão presencial ainda para esta quarta-feira (6), com previsão de entrada conjunta de todos os líderes às 20h no plenário.

A expectativa, segundo fontes que participam da articulação, é de que o presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) determine a retomada imediata da soberania do Plenário e aplique punições de até seis meses de suspensão aos deputados que insistirem em manter a ocupação. A medida tem amparo no Regimento Interno da Casa e no Código de Ética.

As decisões vêm após dois dias de paralisação e embates públicos.

Portal do José: SONHO FRUSTRADO! ALEDXANDRE DE MORAES NÃO RECUARÁ DE PRISÃO DE BOLSONARO! MOTIM FASCISTA: "SEQUESTRADORES" OCUPANDPO O CONGRESSO VÃO SE DAR MAL!

 

Do Portal do José:

06/08/25 - JORNALÃO ENLOUQUECE! NADA LIVRARÁ O DESTINO DA ORCRIM DE BOLSONARO: A CADEIA! E ELA NÃO TARDARÁ. SIGAMOS.



Reinaldo Azevedo: Tarifaço começa e lambe-botas de Trump impedem o funcionamento do Congresso

 

Da Rádio BandNews FM:

Reinaldo: Tarifaço começa, e lambe-botas de Trump impedem o funcionamento do Congresso



terça-feira, 5 de agosto de 2025

Justiça dos EUA liga Paulo Figueiredo, neto do último ditador militar e conspirador declarado com Bolsonaro e Tump contra o Brasil, a esquema de fraude de bilionário

 

Do ICL, reproduzindo reprotagem da Agência Pública:

Internacional

Justiça dos EUA liga Paulo Figueiredo a esquema de fraude de bilionário

Empresa do influenciador é citada em ação sobre transferência de US$140 mil feita por chinês ex-sócio de Steve Bannon


Por Alice Maciel, Laura Scofield, Maria Martha Bruno, Isabela Dias, Mother Jones – Agência Pública

Em 16 de julho, dias após o anúncio da tarifa de 50% sobre as importações do Brasil para os Estados Unidos (EUA), o influenciador Paulo Figueiredo apareceu em frente à Casa Branca, ao lado de Eduardo Bolsonaro, anunciando que as medidas eram o “início de uma jornada que pode ser tenebrosa para o Brasil”. Ambos haviam saído de uma “rodada de reuniões” em Washington com membros do governo de Donald Trump, dentro de uma campanha para aplicar sanções contra o governo brasileiro e o ministro Alexandre de Moraes. E prometeram que viriam mais sanções.

Publicação de Eduardo Bolsonaro em rede social. Na imagem, ele posa lado a lado com Paulo Figueiredo. (Foto: Reprodução)

Dias depois, Paulo Figueiredo afirmou em um podcast: “Estou 100% convencido de que as tarifas foram um movimento correto para o Brasil. O presidente Trump agiu corretamente e eu sou muito grato a ele”. No fim de julho, Trump formalizou as sanções — com algumas exceções — e também impôs ao ministro Alexandre de Moraes a Lei Magnitsky, relacionando ambas diretamente ao processo contra Jair Bolsonaro. Moraes decretaria a prisão domiciliar de Bolsonaro dias depois, em 4 de agosto.

Enquanto isso, na justiça dos EUA, uma empresa do neto do ditador João Figueiredo é objeto de apuração com base no Código de Falências e na Lei de dívidas e créditos de Nova York. A ação é relacionada a um caso de falência que busca recuperar transferências que teriam sido parte de uma fraude bilionária liderada por um trumpista, o magnata chinês Miles Guo. Ele foi condenado por nove crimes, entre eles lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Auto-exilado nos EUA desde 2015, Guo, também conhecido como Guo Wengui, Ho Wan Kwok e Miles Kwok, foi colaborador e financiador de Steve Bannon, ex-estrategista de Donald Trump e aliado da família Bolsonaro. O empresário chinês também é apontado pela Justiça dos EUA como “controlador” da rede social Gettr, que patrocinou eventos em apoio à reeleição de Jair Bolsonaro em 2022. O ex-CEO da Gettr, Jason Miller, também é próximo de Eduardo Bolsonaro.

Detido desde março de 2023, Guo ganhou notoriedade por causa de seu posicionamento crítico ao governo chinês e de apoio à extrema direita dos EUA, ajudando a difundir teorias da conspiração sobre a criação da Covid-19. O Departamento de Justiça dos EUA (DOJ)  também aponta que Guo pagou ao menos US$ 1 milhão para Bannon. Em 2024, reportagem da Mother Jones apurou que o valor foi destinado a serviços de consultoria à rede de empreendimentos de mídia e organizações do chinês, que incluía um grupo fundado por ele e Bannon para servir como um suposto governo paralelo ao Partido Comunista Chinês. Guo foi acusado de ter enganado milhares de seguidores na internet para investir em negócios sob seu controle e desviar mais de US$ 1 bilhão para financiar sua vida de luxo.

Paulo Figueiredo recebeu R$ 770 mil, segundo DOJ

O pedido de apuração na Justiça americana afirma que o pagamento de US$ 140 mil (cerca de 770 mil reais) à empresa de Figueiredo International Treasure Group, registrada na Flórida desde 2017, foi uma transferência fraudulenta. As informações constam em processo que tramita desde fevereiro de 2024 no Tribunal de Falências do Distrito de Connecticut (EUA), ao qual a Agência Pública e a Mother Jones tiveram acesso. O documento aponta que a transferência teria sido feita por uma das empresas de fachada do chinês, a HCHK Technologies Inc.

“Esta transferência foi, na verdade, fraudulenta, porque o devedor [Guo Wengui] a efetuou como parte de seu ‘jogo de fachada’ e foi feita com a intenção de dificultar, atrasar e/ou fraudar os credores do devedor”, diz o processo. O documento não traz a data exata nem a natureza da transação, mas, conforme os registros judiciais, ela teria ocorrido antes de 15 de fevereiro de 2022, quando Guo entrou com um pedido de falência na Justiça. A ação não alega irregularidade por parte do destinatário da transferência, no caso, a empresa de Figueiredo.

Embora tivesse um iate no valor de US$ 37 milhões e morasse em uma cobertura de 15 suítes avaliada em US$ 67,5 milhões no Central Park, em Nova York, no tribunal o chinês afirmou que possuía “ativos insuficientes para pagar suas dívidas e que seu estilo de vida luxuoso é financiado por sua família”. Ele declarou possuir apenas US$ 3.850 em bens, mas foi acusado de ter operado empresas de fachada para ocultar seu patrimônio e declarar falência.

Em março de 2023, Guo foi acusado de 12 crimes, incluindo lavagem de dinheiro, organização criminosa, fraudes eletrônicas e de valores imobiliários. Em julho de 2024, foi condenado por nove deles. Sua rede de “finanças labirínticas”, segundo consta no processo, teria movimentado cerca de 500 contas bancárias em nome de pelo menos 80 entidades ou indivíduos, dentre elas, a HCHK Technologies, por meio da qual teria sido realizada a transferência para a empresa de Figueiredo. A ação que tem a International Treasure Group como ré busca recuperar o valor da transação realizada para a empresa de Figueiredo.

A justiça americana notificou Paulo Figueiredo, mas ele não respondeu no prazo legal previsto e o processo agora corre à sua revelia. Segundo a última atualização da Justiça até a data de publicação desta reportagem, um mediador foi apontado para resolver o caso.

Ditador João Figueiredo, ex-presidente do Brasil (1979-1985)

Um ex-executivo sênior da Gettr contou à reportagem, sob condição de anonimato, que o influenciador bolsonarista participou dos esforços iniciais para lançar a rede social globalmente. Sua atuação na empresa teria acontecido “nos primeiros dias, antes que a documentação corporativa da Gettr fosse concluída.” Ainda segundo o executivo, “amigos em comum trouxeram” Figueiredo à Gettr e ele teria trabalhado “ajudando a recrutar influenciadores de mídias sociais para se juntarem à plataforma” após o seu lançamento. A Gettr já havia admitido à Mother Jones que pagou pessoas de direita para usarem a plataforma.

Procurado pela reportagem, Figueiredo não respondeu às perguntas sobre este e outro processo no qual está citado no Brasil (ver adiante), tampouco sobre sua suposta conexão com a Gettr. O influenciador chamou as perguntas de “babaquice” e ameaçou: “Eu sei bem como lidar com gente assim”.

A Gettr e duas empresas de Steve Bannon (a Warroom Broadcasting & Media Communications LLC e a Bannon Strategic Advisors) também são rés em outras ações relacionadas ao caso. Procurado pela reportagem, Bannon disse que é um “processo de falência padrão — que já dura anos.”

Outro processo acessado pela reportagem alega que a mesma HCHK Technologies, de Guo, e outra empresa de fachada do chinês, a Lexington Property and Staffing Inc., teria transferido US$ 353.269 para o ex-assessor de Trump e ex-CEO da Gettr, Jason Miller. Em resposta no tribunal de falências em maio de 2025, Miller negou qualquer relação entre a transferência em questão” e os crimes cometidos por Guo e “as transferências em questão”. Steve Bannon e Jason Miller são aliados de Eduardo Bolsonaro nos EUA.

Gettr promoveu imagem de Bolsonaro

Desde que chegou ao Brasil, em julho de 2021, a rede social pró-Trump se tornou um espaço de propagação de desinformação do bolsonarismo e entrou na mira da Polícia Federal (PF) no inquérito das milícias digitais, que investiga a existência de uma organização criminosa atuando online contra a democracia brasileira.

O fundador e ex-CEO da Gettr, Jason Miller, veio diversas vezes ao Brasil, e inclusive esteve na manifestação organizada por Jair Bolsonaro em 7 de setembro de 2022 em Copacabana. Naquele ano, o perfil “Gettr Brasil Oficial” promoveu a imagem de Bolsonaro, à época candidato à reeleição. A plataforma fez a cobertura das transmissões ao vivo semanais do presidente; compartilhou informações de mídias bolsonaristas; divulgou a agenda de Bolsonaro e fez lives com seus apoiadores.

 

Perfil da Gettr Oficial divulga evento do 7 de setembro promovido por Jair Bolsonaro e seus apoiadores.

Em 2021, em uma de suas visitas ao Brasil, para participar da CPAC (Conservative Political Action Conference), Miller foi interrogado pela PF, no âmbito do inquérito das milícias digitais. Em entrevista em 2025 para um podcast, Eduardo Bolsonaro deu crédito a Miller por ajudar a “chamar a atenção do presidente Trump para o que está acontecendo no Brasil”.

Para a PF, a rede de apoiadores de Jair Bolsonaro envolvida na difusão de desinformação durante as eleições, como por exemplo nos ataques às urnas eletrônicas, se valeu da mesma estratégia de comunicação utilizada nas eleições de 2016 nos EUA, vencidas por Donald Trump, e creditada a Steve Bannon.

Neto do último presidente da ditadura militar, Figueiredo está entre os 34 denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por tentativa de golpe, mas é o único que ainda não teve a denúncia analisada pelo STF. Ele foi notificado por edital público, uma vez que tem endereço no exterior. Segundo a denúncia, ele teria utilizado sua influência como comentarista da Rádio Jovem Pan para pressionar militares a aderirem às articulações que resultaram no 8 de janeiro de 2023.

Empreendimento com Trump deixou dívida de R$ 15 milhões

Paulo Figueiredo é conhecido do entorno de Trump desde 2013, quando se aliou a ele para construir o Trump Hotel, empreendimento de luxo na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. O neto do ditador conta que conheceu o presidente dos EUA em um dos campos de golfe de Trump na Flórida.

No entanto, em 2016, a Trump Organization deixou o projeto antes do fim da construção e semanas após a abertura de investigação sobre o empreendimento. Sob o nome de Lifestyle Laghetto Collection e com diárias que variam de R$ 617 a R$ 1.870 (em baixa temporada), hoje o hotel de frente para o mar funciona normalmente na cidade.

Legenda da rede Laguetto Hoteis divulga ex-Trump Hotel no Rio de Janeiro: “Lifestyle Laghetto Collection: a sua opção de luxo na Barra da Tijuca!”

Até maio de 2025, o empreendimento devia R$ 15 milhões em impostos à prefeitura carioca, mas não pagava com o argumento de estar em recuperação judicial desde 2019. O processo que cobra a dívida tramita na justiça do Rio. O fundo de investimento Polo Special Situations, que emprestou dinheiro ao empreendimento, em 2016, na forma de debêntures (títulos de dívida), cobra o valor de Paulo Figueiredo e de mais oito pessoas físicas e 18 pessoas jurídicas.

Figueiredo foi CEO do grupo Polaris Projetos e Empreendimentos, empresa que fez consultoria para a construção do empreendimento, além de ex-sócio da LSH Barra Empreendimentos Imobiliários S.A., a incorporadora do hotel. Pelo menos quatro executivos atuais da LSH também são cobrados no processo.

Em 2019, Figueiredo foi preso nos EUA no marco da operação Circus Máximus, da Polícia Federal, que investigava um esquema de pagamento de propinas a dirigentes e ex-dirigentes do BRB, banco estatal de Brasília, em troca de investimentos em alguns projetos, entre eles a construção do ex-Trump Hotel.

Sanções e Lei Magnitsky são “missão cumprida”

A Pública revelou que Eduardo Bolsonaro tem Paulo Figueiredo como o “cérebro” por trás das articulações internacionais do deputado, que em março deste ano se licenciou de seu mandato e se mudou para o Texas com a família para se dedicar em tempo integral a convencer o governo de Donald Trump a defender Jair Bolsonaro e aplicar sanções ao ministro Alexandre de Moraes e ao governo brasileiro.

Em julho, quando Trump anunciou uma tarifa de 50% para as exportações brasileiras e relacionou a medida ao julgamento de Bolsonaro, Eduardo e Figueiredo afirmaram que a ação “confirma o sucesso na transmissão daquilo que viemos apresentando com seriedade e responsabilidade”.

De acordo com eles, a medida visa fazer com que o “establishment político, empresarial e institucional” brasileiro, que estaria compactuando com a “escalada autoritária” de Moraes, arque com o “custo dessa aventura”.

Quando a Agência Pública revelou, em abril de 2024, que Eduardo e uma comitiva de deputados estavam articulando por sanções contra o Brasil nos EUA, o deputado gravou um vídeo negando as informações.

Figueiredo já participou de duas audiências na Câmara de Deputados dos EUA. Em maio de 2024, em um subcomitê do Comitê de Assuntos Internacionais da Casa, ele reforçou o pedido por sanções e se negou a responder se repudia o período de 1979 a 1985, quando seu avô, João Figueiredo, foi presidente da ditadura militar brasileira.

Em entrevista à reportagem em junho de 2025, Figueiredo descreveu aquela audiência como um momento de “virada de chave” em sua campanha de “informar” a opinião pública e políticos nos EUA sobre o contexto brasileiro, que ele caracterizou como a deterioração de uma “democracia consolidada.” Este trabalho, segundo Figueiredo, iniciado após as eleições de 2022, envolveu aparições em podcasts e veículos de mídia de direita dos EUA.

Outra frente de atuação foram reuniões com ao menos 40 parlamentares, inclusive para discutir projetos de lei a serem propostos pelos congressistas dos EUA para pressionar as autoridades brasileiras. Ele diz que foram as ações de Alexandre de Moraes que o deram “lugar de fala” para essa atuação.

Figueiredo considera a fase inicial de “conscientização” concluída. De acordo com ele, o retorno de Trump à Casa Branca permitiu iniciar a etapa de “implementação” de políticas públicas, com o objetivo final de aplicar sanções financeiras contra Moraes.

Em junho deste ano, em depoimento à Comissão Tom Lantos de Direitos Humanos do Congresso dos EUA, ele pediu urgência à adoção de sanções contra Alexandre de Moraes pela Lei Magnitsky, conforme anunciado por Marco Rubio. A lei foi sancionada em 2016 pelo ex-presidente Barack Obama e tem sido usada para punir pessoas ligadas a esquemas de corrupção ou acusadas de violações de direitos humanos.

Em 18 de julho de 2025, Moraes e outros sete ministros do STF tiveram os vistos para os EUA suspensos. A Lei Magnitsky foi anunciada apenas para Moraes no dia 30 de julho. “De Moraes é responsável por uma campanha opressiva de censura, detenções arbitrárias que violam direitos humanos e processos politizados — inclusive contra o ex-presidente Jair Bolsonaro”, disse o secretário do Tesouro, Scott Bessent, em comunicado oficial. Eduardo e Figueiredo celebraram a sanção como “missão cumprida“.

Figueiredo vê as articulações do bolsonarismo nos EUA como uma forma de fortalecer o poder do grupo no Brasil. “Eu diria que se o Bolsonaro tivesse feito o trabalho internacional que a gente está fazendo agora, se ele tivesse dado valor, e ele não dava, ele não teria saído do governo, não teria, o Lula não teria chegado ao poder”, disse em uma live no início de 2024.

Ainda que hoje atue ao lado de Eduardo Bolsonaro, o comentarista iniciou sua interação com políticos e autoridades americanas para denunciar a atuação do STF sem o deputado. Em dezembro de 2022, ao lado da ex-deputada Carla Zambelli (PL/SP), ele apresentou uma denúncia e um pedido de medida cautelar contra o tribunal à Corte Interamericana de Direitos Humanos. O pedido não obteve resultados. Neste ano, Zambelli foi cassada por uso indevido dos meios de comunicação e abuso de poder político sobre o processo eleitoral de 2022. A deputada foi presa na Itália na última semana.