O que era para ser apenas mais um comentário ao vivo virou clima de pânico na Globo.
Após um xeque-mate inesperado aplicado por Dias Toffoli e Alexandre de Moraes, jornalistas da Rede Globo foram pegos de surpresa ao vivo, sem narrativa pronta, sem controle do discurso e visivelmente desconfortáveis.
O episódio expôs:
o descompasso da cobertura
a reação nervosa no estúdio
e o impacto direto das decisões do STF no jogo político atual
Neste vídeo, você vai entender o que mudou, por que o estúdio entrou em colapso e por que esse momento não estava nos planos de ninguém.
👉 Assista até o final para compreender os bastidores e as consequências reais desse xeque-mate.
A situação não admite soluções simples. Estamos diante de um emaranhado institucional que exige análise cuidadosa de cada um de seus componentes.
A Infiltração Criminosa no Estado
Durante os governos Temer e Bolsonaro, seis anos de desmonte institucional deliberado criaram condições para que um vasto ecossistema criminoso se enraizasse na estrutura do Estado brasileiro. A contaminação atingiu:
Congresso Nacional — onde as emendas secretas tornaram-se canal de desvio de recursos públicos.
Prefeituras — através de Organizações Sociais que operam como fachada.
Economia ilegal — redes de tráfico de drogas articuladas com esquemas no comércio de combustíveis.
Justiça e regulação — infiltrações estratégicas em tribunais e órgãos reguladores.
A metáfora de uma bacia hidrográfica ilustra bem o funcionamento: diversos fluxos ilícitos convergem para a Faria Lima, onde o dinheiro sujo é lavado, reciclado e reinvestido em novos golpes mediante fundos fictícios interconectados. O Banco Master ocupa o centro operacional dessa engrenagem, tendo Nelson Tanure como seu orquestrador principal.
A Guinada do STF
A trajetória do Supremo Tribunal Federal nas últimas décadas é marcada por contradições. Sua postura durante a Lava Jato, incluindo o controverso impeachment de Dilma Rousseff, contrasta dramaticamente com sua atuação posterior. Diante das investidas autoritárias do bolsonarismo, o STF reinventou-se como guardião da institucionalidade democrática, respaldando não apenas a resistência às tentativas golpistas, mas também a ofensiva da Polícia Federal contra a criminalidade infiltrada no Estado.
Alexandre de Moraes tornou-se a personificação dessa resistência. Sua condução dos julgamentos do 8 de janeiro, sua firmeza diante das pressões do governo Trump, sua persistência na operação contra as fake news — cada um desses episódios já justificaria seu lugar entre os grandes nomes da história do Supremo. Ele se consolidou como o símbolo mais visível da força institucional do tribunal. Contudo, há uma vírgula nessa narrativa…
A Ofensiva que Mexe no Vespeiro
Nos últimos meses, uma sequência de operações ampliou exponencialmente o alcance e o poder de intervenção do STF:
Curitiba exposta — a abertura dos arquivos da 13ª Vara Federal pode revelar um sistema de chantagens que contaminou o Judiciário por mais de dez anos, expondo as alianças entre operadores jurídicos e veículos de imprensa durante a Lava Jato.
Mercado financeiro sob lupa — a Polícia Federal avança sobre estruturas criminosas que operam no sistema financeiro.
Combustíveis — investigações miram o epicentro do crime organizado nesse setor estratégico.
Congresso cercado — operações podem implicar até 90 parlamentares em esquemas de desvio de recursos públicos via emendas secretas.
Master colapsado — a intervenção no banco expôs o envolvimento de múltiplas lideranças do centrão.
O Calcanhar de Aquiles
É neste contexto que emerge o contrato entre o Banco Master e o escritório Barci e Barci Sociedade de Advogados, de propriedade da esposa de Alexandre de Moraes. Os valores são considerados desproporcionais, especialmente considerando que os principais interesses do Master concentravam-se no Banco Central e na CVM, não no Supremo.
Qualquer que seja a natureza legítima ou não da contratação, a ausência de justificativa convincente para os valores envolvidos cria uma fragilidade: abre brecha para atacar Moraes, por extensão o próprio STF, e alimenta especulações — todas prejudiciais ao ministro.
A Disputa em Dois Fronts
Front 1: Os Atingidos Reagem
No Congresso, o centrão mobiliza-se para reunir votos suficientes ao impeachment de ministros do STF. Não se trata de disputa ordinária: se bem-sucedidos, pavimentarão o caminho para um regime autoritário definitivo, uma ditadura da maioria parlamentar que eliminaria o último obstáculo institucional significativo.
Na mídia, três conglomerados jornalísticos coordenam campanha pelo impeachment de Moraes. Circulam suspeitas de que André Esteves, do BTG, financie essa ofensiva. O contexto é sugestivo: em maio de 2025, às vésperas da intervenção no Master, o BTG Pactual comprou aproximadamente R$ 1,5 bilhão em ativos do banco e de Daniel Vorcaro, operação autorizada pelo BC e pelo FGC (Fundo Garantidor de Créditos). Com a liquidação posterior do Master, esses ativos ficaram protegidos, indisponíveis para compensar prejuízos de investidores.
As investigações do STF podem, entretanto, iluminar a rede de influências que retardou a ação do Banco Central.
Front 2: O Revival da Lava Jato
Os mesmos veículos de imprensa tentam ressuscitar o ambiente político da Lava Jato. O editorial da Folha é cristalino: “Que não haja complacência com petistas e cupinchas de Lula pelo fato de amigos do presidente comandarem a Polícia Federal e vestirem togas no Supremo. A ruptura do pacto da impunidade fará mal apenas aos corruptos.”
Essa formulação merece o “Troféu Confissão Espontânea”, o prêmio de autoincriminação mais transparente do ano. Os três jornais buscam reativar o modelo Lava Jato: aliança midiática com objetivo político de destruir o PT.
Reaparece também o pior do jornalismo brasileiro: denúncias graves baseadas em fontes não identificadas, ausência de verificação rigorosa, repetição acrítica dos vícios que marcaram a cobertura da Lava Jato.
O Impasse Final
Forma-se uma polarização radical.
De um lado: forças que desejam enfraquecer o STF e, simultaneamente, desestabilizar o governo Lula.
Do outro: setores convencidos de que a permanência de Moraes é indispensável à sobrevivência da democracia.
Pairando sobre ambos: o contrato do escritório da esposa de Moraes com o Banco Master.
O dilema permanece sem resposta: como esclarecer completamente esse episódio sem enfraquecer o STF em seu papel de fiador último do regime democrático brasileiro?
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Luis Nassif
Jornalista, com passagens por diversos meios impressos e digitais ao longo de mais de 50 anos de carreira, pelo qual recebeu diversos reconhecimentos (Prêmio Esso 1987, Prêmio Comunique-se, Destaque Cofecon, entre outros). Diretor e fundador do Jornal GGN.
Trechos selecionados do livro “Life and Teachings of Lord Jesus”, de Swami Sivananda.
Kuppuswamy ou Swami Sivananda Saraswati (1887 - 1963), foi um renomado líder espiritual hindu, guru, escritor e mestre em Yoga e Vedanta.
Sivananda começou sua vida profissional como médico, até compreender que mais que tudo, as pessoas precisavam de conhecimento correto; então, adotou como sua missão a disseminação deste conhecimento. Renunciando a carreira médica, Sivananda ingressou na vida monástica como discípulo do mestre Vishwananda Saraswati.
Levando uma vida devotada ao estudo e a prática do Vedanta, Swami Sivananda passava a maior parte do tempo absorto entre horas de meditação, estudo intenso e vigorosa prática de Hatha Yoga. Embora imerso em seu próprio caminho de Autorrealização, Sivananda nunca deixou de atender pessoas necessitadas de cuidados médicos, e dizia enxergar apenas a forma imortal do Ser em cada uma daquelas pessoas.
Sivananda foi conhecido por sua abordagem prática e inclusiva do Yoga, enfatizando a importância da simplicidade, da caridade e da prática de uma rotina diária de exercícios espirituais (sadhana) como o meio direto para se alcançar a Autorrealização, o que poderia incluir meditação, canto de mantras, leitura de textos sagrados e serviço abnegado.
Em 1932 Sivananda iniciou o Sivanandashram. Em 1936 fundou a “The Divine Life Society”. E em 1948 a Vedanta-Forest Academy. Ao mesmo tempo, Sivananda escreveu muitos livros sobre espiritualidade, Yoga, saúde e filosofia. Dessa forma, seus ensinamentos se espalharam internacionalmente, se tonando um grande disseminador do conhecimento védico. Hoje, Sivananda possui discípulos em todo o mundo, de todas as nacionalidades, credos e religiões.
Jurista também defende, em entrevista à TV 247, investigação para apurar tanto a suposta conduta irregular de Moraes no caso Banco Master quanto possível crime de imprensa. Assista
Uma cobertura jornalística é interessante pelas informações que traz, e também pelas intenções que sugere. Uma denúncia é furo. Sua repetição por uma ou duas vezes, é repercussão. A insistência em esquentar a denúncia inicial, com base em fontes discutíveis, e espalhar a campanha por todos os veículos da organização, é conspiração.
A repórter Malu Gaspar é conhecida por algumas características, dentre as quais a do uso abusivo de fontes anônimas. Ficou conhecida nas redes sua sucessão de notas sobre o “mal estar nas Forças Armadas”. Cada passo do governo gerava uma nota alertando para o tal “mal estar”. Quem seriam as tais Forças Armadas mencionadas? Poderia ser um militar da reserva, morador do mesmo prédio que ela; um general aposentado, filiado ao Clube Militar; um órfão de Bolsonaro. Pouco importa: o “mal estar” era atribuído a toda a corporação.
Saliente-se que a denúncia do contrato firmado entre o escritório da esposa de Alexandre de Moraes e o Banco Master é, por si, explosiva. O que não se entende são os desdobramentos.
Não há a menor dúvida de uma ação articulada para derrubar Alexandre de Moraes, na qual a Globo colocou seu batalhão conhecido: Malu (Globo e Globonews), Carlos Alberto Sardenberg (na CBN), inclusive acenando com a possibilidade de um impeachment – em cima de uma notícia sem fontes e sem provas. Montar uma campanha dessa amplitude, sem checar as informações, demonstra uma intenção política explícita.
A grande questão é: qual o interesse das Organizações Globo em detonar Alexandre de Moraes?
Os julgamentos dos crimes de 8 de janeiro estão na reta final. Terminados os julgamento, Moraes sai do primeiro plano. Portanto, não é o caso, como não é o inquérito das Fake News.
Pode ser que, atingindo Moraes, as Organizações Globo pretendam enfraquecer o Supremo? É uma possibilidade.
Há quatro temas possíveis, de impacto, correndo no Supremo. Vamos analisá-los um a um e tentar identificar eventual interesse da Globo.
Tema 1 – o embate com as organizações criminosas que se apossaram do orçamento secreto
Segundo corre em Brasilia, haveria pelo menos 90 parlamentares investigados pela Polícia Federal. O inquérito está nas mãos do Ministro Flávio Dino. Não parece ser tema de interesse direto da Globo. Mas é inegável que o enfraquecimento do STF fortalece o Centrão e atrapalha a apuração dos crimes com o orçamento secreto.
Tema 2 – as investidas contra o bolsonarismo, com vistas às próximas eleições.
A Globo é claramente contra os Bolsonaro. E uma investida contra Flávio fortaleceria o candidato da Faria Lima, Tarcísio de Freitas. Portanto, não parece ser o caso.
Tema 3 – o contraponto ao poder excessivo de Moraes
Não bate. A Globo foi a principal alimentadora do poder excessivo de Sérgio Moro e da Lava Jato. Jamais foi contraponto a poderosos, a não ser quando tinha os interesses contrariados.
Tema 4 – as investigações sobre a Lava Jato
Aí as suspeitas começam a ficar um pouco mais concretas.
Há duas hipóteses.
A primeira é a de lealdade eterna da Globo à Lava Jato. Comprometeu-se até o pescoço com a operação, colocou seus jornalistas mais conhecidos em apoio à Lava Jato. Jamais fez a autocrítica. Mas também não bate. A Globo é uma empresa de paixões ocasionais e pragmáticas. A Lava Jato tornou-se uma mancha em sua história, quase tão forte quanto o apoio à ditadura. Não se comprometeria se não fosse algo de muito forte no ar.
Sobra a segunda hipótese: o avanço das investigações nos arquivos da 13a Vara e na famosa “caixa amarela” poderia chegar a revelações incômodas sobre a parceria Lava Jato-Globo.
É uma possibilidade, não uma certeza. Poderia dizer que 6 fontes minhas confirmaram essas suspeitas. Mas não seria verdade. Trata-se de uma mera análise de probabilidades.
De qualquer modo, é questão de tempo para as razões reais da campanha serem desvendadas.
Leitura editorial (Fonte: ChatGPT)
A Globo não ignorou o fato, mas o confinou ao registro regional e operacional, evitando o enquadramento nacional e o mergulho nas implicações institucionais. Outros veículos ocuparam esse espaço — cada um à sua maneira. Resultado: o debate público “escalou” fora da Globo.
Em termos de impacto, foi menos “apagão” e mais controle de enquadramento. Um clássico.
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Luis Nassif
Jornalista, com passagens por diversos meios impressos e digitais ao longo de mais de 50 anos de carreira, pelo qual recebeu diversos reconhecimentos (Prêmio Esso 1987, Prêmio Comunique-se, Destaque Cofecon, entre outros). Diretor e fundador do Jornal GGN.