terça-feira, 6 de agosto de 2019

Nova da #VazaJato: Deltan Dallagnol maquiavelicamente tentou investigar Gilmar Mendes em cooperação com Suíça



Procurador insistiu em ações que culminariam na suspeição e consequente afastamento de Gilmar das ações da Lava Jato, ou em seu pedido de impeachment




Jornal GGN O jornal El País revelou em parceria com o Intercept Brasil, nesta terça (6), que os procuradores de Curitiba, liderados por Deltan Dallagnol, tentaram investigar sigilosamente o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes no âmbito da Operação Lava Jato.
Em mensagens trocadas no Telegram, os membros do Ministério Público Federal demonstraram estar cientes de que a iniciativa é ilegal, porque eles não têm competência para investigar figuras com foro privilegiado. Dallagnol até escreveu expressamente aos colegas: “E nós não podemos dar a entender que investigamos GM.”
Ainda assim, Dallagnol mobilizou equipe da força-tarefa para levantar dados para tentar provar a suspeição de Gilmar e afastá-lo da Lava Jato, quando o ministro começou a tomar decisões que contrariam os interesses da operação.
Em outra via, o coordenador da força-tarefa foi além e solicitou aos procuradores que pedissem dados ao MP da Suíça sobre cartões de créditos e contas bancárias que o operador do PSDB, Paulo Preto, mantinha no exterior.
Dallagnol queria buscar qualquer elo com Gilmar Mendes, e a justificativa para a ação é que ele teria ouvido “boatos” de que o ministro recebeu vantagem indevida do operador, que foi preso em fevereiro deste ano e já havia recebido 2 habeas corpus do magistrado.
As novas mensagens divulgadas ainda surpreendem porque são diálogos entre os procuradores de Curitiba realizados em 2019. O Intercept Brasil havia informado que seu dossiê contemplava conversas de 2015 a 2018, apenas.
OS PLANOS CONTRA GILMAR
O El País afirmou que analisou inúmeras mensagens dos procuradores trocadas ao longo de vários anos, e que, em todos eles, Deltan Dallagnol deixava claro seu desejo em derrubar, com algum escândalo levantado pela Lava Jato, não apenas Gilmar, mas também o ministro Dias Toffoli. “Sonho que Toffoli e GM acabem fora do STF rsrsrs”, comentou.
“Mas cuidado pq o stf é corporativista, se transparecer que vcs estão indo atrás eles se fecham p se proteger”, rebateu o procurador Paulo Galvão.
Segundo o jornal, boa parte do desejo de Dallagnol de afastar Gilmar partia da tese de que o ministro teria trabalhado muito próximo de Aloysio Nunes e Paulo Preto durante o governo FHC.
“A tese levantada nas conversas por alguns procuradores para ligar Mendes a Paulo Preto, especialmente por Dallagnol, passa justamente pelo tucano Aloysio. Nas conversas, os procuradores lembram que Paulo Preto era subordinado do tucano durante o Governo FHC, quando o ex-senador foi ministro-chefe da Secretaria-geral da Presidência, entre 1999 e 2001. E que Gilmar Mendes trabalhava “do ladinho” —segundo as palavras de Roberson Pozzobon— de ambos. A triangulação se fecharia porque, naquele período, Mendes foi subchefe para assuntos jurídicos da Casa Civil (entre 1996 a 2000) e advogado-geral da União (de 2000 a 2002)”, anotou El Páis.
Em 21 de fevereiro de 2019, o procurador Roberson Pozzobon escreveu: “Acho que tem uma chance grande de ALOYSIO ter colocado GILMAR no STF”. Dallagnol logo traçou um plano para investigar as relações e vazar para a imprensa fazer pressão contra o ministro do STF.
Procurados, os procuradores da Lava Jato negaram que tenham conseguido obter da Suíça dados que impliquem a conduta do ministro Gilmar Mendes. Eles ainda defenderam a legalidade do levantamento de decisões tomadas pelo magistrado na Lava Jato. Deltan Dallagnol quis usar isso para pedir suspeição.
MAIS LENHA NA FOGUEIRA
As revelações do El País devem elevar a crise de Dallagnol e equipe a outro patamar.
No final se semana, a Folha de S. Paulo já havia revelado que o procurador também tentou investigar as esposas de Gilmar e Dias Toffoli.
O abuso de poder foi criticado por ministros do STF, que estudam como reagir.


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