quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Chile volta a reunir milhares nas ruas por Assembleia Constituinte para jogar fora a herança maldita neoliberal autoritária de Pinochet e Guedes





Hoje o Chile volta a ocupar massivamente as ruas do país, com a convocação pelos movimentos sociais de uma greve geral

Foto: Patricia Faermann
De Santiago, Chile
Jornal GGN Hoje o Chile volta a ocupar massivamente as ruas do país, com a convocação pelos movimentos sociais de uma greve geral, desde a manhã desta terça (12). Enquanto os dirigentes divulgam um balanço de paralisação que chegou a 40% dos bancos e 80% dos funcionários da educação, o governo de Sebastián Piñera minimiza os dados e afirma que a tendência é que as manifestações vão perder peso. Nos principais centros de concentração, ainda são esperados milhares de manifestantes até o fim do dia.
A convocatória de hoje partiu de diversas organizações sociais, em meio à crise social e política desencadeada desde o dia 18 de outubro no país e que, de maneira resistente, vêm somando todos os dias milhares de pessoas nas ruas, em pedido explícito por uma Assembleia Constituinte, com duras repressões do aparato policial, incluindo 5.629 pessoas presas, 192 denúncias registradas de torturas, 93 vítimas de violência sexual, 2.009 feridos, sendo 643 por balas de borracha, 345 armas de fogo, 938 agressões e 197 que perderam parcial ou totalmente a visão, segundo dados do Instituto Nacional de Direitos Humanos (INDH).
A greve geral desta terça contou, desde o início da manhã, com a adesão de 40% dos bancos, 80% dos funcionários da educação, a paralisação de operações de mineração – o principal setor produtivo do país, além de funcionários públicos, da saúde, transporte, portos e comércio.
“Hoje a greve geral foi instalada com muita força. Este é um sinal para a classe política e o governo, no sentido de que eles realmente precisam ouvir a população”, afirmou o presidente do Colégio de Professores, Mario Aguilar, à imprensa local.
Por outro lado, o governo minimizou as estatísticas e trouxe visibilidade pública às porcentagens inferiores de adesão de outros setores que também participaram da paralisação de hoje, como os portos que aderiram em um 6% à greve, o Serviço Médico Legal em um 5%, no Registro Civil um 16% e no Serviço Agrícola e de Gado um 20%.
Sem citar as demais representativas adesões, o subsecretário do Interior, Rodrigo Ubilla, afirmou que “a convocatória foi bastante pequena”. Para dar este anúncio em forma de “balanço”, ao lado da porta-voz do Governo, Karla Rubilar, os representantes de Piñera não esperaram o início das 17h, horário em que as ruas centrais de Santiago esperam receber novamente milhões de manifestantes até o fim do dia. Ainda, defenderam o uso da repressão “em casos extremos”.
Mas ainda pela manhã desta terça, somente as cifras oficiais deram conta de 80 mil funcionários públicos e de setores estratégicos do país manifestando na avenida Alameda, próximo à Plaza Itália, nesta manhã. Imagens aéreas divulgadas nas redes sociais indicam que os números foram minimizados:

Concentração na cidade de Valparaíso – Reprodução Redes Sociais



Concentração na manhã desta terça, na Plaza Itália – Imagem: Galeria Cima

A resposta deles e dos demais milhares de manifestantes aguardados para a nova jornada de protestos nesta noite é de não aceitar a proposta de Piñera para a criação de uma nova Constituição pelo Congresso Nacional, majoritariamente formado por governistas no país. O que os chilenos vêm solicitando desde o início dos protestos é uma Assembleia Constituinte, pela população.
Acompanhe ao vivo a transmissão da Galeria Cima, que permitiu ao GGN a reprodução de suas imagens:
 ACOMPANHE O QUE ACONTECE NO CHILE:

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor

Assine e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Nenhum comentário:

Postar um comentário