quarta-feira, 11 de março de 2020

Oito empresas são investigadas por lavagem de dinheiro no caso Ronaldinho



Esquema de lavagem envolve entrada de dinheiro vivo pelas fronteiras, transferência para os Estados Unidos e repatriação
Jornal GGN As autoridades do Paraguai investigam esquema de lavagem de dinheiro e evasão cambial no caso Ronaldinho. É o que informa o jornal Extra desta quarta (11), que conseguiu confirmar a informação com uma autoridade daquele País. A trama já havia sido revelada pelo jornal paraguaio El Independiente. Até o momento, o que se sabe é que pelo menos 8 empresas estão na mira dos investigadores.
Uma delas seria a Fundação Fraternidade Angelical, criada pela empresária Dalia López, responsável por organizar eventos sociais para justificar a passagem dos irmãos Assis pelo Paraguai. Segundo o diário, a intenção dos brasileiros, na verdade, era usufruir de um esquema de lavagem que poderia movimentar quantias bilionárias.
Publicamente, contudo, Ronaldinho alegou que foi participar do lançamento de um programa voltado para crianças carentes. Desde o dia 4 de março está preso, pelo porte dos documentos falsos. Cerca de 11 pessoas envolvidas na fraude já foram denunciadas.
Dalia seria, de acordo com jornais locais, “a líder do esquema de lavagem de dinheiro”. Ela opera viabilizando a entrada de dinheiro vivo pelas fronteiras. Os recursos são, então, transferidos em dólar para os Estados Unidos, e depois “repatriados de maneira clandestina”, narrou o Extra.
A Lava Jato sob Sergio Moro já chegou a investigar, mas poupou de denúncia formal, o empresário Nelson Luiz Belotti dos Santos, amigo de Dalia e responsável por convidar Ronaldinho ao Paraguai.
Para os procuradores de Curitiba, Belotti poderia ser parte do esquema de lavagem de Alberto Youssef, possivelmente em benefício de José Janene, ex-senador do PP.
Moro chegou a ligar para o ministro do Interior, Euclides Acevedo, para pedir que Ronaldinho fosse solto, sem sucesso. Na noite de terça (10), a promotoria do Paraguai mandou um recado: “somos independentes”. A imprensa local também passou a pressionar as autoridades para que o caso seja investigado à exaustão, e punido exemplarmente.
Segundo o EXTRA, os investigadores não deram mais detalhes do caso Ronaldinho, como o nome das outras empresas investigadas por lavagem, para não prejudicar as apurações em andamento.
O jogador tentou ser transferido para a prisão domiciliar, mas a Justiça negou o pedido na terça (10). Além da possibilidade de fuga ou de obstrução das investigações, o juiz entendeu que Ronaldinho não detém os “documentos necessários” para utilizar um imóvel de 800 mil dólares que possui no Paraguai como “fiança”.
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