quinta-feira, 8 de agosto de 2019

O Supremo passa a agir contra o marcatismo dos porões do Judiciário, por Luis Nassif


"A guarda-da-esquina Carolina Moura Lebbos, do Paraná, foi enquadrada pelo STF, ao negar por 10 x 1 a ordem de transferência de Lula para São Paulo. O voto contrário não foi a favor de sua decisão, mas apenas porque Marco Aurélio de Mello julgava que o pedido de suspensão deveria ser endereçado ao TRF4.
"O cerco aos porões continuou com a decisão do Ministro Gilmar Mendes, de suspender qualquer investigação contra o jornalista Glenn Greeenwald."
Do GGN:


“Desconfio é do guarda da esquina”, de Pedro Aleixo, sobre os abusos que seriam cometidos na ponta, depois do AI-5.
O Supremo Tribunal Federal (STF) deflagrou ontem a Operação Guarda da Esquina (apelido meu), visando interromper os abusos que passaram a ser cometidos na ponta por procuradores, juízes de primeira instância e policiais e, especialmente, pelos porões do Judiciário comandados por Sérgio Moro.
A guarda-da-esquina Carolina Moura Lebbos, do Paraná, foi enquadrada pelo STF, ao negar por 10 x 1 a ordem de transferência de Lula para São Paulo. O voto contrário não foi a favor de sua decisão, mas apenas porque Marco Aurélio de Mello julgava que o pedido de suspensão deveria ser endereçado ao TRF4.
O cerco aos porões continuou com a decisão do Ministro Gilmar Mendes, de suspender qualquer investigação contra o jornalista Glenn Greeenwald.
Prova maior foi a decisão da Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) aceitando, por unanimidade, a queixa-crime contra a desembargadora do Tribunal de Justiça do Rio Marília de Castro Neves Vieira, por postagem em redes sociais acusando Marielle Franco de ter sido eleita pelo Comando Vermelho e sido assassinada porque  “descumpriu compromissos assumidos com seus apoiadores”.
Marilia, que tem o sobrenome do mais gentil dos compositores da música brasileira, Oscar Castro Neves, vociferava ódio por todos os poros e em todas as mensagens. Sua desenvoltura em atacar a tudo e a todos, não respeitando sequer o Conselho Nacional de Justiça, era o exemplo mais tenebroso da politização e do discurso de ódio que passou a grassar em grupos de discussão de juízes.
O país começa a ser tomado pelos belos exemplos. Como a passeata de parlamentares de vários partidos até o Supremo, para impedir a continuidade do arbítrio.
Ou as palavras do subprocurador geral Luciano Maia, que participou do julgamento da desembargadora Marília:
— Marielle vive nos que a amam, a respeitam, nos que reconhecem a seriedade de sua luta. É sempre possível dizer “Marielle presente!”
Maia é uma das exceções que dignificam o Ministério Público Federal, depois que os guardas-da-esquina da Lava Jato se tornaram o modelo preferencial da corporação. Esses irresponsáveis, com respaldo de seus chefes, elegeram Bolsonaro, que acabou com a Lista Tríplice de escolha do PGR e exige do indicado medidas que, na prática, acabariam com as funções do MPF.
Hoje de manha, os porões voltaram a agir, com o guarda-da-esquina Marcelo Bretas ordenando nova prisão de EIke Baptista. Qual a intenção, se a vida, os bens, os computadores, os celulares de EIke já foram vasculhados tantas vezes? Demonstração de força, apenas. Valem-se dos mesmos recursos de antigamente, e não enxergam que a truculência virou o fio.
Por isso mesmo, é quase certo que a corregedoria da Polícia Militar enquadre os guardas-da-esquina da PM, que detiveram um torcedor do Corinthians pelo mero fato de ele criticar Jair Bolsonaro.
Restam as palavras desoladas de um procurador exemplar, Wilson Rocha, analisando a hecatombe que se abate sobre o MPF devido ao fator Lava Jato.

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