sexta-feira, 6 de março de 2020

Bolsonaro coloca a milícia virtual para atacar a jornalista Patrícia Campos Mello novamente


Jair Bolsonaro divulgou no Twitter um texto da repórter Patrícia Campos Mello, da Folha de S.Paulo, publicado em 2014, quando ela diz que o “Brasil marcou um golaço ao financiar Mariel”, em referência à construção do porto em Cuba. “Você sabe quem é essa jornalista, tão defendida por seus pares?”

Jair Bolsonaro e Patricia Campos Mello


Jair Bolsonaro e Patricia Campos Mello (Foto: Carolina Antunes/PR | Rick Reinhard/Inter-American Dialogue)

247 - Jair Bolsonaro voltou a incitar a milícia virtual contra a jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de S.Paulo, autora de reportagens sobre fake news comandada pelo ocupante do Planalto durante a campanha eleitoral. O capitão divulgou no Twitter um texto da repórter, publicado em 2014, quando ela diz que o “Brasil marcou um golaço ao financiar Mariel”, em referência à construção do porto em Cuba.
“Você sabe quem é essa jornalista, tão defendida por seus pares?”, questiona Bolsonaro na publicação. “A jornalista mais mentirosa desse país. Bilhões do pagador de imposto pra esse porto. Triplex é nada perto desse crime!”, complementou.
“Ela só queria dar um furo”, diz outro seguidor, em referência à fala do presidente sobre a jornalista após depoimento mentiroso de Hans River, que seria sua fonte, à CPMI das Fake News.

Não é a primeira vez que a jornalista é atacada por Bolsonaro por causa de matérias sobre fake news. Em fevereiro, ele insultou a repórter com insinuação sexual, ao falar em "furo" - no jargão jornalístico também quer dizer informação em primeira mão.
"Ela [repórter] queria um furo. Ela queria dar o furo a qualquer preço contra mim [risos dele e dos demais]", acrescentou.
A jornalista é a mesma autora de uma reportagem, publicada na campanha de 2018, denunciando uma campanha ilegal contra o então presidenciável Fernando Haddad (PT) financiada por empresas e que teve como base a divulgação de fake-news (notícias falsas) no WhatsApp para favorecer Bolsonaro. A matéria apontou, ainda, que cada contrato chega a R$ 12 milhões e, entre as empresas compradoras, está a Havan. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário