terça-feira, 17 de novembro de 2020

Bolsonaristas teriam relação com ataques ao TSE, indica a SaferNet

 

Autores dos ataques buscavam desacreditar as eleições. Dezenas de militantes bolsonaristas foram os primeiros a divulgar as teorias conspiratórias nas redes

Jornal GGN Os ataques que sofreram o site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), neste domingo, para a divulgação dos resultados das eleições 2020 podem ter sido feitos por bolsonaristas. É o que indica uma pesquisa da ONG SaferNet, a pedido da reportagem de El País Brasil.

O ataque no site do TSE – e não nas urnas ou no sistema eleitoral em si – provocou uma atraso na divulgação dos dados neste domingo, nas plataformas que o portal criou para a divulgação dos números. Em nota, o Tribunal havia informado que a contagem de votos, em si, não estava sendo prejudicada nos Tribunais Regionais Eleitorais, mas no repasse dessas informações ao TSE. Bastou a notícia do atraso para redes bolsonaristas afirmaram que as eleições do Brasil estavam sendo fraudadas.

Mas, segundo a SaferNet, que é parceira do Ministério Público Federal (MPF) para o combate às Fake News, os próprios ataques à página tiveram como autores grupos ou pessoas que objetivavam desacreditar as eleições. Dezenas de militantes bolsonaristas foram os primeiros a divulgar as teorias conspiratórias nas redes, logo após os ataques.

“A conclusão da SaferNet é que o ataque foi uma operação em cadeia, iniciada em outubro, quando um grupo de hackers conseguiu obter informações dos recursos humanos sobre ex-servidores e ex-ministros da Corte. Esses dados só foram vazados por volta das 9h25 de domingo e, às 10h41, começou o ataque”, trouxe reportagem do El País.

Os ataques foram repelidos pela equipe de técnicos do TSE imediatamente depois de serem iniciados, o que não afetou a continuidade da divulgação dos números. Por outro lado, caso o ataque tivesse tido sucesso, ainda assim os resultados eleitorais não seriam afetados, tendo sido armazenados pelos respectivos TREs.

“Em caso de sucesso, os atacantes só trariam o inconveniente de a população ficar sem acesso ao serviço por um tempo. É uma operação cujo objetivo não era causar um dano material, mas psicológico. É você criar a suspeita, inocular na população o vírus da dúvida sobre a integridade, a lisura e a segurança do processo eleitoral”, afirmou o presidente da SaferNet, Thiago Tavares, ao El País.

Com base na coleta de informações da SaferNet, o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do TSE, chegou a encaminhar um pedido de abertura de inquérito à Polícia Federal, considerando que as Fake News contra o sistema eleitoral divulgadas pelos bolsonaristas minutos depois do ataque tiveram milhões de compartilhamentos nas redes sociais e geraram o efeito nocivo à credibilidade das eleições.

“Milícias digitais entraram imediatamente em ação tentando desacreditar o sistema. Há suspeita de articulação de grupos extremistas que se empenham em desacreditar as instituições, clamam pela volta da ditadura e muitos deles são investigados pelo STF”, destacou Barroso, no pedido de apuração.

Segundo apuração do TSE, os ataques partiram do Brasil, Nova Zelândia e Estados Unidos. Segundo o jornal, o serviço de ataques como o que ocorreu no último domingo pode ser comprado na darkweb por cerca de 1 mil dólares.

 

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