quinta-feira, 19 de novembro de 2020

GGN: A diplomacia da biruta conduzida por birutas, por Fábio de Oliveira Ribeiro

 

Nenhum país jamais conseguiu crescer e ser respeitado sem definir uma política externa consistente de médio e longo prazo levando em conta seus próprios interesses.

Jornal GGN:

A diplomacia da biruta conduzida por birutas

por Fábio de Oliveira Ribeiro

Esta semana fomos obrigados a testemunhar mais uma das trapalhadas de Jair Bolsonaro. A política externa dele é tão inconstante quando a bunda de um bebê.

Primeiro o mito sentou no colo de Donald Trump e hostilizou o mundo inteiro, comprometendo os interesses comerciais do Brasil. A derrota do trumpismo e a perspectiva de represalias norte-americanas por causa da devastação da Amazônia obrigaram-no a se reposicionar.

Na reunião dos BRICS o presidente brasileiro virou um peão do Kremlin nas disputas diplomáticas entre Rússia e China. Em troca Vladimir Putin elogiou a masculinidade dele.

O gesto de Putin foi apenas uma encenação, cuja finalidade aparente – o reforço da imagem de macho alfa que Bolsonaro usa para seduzir os fanáticos que o seguem – não terá qualquer consequência econômica. É cediço que os russos só importam produtos dos países que compram armas “made in Russia”. E isso o mito não ousaria fazer, porque os vagabundos da Embaixada dos EUA derrubariam ele com um sopro.

A China cuida dos seus próprios interesses. Hostilizada pelos Bolsonaro, Pequim já se afastou do Brasil, aumentou o comércio com a Argentina e apazigua os norte-americanos comprando mais grãos e alimentos “made in USA”. Os EUA por sua vez não comprarão nada produzido no Brasil. A Europa idem.

Resta o comércio entre nosso país e os cacarecos cortejados pelo Itamarary. Todavia, eles dificilmente conseguiram restabelecer o superávit comercial que o Brasil tinha quando se tornou a 5a. maior economia do planeta.

Nenhum país jamais conseguiu crescer e ser respeitado sem definir uma política externa consistente de médio e longo prazo levando em conta seus próprios interesses. O Brasil não será uma exceção. Sem parceiros comerciais nosso país afundará mais e mais numa depressão econômica sem fim.

Celso Amorim foi um Ministro das Relações Exteriores firme, respeitado e extremamente competente. Ernesto Araujo substituiu a política externa “ativa e altiva” pela da “biruta a procura de um vento forte”. Conduzido não por seus interesses e sim por forças externas, o Brasil não vai a lugar algum. Tão cedo não sairemos do buraco em que fomos jogados em 2016.

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