segunda-feira, 24 de maio de 2021

Tenente-médico (junto com o olavista Arthur Weintraub, irmão do ex-deseducador Abraham Weintraub) é apontado como figura central no gabinete paralelo pró-cloroquina de Bolsonaro

 


Jornal GGN – O tenente-médico Luciano Dias Azevedo, da Marinha, está no “centro” do esquema do gabinete paralelo que orientou Jair Bolsonaro a apostar no “tratamento precoce” com hidroxicloroquina e outros medicamentos sem eficácia cientificamente comprovada contra Covid-19, em vez de respeitar as medidas de mitigação da pandemia recomendas por epidemiologistas, como máscara e distanciamento social. A informação foi revelada pelo Correio Braziliense nesta segunda (24).

Segundo o jornal, Azevedo é o autor da minuta de decreto presidencial que buscava mudar a bula da cloroquina para fazer constar a indicação para tratamento de Covid-19, mesmo sem a conclusão de estudos clínicos. À CPI, o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta revelou a existência do “assessoramento paralelo” e da reunião em 20 de abril de 2020, em que a minuta de decreto foi apresentada. Já o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, explicou que apenas a empresa detentora dos direitos sobre a hidroxicloroquina no Brasil poderia requerer e providenciar a mudança na bula.

“Em todas as conversas com médicos como Nise [Yamagushi] e o virologista Paulo Zanotto para se chegar à proposta de mudança na bula da cloroquina, o tenente Azevedo deixou claro que o tema era prioridade para o Palácio do Planalto, pois o presidente Bolsonaro precisava reforçar o discurso dele em favor do tratamento precoce contra a covid-19”, informou o Correio.

Mandetta não quis saber da proposta e o presidente da Anvisa também rejeitou acatá-la na reunião, mas “o tenente Azevedo continuou auxiliando Arthur Weintraub em suas peripécias no gabinete paralelo.” Arthur, segundo a imprensa noticiou no último final de semana, teria sido encarregado de buscar médicos para sustentar as ideias de Bolsonaro na pandemia.

De acordo com a reportagem, o tenente Azevedo ganhou um cargo no Capes durante a gestão de Abraham Weintraub no Minsitério da Educação. “A ligação do militar com os irmãos Weintraub (…) permanece forte. Assim como ele continua dando consultoria ao gabinete paralelo, segundo fontes.”

Azevedi já participou de eventos elogiando o Bolsonaro por ter tomado cloroquina quando teve Covid, e ainda entregou ao presidente da República uma carta, em nome de 10 mil médicos do país, incentivando o uso da substância. “Aprendemos, com o atendimento precoce, que atacar o vírus já na fase inicial da doença usando remédios simples, como a hidroxicloroquina, a azitromicina, o zinco, junto com outros medicamentos, torna essa doença mais branda e impede que a maioria dos doentes se agrave. Isso faz com que consigamos tratar a maioria dos pacientes, ainda que piorem, sem a necessidade de internação e no conforto dos seus lares”, declarou.

O Brasil registra hoje mais de 16 milhões de casos de Covid-19 e 449.068 mortes.

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