sexta-feira, 28 de maio de 2021

“Essa vacina (Coronavc-Butantan) não teve apoio”, confirma Dimas Covas em crime do governo contra a vida da população durante a CPI. Reportagem de Patrícia Faermann para o GGN

 

"Considera que o governo não só não estimulou, como dificultou a viabilidade dessa vacina brasileira?". "Essa vacina não teve o apoio na hora que foi solicitado", confirmou.

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Jornal GGN – O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, em depoimento à CPI da Covid nesta quinta-feira (27), confirmou que o governo federal não só cometeu crime de omissão, por negar as primeiras ofertas da vacina CoronaVac, como também cometeu crime de forma direta, ao prejudicar a produção e a disponibilização das vacinas para a população brasileira.

Já nos minutos finais da sessão, após mais de 7 horas de sabatina junto aos parlamentares, o senador Jean Paul Prates (PT-RN) fez duas pergunta a Dimas Covas: “o governo atuou para estimular a produção de vacinas no Brasil?”. “No caso do Butantan, não”, respondeu o diretor.

“No caso dessa vacina, não houve estímulo governamental, do governo federal para o seu desenvolvimento”, explicitou.

Em seguida, o senador trouxe o segundo questionamento: “Por fim, isso caracterizaria culpa, mas para caracterizar dolo, o senhor considera que o governo não só não estimulou, como atrapalhou deliberadamente, ou dificultou a viabilidade dessa vacina brasileira?”.

E, de forma positiva, o diretor do Butantan confirmou: “Essa vacina não teve o apoio, na hora que foi solicitado, isso poderia ter dado uma velocidade maior ao desenvolvimento. Nós poderíamos ter, como mostrei por vários documentos, um quantitativo maior de vacinas disponíveis para o Brasil no momento adequado.”

Ainda, em resposta a questionamento anterior do senador Fabiano Contarato (Rede-ES), Covas deixou claro, assim como ao longo de toda a sessão da CPI desta quinta, da responsabilidade direta do presidente Jair Bolsonaro na falta e atraso das vacinas para imunizar a população contra a Covid-19.

“Era possível, em outubro, ter obtido um uso emergencial dessa vacina”, lembrou, expondo anteriormente que o país poderia ter recebido de 60 a 100 milhões de doses da Coronavac ainda no ano passado e que poderia ter sido o primeiro país do mundo a iniciar a vacinação.

Como o GGN mostrou, o silêncio do governo federal se estendeu para além da aquisição das doses ofertadas, em si, como também revelado no depoimento do CEO da Pfizer na América Latina, mas também na negativa ao pedido de socorro financeiro feito pelo Instituto Butantan para a continuidade da pesquisa, desenvolvimento e para a construção da fábrica que produzirá a ButanVac.

O depoimento, considerado crucial para a CPI, confirmou a tese de que o governo cometeu crimes diretos na omissão e manejo da pandemia no país.


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