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quinta-feira, 5 de março de 2020

Tratado por pró-golpistas de direita da Globo, como Jabor, como Bolsonaro de esquerda, Bernie Sanders condena ataques a adversários






Ontem, Bernie Sanders  declarou que está "enojado" por quaisquer ataques pessoais que seus apoiadores ou qualquer outra pessoa tenham lançado contra sua oponente presidencial, senadora Elizabeth Warren.

Tratado por Jabor como Bolsonaro de esquerda, Sanders condena ataques a adversários

Por Luis Nassif
GGN. - Na lista dos falsos paralelismos, o comentarista Arnaldo Jabor tratou Bernie Sanders, candidato a candidato do Partido Democrata dos EUA, como “Bolsonaro da esquerda”.
Trata-se do mais novo esporte trazido pelo acesso online ao noticiário internacional: dar opinião taxativa e de impacto sobre temas nos quais não se aprofunda.
Ontem, Bernie Sanders  declarou que está “enojado” por quaisquer ataques pessoais que seus apoiadores ou qualquer outra pessoa tenham lançado contra sua principal oponente presidencial, senadora Elizabeth Warren.
A declaração foi em resposta a uma pergunta de uma apresentadora da MSNBC.
“Condenamos isso”, disse Sanders. “Queremos que nossos apoiadores estejam [falando] sobre os problemas.
“[Não] precisamos de ataques feios e pessoais contra o senador Warren ou qualquer outra pessoa para essa medida”, acrescentou.
Ele disse que teve uma discussão cordial com Warren enquanto ela reavalia sua campanha , mas não discutia a conversa particular com seu colega e oponente.

sábado, 6 de fevereiro de 2016

Redes sociais impulsionam campanha de Bernie Sanders nos EUA

Números expressivos na internet ajudam a consolidar candidatura de 'democrata socialista'; página 'Bernie Sanders Brasil' no Facebook já tem 2,8 mil seguidores

Eleições nos Estados Unidos


#FeeltheBern: Redes sociais impulsionam campanha de Bernie Sanders nos EUA


Os gritos de "Feel the Bern" são marca registrada dos discursos do senador Bernie Sanders, candidato à nomeação do Partido Democrata para a eleição presidencial de 2016 nos Estados Unidos. Usada mais de 210 mil vezes nos últimos 30 dias no Twitter, a hashtag #FeeltheBern(alusão a "Feel The Burn", "sinta queimar" em português; "Burn", em inglês, tem som semelhante a "Bern") é a inspiração da campanha.

Assim como #FeeltheBern, o apoio de seguidores e fãs nas redes sociais digitais vem impulsionando o crescimento de Sanders na disputa contra a também pré-candidata Hillary Clinton no Partido Democrata.
Reprodução Twitter

'Feel the Bern' é a expressão mais mencionada nas redes sociais nas últimas semanas sobre eleições nos EUA 

Em junho de 2015, quando Bernie Sanders começou a campanha, tinha cerca de 9% das intenções de voto nacionais. Na última segunda (01), durante o caucus de Iowa - primeira etapa do processo de escolha dos candidatos de cada partido -, o "democrata socialista" conquistou 49,6% dos votos dos eleitores democratas contra os 49,8% angariados por Hillary. De acordo com analistas norte-americanos, o resultado, um empate virtual, teve influência direta do grande movimento nas redes sociais.

Sem a mesma exposição que os concorrentes na imprensa tradicional e considerado por muitos veículos como candidato nanico no início da campanha, Bernie Sanders arrebatou nas últimas semanas mais seguidores no Instagram, mais compartilhamentos no Facebook e, sobretudo, o maior número de interações no Twitter em comparação com a concorrente Hillary Clinton, segundo registros da mídia norte-americana.

De acordo com os dados oficiais do Facebook, durante as 24 horas que antecederam o pleito de Iowa, 42,2% das conversas sobre as eleições eram sobre Bernie Sanders. Apenas 13% foram sobre Hillary.

Também no Facebook, Bernie Sanders liderou nos últimos dias o número de novos seguidores de páginas - elemento utilizado por especialistas para analisar o entusiasmo dos internautas. Foram 15 mil novos fãs em comparação a 6 mil de Clinton.

De acordo com o portal Decision Data, especialista em dados políticos, Sanders foi citado pelos meios de comunicação tradicionais cerca de 30 mil vezes entre junho de 2015 e janeiro de 2016. No mesmo período, Hillary Clinton teve o triplo de menções e foi citada cerca de 90 mil vezes. No entanto, Sanders foi procurado nos mecanismos de busca do Google cerca de 21,5 milhões de vezes contra 9,2 milhões de Clinton.

Sanders é contrário a doações privadas e a verbas de organizações financeiras para a campanha, e através da mobilização nas redes sociais garantiu outro número expressivo: a campanha é a que mais recebeu doações individuais na história da corrida presidencial à Casa Branca.

Ted Cruz surpreende e bate Trump em Iowa; democratas Hillary e Sanders empatam

Por que a esquerda norte-americana critica Bernie Sanders, defensor do fim dos grandes bancos e da taxação aos mais ricos?


Com discurso contra a especulação financeira em Wall Street e a favor de saúde e educação gratuitas para todos os norte-americanos, Sanders vem conquistando apoio de perfis importantes nas redes sociais. Nomes estrelados como as bandas Red Hot Chili Peppers, Run The Jewels e Slipknot, o ator Leonardo Di Caprio e o cineasta Michael Moore, entre outros, já citaram Sanders nas plataformas digitais.
Outro elemento importante na análise das redes sociais é o número de visualizações nos vídeos que circulam no Youtube e no Facebook. Diversos perfis publicaram vídeos que viralizaram na internet. Um dos mais vistos, com 8 milhões de visualizações, é o que mostra 30 anos da atuação política de Sanders.
Nos EUA, grande parte dos analistas edigitais afirma que faltam dados de análise e que ainda é cedo para garantir que o crescimento expressivo de Bernie Sanders possa repetir o que aconteceu com Barack Obama em 2008, quando o pleito contra o republicano John McCcain ficou marcado pela ascensão das redes sociais na internet como fator político, garantindo a vitória do atual presidente.
Bernie Sanders Brasil
Criada em 24 de janeiro, a página no Facebook "Bernie Sanders Brasil" já reúne mais de 2,8 mil seguidores e registrou mais de 130 mil visualizações até agora. A iniciativa, feita de forma coletiva a partir de um grupo de discussão política, reúne em português os principais tópicos da campanha de Sanders nos EUA. Em entrevista a Opera Mundi, o coletivo destaca que deseja fortalecer as discussões sobre a eleição norte-americana pela perspectiva de esquerda.


“A página está crescendo porque muita gente está interessada em debater as questões que Bernie Sanders levanta. No fundo, muitos dos problemas do sistema norte-americano, como brutal concentração de renda, racismo, poder do sistema financeiro, corrupção eleitoral, entre outros, também acontecem no Brasil. O que Sanders fala, apesar de se referir à realidade dos Estados Unidos, significa muito para muitos de nós no Brasil, seja na conquista de direitos, seja na materialização de conquistas como Sistema Único de Saúde e Salário de Vida, que são constitucionais, mas não são direitos efetivos”, afirma o historiador Bruno Marconi, um dos integrantes do movimento.

“Como Bernie diz, são os 'problemas reais das famílias trabalhadoras'. Não precisamos de novas lideranças, precisamos de novas práticas. Bernie não aceita dinheiro de empresas, limita as doações para sua campanha a cerca de dois salários mínimos dos EUA e fala de um movimento de ampliação da participação democrática feito pela base da sociedade (os chamados grassroots movements) em que ele é 'um de muitos', usando a hashtag #NotMeUs ["Não Eu, Nós", em tradução livre]. É disso que precisamos”, afirmam os estudantes João Pedro Dias, Rodrigo Veloso e Victor Stuart, também responsáveis pela página.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Bernie Sanders enfrenta o preconceito e a mídia americanas e mostra um caminho para a esquerda...

Um caminho para a esquerda autêntica



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Nos EUA, nova arrancada de Bernie Sanders revela: é possível vencer preconceitos da mídia — desde que se apresente propostas concretas, em vez de discurso doutrinário
Por Cauê Seignemartin Ameni (da Redação do Outras Palavras)
Diminui a cada dia, nos EUA, a distância que separava a candidata oligárquica do Partido Democrata à Casa Branca, Hillary Clinton, do outsider à sua esquerda, o senador Bernie Sanders. O próprio New York Times reconhece: em um mês, Hillary viu sua vantagem de 20 pontos percentuais, entre os membros do partido aptos a votar nas eleições primárias, derreter para 7 pontos. Outras sondagens já mostram uma virada na primárias de dois estados importantes. Em Iowa, onde começa a disputa (em 1º/2) e New Hampshire (9/2), Sanders está à frente com 5 pontos de vantagem. Sua liderança concentra-se entre os candidatos mais jovens, onde tem o dobro de preferência. Quais as razões? A esquerda brasileira teria algo a aprender com elas?
A primeira grande barreira que Sanders parece saber enfrentar é a do preconceito. Para frear o ascensão do candidato, seus adversários apostam no desgaste da palavra que o senador emprega para definir a si mesmo: “socialista”. Contudo, Sanders não se presta ao papel de espantalho, analisa Robert Reich, professor de Políticas Públicas da Universidade de Berkeley e ex-ministro do Trabalho (no governo de Bill Clinton). Segundo ele, as pessoas começaram a entender que o senador não é o socialista retratado nas caricaturas da Fox News, mas alguém semelhante a Franklin Roosevelt.
“Há um século, Roosevelt quebrou a Standard Oil porque ela representava um perigo à economia dos EUA. Hoje, os bancos de Wall Street representam um perigo ainda maior”, diz Reich. Refere-se a uma proposta de Sanders, que pretende restabelecer a lei rooseveltiana Glass-Steagall, revogada em 1999 pelo lobby de Wall Street. A lei tem dois objetivos: 1) combater a cartelização bancária; e 2) impedir a especulação desenfreada com ativos financeiros. Joseph Stiglitz, Nobel de Econômica, e Nouriel Roubini, o economista que previu a crise de 2008, concordam com a reforma em Wall Street proposta pelo senador. “O plano mais modesto de Hillay Clinton é inadequado” conclui Reich.
O colapso financeiro de 2008, causado por Wall Street, parece não ter promovido apenas instabilidade econômica. Também abriu as portas para o que o sociólogo Immanuel Wallerstein chama de “o colapso do centro”, em muitas “democracias” ocidentais. As pesquisas norte-americanas revelam um cenário eleitoral semelhante ao registrado nas urnas espanholas, portuguesas e gregas, onde parte da esquerda conseguiu se reinventar e transformar a revolta dos 99% em novas esperanças.
Como na Europa, há dois grandes desafios. O primeiro é formular propostas mais ousadas e atraentes que os pré-candidatos da nova direita. Nos EUA, são hoje mais carismáticos e nacionalistas, gente como o bilionário Donald Trump e o religioso Ted Cruz. O segundo é superar velha esquerda, insossa porém poderosa, representada por Hillary Clinton.
Aparentemente, Sanders progride. Não decola somente nas pesquisas eleitorais, mas também nos sinais de um engajamento social massivo. O senador atingiu, há dias, nova marca histórica de doações individuais: 2 milhões de apoiadores. Bateu o recorde ao dobrar o inédito desempenho de Obama em 2008. Nos últimos três meses, angariou US$ 33 milhões para sua campanha, apenas US$ 4 milhões a menos que Hillary — que aceitou doações de Wall Street e de lobistas das grandes redes de prisões privadas. Na soma total Sanders continua em desvantagem: obteve U$ 73 milhões, enquanto Clinton angariou US$ 112 milhões.
Do lado do Partido Republicano, a maior dificuldade dos pré-candidatos tem sido propor saídas para estancar o aumento da pobreza, segundo aponta Eduardo Porter no New York Times. Entre os países da OCDE, os EUA figuram entre as piores colocações quando o assunto é desigualdade de renda e pobreza. Estão atrás até mesmo dos estigmatizados “PIGS” da Europa (Portugal, Itália, Grécia e Espanha), e à frente apenas do México. Porter mostra como o plano de mais austeridade do histriônico bilionário Donald Trump e Ted Cruz, ligado ao movimento ultradireitista Tea Party e ex-assessor de George W. Bush, só aprofundariam ainda mais a crise no país. E, para azar dos dois, aliados do 1% da elite financeira, 63% dos norte-americanos acham a questão da desigualdade muito importante, mostra pesquisa recente do Gallup.
Por isso, mesmo tendo uma cobertura midiática 23 vezes menor que Trump, o socialista Bernie Sanders tem um potencial de vitória crescente, com uma vantagem de 13% nas eleições gerais sobre a principal liderança republicana; e uma rejeição nacional menor que Clinton (59% dos americanos a consideram “desonesta e nada confiável”). Isso explica porque Sanders foi capaz de reunir multidões – mais de 100 mil pessoas, na soma de seus últimos comícios — além de uma onda de seguidores nas redes sociais. Tornou-se, de longe, a maior atração na campanha eleitoral. Enquanto os ventos sopram à direita nos países afetados recentemente pela crise, como na América Latina, parecem empurrar à esquerda nos países que hoje lutam contra a recessão imposta após a crise.