terça-feira, 3 de novembro de 2020

Com a extrema-direita e seu autoritarismo falso moralista, perdemos a noção de Democracia.... Leia a crônica de Izaías Almada

 

Um candidato da maior “democracia” do planeta a ameaçar não reconhecer o resultado do pleito se for derrotado? Quem diria, hein?


Perdemos a noção

por Izaías Almada

Voltava eu da Exposição em homenagem a Dom Paulo Evaristo Arns na semana passada, apresentada agora no Centro Cultural da Juventude na Vila Nova Cachoeirinha, zona norte de São Paulo, quando me deparei com uma irônica e não menos verdadeira mensagem pichada numa parede branca no bairro da Pompeia: “Perdemos a noção”.

Boa parte do final do retorno a casa foi consumida em imaginar e pensar quem seria o autor daquela pichação, ou os autores, caso tivesse alguma conotação política.

Não foi difícil intuir, pelo momento em que vivemos no Brasil e em boa parte do mundo, que a frase só poderia fazer algum sentido se a intenção da mensagem fosse de alcance político e social, pois não só fomos condenados a conviver com uma estranha pandemia que já causou a morte de centenas de milhares de seres humanos nos cinco continentes, mas perceber – pelas notícias que recebemos de fatos relacionados direta ou indiretamente ligados ao covid-l9 – que de fato estamos perdendo a noção do que se passa à nossa volta.

Tomemos como exemplos a serem analisados, até pela sua inegável atualidade, as eleições presidenciais nos Estados Unidos da América hoje e as eleições municipais brasileiras, onde prefeitos e vereadores serão escolhidos em todo o país a partir do próximo dia 15.

Joe Biden ou Donald Trump?

Comecemos pelas eleições presidenciais norte americanas, onde muito se especula sobre a possível vitória do candidato democrata ou – o que não deixa de ser surpreendente na história da “democracia” dos EUA – o não reconhecimento antecipado da derrota republicana, anunciado publicamente pelo candidato Trump.

Um candidato da maior “democracia” do planeta a ameaçar não reconhecer o resultado do pleito se for derrotado? Quem diria, hein?

Ou seja, de tanto se esforçarem por manter os países da América Central e do Sul como sendo uma espécie de quintal da Casa Branca, o vento pestilento que criaram com o apoio a tantos golpes de estado, sobretudo no século XX parece que muda de rumo e retorna perigosamente a Washington e adjacências.

Não que seja novidade se lembrarmos da eleição de Bush filho sobre o democrata Al Gore, por exemplo, ou mesmo a de Trump sobre Hillary Clinton. A novidade se vier a se consumar a vitória democrata, é o fato de termos uma espécie de golpe de estado na matriz, mesmo que por lá não se encontrem as famosas “embaixadas dos Estados Unidos” para preparar o cada vez mais escorregadio terreno antidemocrático.

Já por aqui, na filial, tudo indica que os professores de Aécio Neves, José Serra, Michel Temer, Sergio Moro e outros menos votados estejam às vésperas de beber do próprio veneno que espalham por vários países pelo mundo. Deus salve a América!

Fundamentalistas evangélicos de todo o mundo, uni-vos! A coisa pode ficar feia para os que brincam com satanás, usando-o como escudo para suas estripulias.

Aqui dentro de casa milhares e milhares de cidadãos expõem pelo rádio e pela televisão as suas promessas de candidatos às prefeituras e camaras de vereadores, oitenta por cento deles – para sermos condescendentes – sem saber exatamente como explicar o que farão se forem eleitos. São tantas as promessas, é tanta a esmola que o santo nem mais desconfia, mas tem a certeza de que está sendo enganado.

Um verdadeiro show de horrores, para dizer o menos, pois o número de candidatos é tão grande que não há tempo disponível para se apresentarem ou apresentarem suas plataformas, dessa vez com o nome dos partidos citados por uma voz em alta rotação onde não se entende muito bem o que é dito. Nada mais natural, pois são tantos os cabides de emprego, quero dizer, são tantos os partidos políticos no Brasil que o nome deles não interessa.

De fato, perdemos a noção do que fazer diante de tanta incompetência, malandragem, desemprego, falsa cultura, deboche, ganância, egoísmo, falta de solidariedade… E por aí vamos.

Em quem o caro leitor vai votar?

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Assine e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

ASSINE AGORA

Nenhum comentário:

Postar um comentário