terça-feira, 3 de novembro de 2020

Em livro, Temer revela postura de militares a governo Dilma antes do impeachment

 


 "Expressamente, o livro trata que o governo de Dilma incomodou os militares pela Comissão Nacional da Verdade, cujo trabalho resultou na maior coleta documental histórica sobre a ditadura do regime militar brasileiro (1964-1985) e os crimes cometidos, além da intenção de Dilma de alterar a Lei da Anistia, que perdoou estes crimes da ditadura."




Temer se posiciona como um heroi da resistência e moderação, em meio à crise política que ele incendiava com o impeachment de Dilma Rousseff, em 2016


Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Jornal GGN – “A Escolha, Como um Presidente Conseguiu Superar Grave Crise e Apresentar uma Agenda Para o Brasil” é o livro de Michel Temer (MDB), no qual ele se posiciona como um heroi da resistência e moderação, em meio à crise política que ele incendiava com o impeachment de Dilma Rousseff, em 2016.

Um dos momentos chaves do livro, sustentado em entrevistas concedidas por Temer ao seu amigo e professor de filosofia Denis Lerrer Rosenfield, é a relação mantida pelo então vice-presidente com chefes militares, nos preparativos para a derrubada de Dilma.

Expressamente, o livro trata que o governo de Dilma incomodou os militares pela Comissão Nacional da Verdade, cujo trabalho resultou na maior coleta documental histórica sobre a ditadura do regime militar brasileiro (1964-1985) e os crimes cometidos, além da intenção de Dilma de alterar a Lei da Anistia, que perdoou estes crimes da ditadura.

Segundo o livro de Temer, os militares também tinham receio de que a gestão Dilma interferisse na estrutura de ascensão dos membros das Forças Armadas e a formação nas academias.

Os dois principais militares citados no livro são o então comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, mantido no cargo por Temer e um de seus principais interlocutores de gestão, e o general Sérgio Etchegoyen, que foi nomeado a chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no governo Temer.

“Não foi uma vez. Foram vários encontros”, entre 2015 e 2016, narrou o autor do livro.

Por outro lado, o ex-vice que assumiu o principal cargo da República nega constantemente, no livro, que se tratou de um golpe e concede os créditos à queda de Dilma ao ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (MDB). “O que aconteceu é que o PT agrediu muito o presidente da Câmara e, em face dessa agressão, ele não teve outra alternativa”, foi a lógica de Temer.

“Golpista… O tempo todo. É um movimento político que mostra como temos pouco apreço pela institucionalização”, escreveu Rosenfield, em entrevista ao Estadão, sobre o livro.

Michel Temer foi um dos alvos da Operação Lava Jato, chegando a ser preso, após deixar o governo e perder a imunidade da Presidência. Com base nas delações do empresário Joesley Batista, dono da JBS, as acusações contra Temer foram descritas como não confiáveis: “Delatores… me permita! Delator foi Joaquim Silvério dos Reis, foi Judas, não é? Esses foram delatores”, menciona.

O livro também trata da carreira jurídica do ex-presidente, o início de sua vida política, como deputado, em cargos no Estado de São Paulo, obras escritas e trajetória.

 

 

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