Do Canal Plantão Brasil:
Do Canal Meteoro Brasil:
Para conseguir vender vacinas inexistentes ao governo, a Precisa Medicamentos contou com os serviços do FIB Bank. Ao checar o histórico deste banco, a CPI pode ter descoberto uma espécie de central da corrupção...
Quebra do sigilo telefônico da diretora da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades, revelou que ela manteve contatos telefônicos com um capitão-de-mar-e-guerra do Ministério da Defesa e com o senador Luis Carlos Heinze, que integra a CPI da Covid
247 - A quebra do sigilo telefônico da diretora da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades, determinada pela CPI da Covid, revelou que ela manteve oito contatos telefônicos com um capitão-de-mar-e-guerra que ocupa um cargo de gerência no Ministério da Defesa e quatro ligações do senador Luis Carlos Heinze (PP-RS), um dos principais defensores de Jair Bolsonaro e do uso de remédios sem comprovação científica contra o coronavírus no colegiado. As ligações foram realizadas antes do escândalo envolvendo a intermediação da compra da vacina indiana Covaxin pela Precisa.
De acordo com reportagem da Folha de S. Paulo, Medrades efetuou uma ligação para o número de um celular utilizado pelo capitão da Marinha Leonardo José Trindade de Gusmão, gerente do Departamento de Promoção Comercial do Ministério da Defesa. As ligações foram feitas em 22 e 23 de julho de 2020. A secretaria teria feito prospecções por insumos como seringas, agulhas e testes, que não estão entre os produtos principais da Precisa.
“Quando as ligações foram feitas, a Precisa já estava envolvida em outra suspeita, que resultou na Operação Falso Negativo, no Distrito Federal. A operação foi deflagrada a partir de junho de 2020, após indícios de superfaturamento na aquisição de testes para detectar a Covid-19 pelo governo local”, destaca um trecho da reportagem.
A quebra do sigilo também revelou registros de quatro contatos mantidos com o celular do senador Luis Carlos Heinze, todas elas feitas em 18 de abril deste ano, cinco dias após a CPI ter sido formalmente criada. A instalação do colegiado, porém, aconteceu em 27 de abril, nove dias após as ligações para a diretora da Precisa Medicamentos. Questionado sobre o assunto, o parlamentar disse não se lembrar do acontecido.
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Por Luis Nassif
Nas teias que vão sendo reveladas, do caso das vacinas, surge um novo personagem, ainda não suficientemente analisado. Se nossos leitores quiserem ajudar nesse mutirão, no final do post há um roteiro de palavras chaves a serem pesquisadas.
Trata-se de um investidor brasileiro, filho de um imigrante chinês, Sheun Ming Ling, que fundou a Olvebra e a Petropar, no Rio Grande do Sul.
Na época da revolução chinesa, fins dos anos 40, um grupo de empresários chineses, ligados a Chiang Kai-shek, conseguiu desembarcar trazendo algum patrimônio da China. Sheun era auditor de uma estatal chinesa. Por aqui, associou-se a outros chineses e adquiriu uma esmagadora de soja. Fez fortuna no Rio Grande do Sul, fundou uma grande indústria de óleo de soja, a Olvebra e morreu no ano passado, aos 99 anos.
Nos anos 90 criou o Instituto Ling, ligado à cultura e responsável por mais de uma centena de bolsas de estudos a jornalistas promissores, visando prepará-los para teses conservadoras.
Deixou dois filhos. Um deles, Winston Ling desde 2001 foi morar em Hong Kong onde trabalha com “importação, exportação e negócios imobiliários”.
Desde o advento do governo Bolsonaro, WInston passou a frequentar uma frente de empresários com vários pontos em comum: comércio de madeira da Amazonia com a China e adesão incondicional ao bolsonarismo.
Além dele, compõem a frente Luiz Renato Durski Junior, o dono dos restaurantes Madero – cujo nome foi inspirado na ação original do seu fundador, que tinha como sócio, na exploração de madeira e nos restaurantes, o chinês Lu Weiguang, da empresa Anxin, tratado pelos chineses como “o primeiro chinês dono da floresta amazônica”.
Nos registros da Forbes chinesa, sua empresa, AnXin Trust Investment, aparece como sendo do ramo imobiliário e finanças. Foi classificado em 329 lugar entre os bilionários do país com patrimônio de US$ 1,1 bilhão
Segundo a China Daily Lu Weiguang, 39, nasceu em uma família de comerciantes de Wenzhou, província de Zhejiang. Após se formar na faculdade, Lu tornou-se funcionário do Departamento Administrativo de Pesca de Wenzhou.
Com um empréstimo do pai, fundou a Anxin, que começou vendendo pisos de madeira e se tornou a líder do setor e a maior importadora de madeira bruta do país.
Na China, antes da descoberta da Amazônia, o setor envolveu-se em corrupção grossa com o contrabando da madeira da Birmânia, ou Miamar. Em 1996, o Conselho de Estado da China proibiu a exploração comercial de florestas nativas. Ele passou, então, a se voltar para o Brasil. Com a proibição de exportação de madeira do país, o setor montou um enorme poder paralelo no país.
Recentemente, Miamar foi alvo de um golpe militar sangrento.
A rápida e gigantesca expansão recente da China, abriu espaço para um capitalismo ainda selvagem, não submetido à regulação. Em vários setores surgiram empresas, que cresceram rapidamente, e empresários que passaram a se aventurar pelo mundo, com práticas, muitas vezes, heterodoxas. Negócios de madeira e de vacina se destacam.
Por volta de 2017, quando Bolsonaro passou a despontar como uma alternativa conservadora, Winston aproximou-se dele, assim como Durski Jr, do Madero. Durki é tosco, Lin é internacional, herdeiro de um grupo com ramificações em vários países.
Já ativo no mercado financeiro, propôs-se a fazer o meio campo com o mercado e o empresariado. Coube a ele prospectar diversos economistas e, finalmente, emplacar Paulo Guedes no Ministério de Bolsonaro. Ou seja, sua relação com o bolsonarismo é muito mais estreita do que a de simples apoiador.
Segundo o site De Olho nos Ruralistas, Winston compareceu à Câmara para homenagear a deputada bolsonarista Bia Kicis, quando assumiu a presidência da Comissão de Constituição e Justiça.
Segundo reportagem do site, nas eleições de 2018 o clã gastou ao menos R$ 550 mil em doações partidárias. Entre os beneficiados estavam o ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema. Enquanto Salles permaneceu Ministro, havia menções de apoio frequentes a ele por parte de Winston.
“Um levantamento feito pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) a pedido do Valor Econômico em março de 2016 listou os cem maiores devedores da Previdência. A Petropar, dos Ling, aparecia em sétimo lugar no ranking, com R$ 1,058 bilhão. Ela declarou à época não possuir passivo em aberto e desconhecer a existência de qualquer processo de cobrança pela via judicial ou por qualquer outra via.
Há misses Brasil comportadas e aquelas mais desinibidas. Miss Brasil 2015, Marthina Brandt é do segundo grupo.
Namorou celebridades, consta nos sites de fofocas como tendo namorado o dono do Almanara, e, agora, o herdeiro da Riachuelo.
Hoje em dia ele se apresenta como influenciadora e inundou a avenida Paulista em 2016 com palavras de guerra: “Meu partido é o Brasil!!!! Vamos lá, todos por um país melhor… Um Brasil sem corrupção, com saúde, educação e respeito”
Em 2016 estava diretamente ligada com a Precisa, a empresa envolvida nas falcatruas do Ministério da Saúde, na gestão Ricardo Barros. Seu envolvimento se deu no período em que a Precisa enfrentava processos variados no Tribunal de Justiça de São Paulo, por não entrega de medicamentos a redes privadas, e rolos com seguradoras.
No Tribunal de Justiça de São Paulo há 9 processos envolvendo Marthina Brandt, todos tendo participação de Francisco Emerson Maximiano, o dono da Precisa Medicamentos
Os processos envolvem bloqueio de bens, ações de ressarcimento de seguradoras etc. Uma delas é pelo não pagamento do aluguel de uma cobertura em Campo Belo, que Maximiano alugou em parceria com um empresário e com Marthina.
E, aqui, faz-se o link com Winston. Em agosto de 2020, ele adquiriu da TV Bandeirantes a concessão do concurso Miss Brasil Universo. E nomeou Marthina Brandt como diretora executiva.
Tem-se as seguintes coincidências:
Tem-se apenas fios da meada, não conclusões taxativas. Caberá à CPI do Covid desvendar essa trama maior.
Mas se os leitores quiserem ajudar no Mutirão, ai embaixo vai um gráfico com algumas palavras chave que poderão ser pesquisadas ou por aqui ou por sites chineses.