quinta-feira, 5 de novembro de 2020

O pacto ultraliberal brasileiro (anti-interesses da população, mas pró-mercado e elites) tem um ingrediente forte: um pró-americanismo inamovível da parte das Forças Armadas e do mercado aos interesses do Norte. Bolsonaro terá que curtir sua viuvez em lives pessoais com seu ídolo derrotado. Leia texto de Luis Nassif

 

Há uma semelhança e uma diferença fundamental entre o Partido Republicano e o PSDB brasileiro. A semelhança é que os dois partidos enveredaram pela radicalização mais inconsequente. A diferença é que o sistema político americano consolida o bipartidarismo; o brasileiro, não.

Do Jornal GGN:



Os pontos centrais para entender as eleições americanas, por Luis Nassif

O pacto ultraliberal brasileiro tem um ingrediente forte: um pró-americanismo inamovível da parte das Forças Armadas e do mercado. Bolsonaro terá que curtir sua viuvez em lives pessoais com seu ídolo. Não haverá a menor possibilidade de rompimento com Biden.

Jornal GGN:

Controle do Senado pelo Partido Republicano

O Partido Republicano manteve o controle do Senado e amplo a participação na Cãmara. O controle republicano no Senado amarrou toda a gestão Barack Obama. Biden terá as mesmas restrições e será obrigado a negociar.

O trumpismo não morreu

Metade dos Estados Unidos professa o discurso de ódio, do preconceito, da anti-ciência e do ódio aos imigrantes – mesmo da parte da geração anterior de migração. Talvez pela idade, Trump não consiga manter a liderança sobre o trumpismo. Não faltarão candidatos.

O Partido Republicano morreu

Há uma semelhança e uma diferença fundamental entre o Partido Republicano e o PSDB brasileiro. A semelhança é que os dois partidos enveredaram pela radicalização mais inconsequente. A diferença é que o sistema político americano consolida o bipartidarismo; o brasileiro, não.

Assim, o Partido Republicano torna-se definitivamente o partido da radicalização inconsequente, enquanto no Brasil os radicais se espalham por outros partidos, deixando o PSDB à míngua.

Por tudo isso, em breve haverá um novo candidato dos cardeais do Partido Republicano para assumir o trumpismo.

A disputa com o trumpismo

Não haverá como diluir o trumpismo, se não se ataca-lo em seu território e suas bandeiras. Biden se verá entre duas forças: as grandes corporações pretendendo aproximação com a China; e o enorme eleitorado trumpiniano querendo a volta do emprego. E tendo atrás de si uma Suprema Corte conservadora e um Senado tomado pelos adversários. Detalhe: Biden não é nenhum Roosevelt.

Aparentemente, a única bandeira inamovível será a ambiental.

Brasil e Bolsonaro

O pacto ultraliberal brasileiro tem um ingrediente forte: um pró-americanismo inamovível da parte das Forças Armadas e do mercado. Bolsonaro terá que curtir sua viuvez em lives pessoais com seu ídolo. Não haverá a menor possibilidade de rompimento com Biden.

Por sua vez, Biden será implacável com o tema meio ambiente. Mas condescendente com temas ligados a comércio.

Fica a dúvida sobre como será o comportamento futuro do Brasil com a China.


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