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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Luiz Carlos Bresser-Pereira, um dos fundadores do PSDB, discute sobre o raivoso cerco dos derrotados a Lula


Há meses que eu ouço frases como: “Quando vão chegar no Lula?”, ou então, “Quando vão pegá-lo?”. Porque, afinal, este é o objetivo maior do establishment brasileiro: atingir o maior líder popular do Brasil desde Getúlio Vargas. Não porque ele seja desonesto, mas porque ele se manteve de esquerda, porque se manteve fiel à sua classe de origem não obstante o clássico processo de cooptação de que foi objeto. Pois bem, o establishment chegou ao Lula. Não para incriminá-lo, mas para tentar desmoralizá-lo. 


As duas manchetes de primeira página dos dois principais jornais de São Paulo de hoje são significativas. Na Folha leio que “Lula é investigado por suposta venda de MPs”. Não há nada contra o ex-presidente na Operação Zelotes, a não ser a desconfiança de um delegado irresponsável. O que há nessa operação é o envolvimento de grandes empresas e de seus dirigentes em um escândalo de grandes proporções de pagamento de propinas para obterem MPs favoráveis. No Estado, por sua vez, a manchete é “Compra de sítio foi lavrada no escritório de compadre de Lula”. Neste caso — o do uso por Lula e sua família de um sítio no qual construtoras se juntaram para realizar obras sem que houvesse pagamento — o caso é mais objetivo. Lula aceitou um presente que não deveria ter aceito. 


As contribuições de empresas a campanhas eleitorais (que até a decisão do Supremo eram legais) são afinal presentes. Mas é impressionante como empresas dão ou tentam dar presentes mesmo a políticos — presentes dos quais elas não esperam nada determinado em troca; fazem parte de suas relações públicas. Eu sempre me lembro de como tentaram reformar a piscina da casa do Ministro da Fazenda em Brasília quando ocupei esse cargo em 1987. Minha mulher os pôs para correr. Era o que devia ter feito Lula, que havia acabado de sair do governo. Não o fez, e isto foi um erro político. A reforma não aumentava seu patrimônio, apenas lhe proporcionava mais conforto. Ele não trocou a reforma do sítio por favores às duas construtoras. Não há nada sobre isto na investigação sobre o sítio.


O Estado brasileiro está revelando capacidade de se defender — de defender o patrimônio público — ao levar adiante as operações Lava Jato e Zelotes. Dirigentes de empresas, lobistas e políticos envolvidos estão sendo devidamente incriminados e processados. A instituição da delação premiada revelou-se um bom instrumento de moralização [sic]. Mas está havendo abusos. Houve e estão havendo abusos na divulgação de delações sem provas, houve abuso em prisões cautelares ou provisórias quando não havia razão para elas. E não é razoável o que se está fazendo com Lula. Só um clima de intolerância e de ódio pode explicar o cerco de que está sendo vítima.

Luiz Carlos Bresser-Pereira
No Esquerda Caviar e Contexto Livre

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Fernando Brito sobre o incrível Reveillon de BOBAGENS tendenciosas da Globo


amarelo
É a crise, é a crise, é preciso gritar a cada minuto.
Ontem à noite, a poucas horas da virada do ano, O Globo saiu-se com a “pérola”: Crise econômica faz público trocar o branco pelo amarelo no réveillon.
Ridículo.
Algumas pessoas, por superstição, sempre vestiram amarelo para “chamar dinheiro” no Ano Novo.
Mas, por causa da crise, quem trocou foi o “público”. Público, como se sabe, são aquelas seis pessoas que são selecionadas pela reportagem “cumpre pauta”.
– Ih, olha lá, tem um de amarelo , vamos falar com ele
Incrível. O Rio de Janeiro “bombando”, com 900 mil turistas e hotéis lotados e uma multidão nas ruas e praias.
E quase todo mundo de branco, óbvio.
A “reportagem” chega a “pagar o mico” de ouvir uma arista de rua, que oferece um boneco carnavalesmo com roupas amarelas para que os turistas se fotografem. E o texto vem, claro, com o bordão permanente:
Apesar da crise, ela diz que o ano não foi ruim e que espera um 2016 melhor. Já prevê a cor na virada do ano que vem:
— Vai ser branco ou azul, pode apostar. Pra mim, desde que cheguei no Rio, não tem ano ruim. Já me considero carioca.
Não tem espírito de confraternização. Só espírito de porco.
Fernando Brito, no Tijolaço.com.br