terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Arbeit macht frei: a velha "grande mídia" restabelece lema do nazismo, por Esmael Morais


  "Em tempos de golpe de Estado e de Michel Temer, a velha mídia se esforça para criar um clima de normalidade no país a ponto, até, de resgatar um lema que era inscrito nos portões dos campos de concentração nazista dizendo que “o trabalho liberta” (arbeit macht frei).
Dito isto, vamos ao jornal Valor Econômico que na edição desta terça (3) traz a matéria “Trabalhar demais virou símbolo de status”. Trata-se de uma corruptela da máxima nazista."




Do blog de Esmael Morais
 
 
Esmael Morais
 
Em tempos de golpe de Estado e de Michel Temer, a velha mídia se esforça para criar um clima de normalidade no país a ponto, até, de resgatar um lema que era inscrito nos portões dos campos de concentração nazista dizendo que “o trabalho liberta” (arbeit macht frei).
Dito isto, vamos ao jornal Valor Econômico que na edição desta terça (3) traz a matéria “Trabalhar demais virou símbolo de status”. Trata-se de uma corruptela da máxima nazista.
O jornalão reproduz “estudo” norte-americano afirmando que compartilhar fotos de férias, momentos prazerosos ou de tempo livre perdeu espaço para o estilo de vida “workaholic” (viciado em trabalho).
Na verdade, o que o Valor quer incutir na mente dos brasileiros é que o trabalho dignifica o homem e os que não trabalham são vagabundos. Um contra-senso no país do golpe e do desemprego. Tirar férias, então, um pecado mortal!
É o neoliberalismo econômico fazendo a disputa ideológica (falsa representação da verdade) com os trabalhadores.
Aos que não se enquadrarem ao esquema da burguesia golpista, de trabalho num país de desempregados, xilindró, de preferência num presídio privado como aquele de Manaus onde 56 detentos foram exterminados no dia 1º deste ano.
Abaixo, a íntegra da matéria nonsense do Valor (Organizações Globo):
Trabalhar demais virou símbolo de status
SÃO PAULO – O que denota mais poder e status hoje em dia? Compartilhar fotos de uma prazerosa viagem de férias nas redes sociais ou repetir com frequência que a vida está “corrida” e o trabalho está tomando todo o seu tempo?
Segundo um estudo de pesquisadoras americanas, o estilo de vida “workaholic” é hoje um símbolo de status mais significativo do que a capacidade de ter tempo livre e se dedicar a atividades voltadas apenas ao lazer.
Por meio de uma série de experimentos, as professoras Silvia Bellezza, da Columbia Business School, Neeru Paharia, da Universidade de Georgetown, e Anat Keinan, da Harvard Business School, testaram como o ato de alguém sinalizar que está muito ocupado no trabalho influencia a percepção de status social dessa pessoa aos olhos dos outros.
Em um dos estudos, com 450 participantes, os entrevistados avaliaram o status de pessoas que faziam compras em um serviço on-line de entrega, ao invés de em uma rede de supermercados de alto padrão. Por associar o serviço de entregas à falta de tempo, os participantes atribuíram o mesmo status social aos seus compradores do que os que frequentavam a rede de supermercados de luxo — apesar de eles próprios não considerarem o primeiro tão caro quanto o segundo.
Outro experimento analisou a percepção dos participantes em relação a uma mulher que usava fones de ouvido sem fio, associados ao ato de fazer várias tarefas ao mesmo tempo, ou fones normais tradicionalmente usados para ouvir música. Mesmo quando as marcas dos fones tradicionais eram mais caras do que as do fone sem fio, os participantes associaram mais status aos aparelhos dedicados às atividades profissionais.
Para as pesquisadoras, a percepção crescente de que estar ocupado sinaliza status está relacionada ao desenvolvimento de uma economia baseada no conhecimento, onde certas habilidades profissionais são muito valorizadas no mercado. “Ao dizer aos outros que estamos ocupados e que trabalhamos o tempo todo, estamos sugerindo implicitamente que somos pessoas em alta demanda”, escreve Silvia Bellezza, em artigo para a “Harvard Business Review”.
Uma condicionante dessa percepção descoberta durante os estudos, no entanto, foi a crença de cada participante no conceito de mobilidade social. Aqueles mais propensos a acreditar que trabalhar duro resulta em sucesso também atribuíram mais status social às pessoas mais ocupadas.

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