terça-feira, 11 de novembro de 2014

Noam Chomsky e os termos e significados da Democracia na e para a Mídia, Política e o Governo Americanos junto com o Consenso Fabricado


  O linguista e filósofo norte-americano Noam Chomsky discute os significados dos termos ligados à Democracia e como estes são usados com representações contraditórias pela grande mídia, o governo e mega-empresas norte americanas, no primeiro video. Logo a seguir um documentário sobre Chomsky e sua análise do poder modelador e deformador da Mídia no video intitulado Consenso Fabricado:





segunda-feira, 10 de novembro de 2014

O filósofo esloveno Slavoj Zizek, em documentário, ajuda a lançar luz sobre o ódio político-eleitoral, fomentado em grande parte pela mídia parcial, no Brasil

Extraído do site Pragmatismo Político:

  O ódio político-eleitoral no Brasil, pela ótica de Slavoj Zizek



 O Documentário O Guia Pervertido da Ideologia, de Sophie Finnes e que tem o filósofo Slavoj Zizek como personagem central, ajuda a discutir os episódios de ódio e de intolerância ocorridos durante as eleições presidenciais no Brasil em 2014.



 O filósofo e cientista político esloveno Slavoj Žižek, considerado um dos mais importantes pensadores da atualidade, pode ajudar a analisar e compreender o que ocorreu durante o período eleitoral recém-finalizado no Brasil.

 Trechos do documentário “O Guia Pervertido da Ideologia", de Sophie Fiennes e que pode ser visto abaixo, em que Žižek explica sua teoria da ideologia, foram utilizados para se discutir/ilustrar os episódios de ódio observados sobretudo no segundo turno, em que a disputa entre Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) ficou mais polarizada.



Política e Diálogo no contexto da reeleição de Dilma Rousseff




Leonardo Boff

 08/11/2014

 Extraído do Blog do Leonardo Boff

 A reeleição de Dilma Rousseff propicia reflexões sobre as várias formas de se fazer política partidiária. Fazer política é buscar ou exercer concretamente o poder. Que fique claro o que Max Weber escreveu em seu famoso texto A Política como Vocação: “Quem faz política busca o poder. Poder, ou como meio a serviço de outros fins ou poder por causa dele mesmo, para desfrutar do prestígio que ele confere”.

  Esse último modo de poder político foi exercido, por quase todo o tempo de nossa história, pelas classes dominantes a fim de se beneficiarem dele, esquecendo que o sujeito de todo o poder é o povo. Trata-se do famoso patrimonialismo tão bem denunciado por Raimundo Faoro em seu clássico Os donos do poder.

  Vejo cinco formas de exercício de poder.

 Primeiro, a política do punho fechado.Trata-se do poder exercido de cima para baixo e de forma autoritária. Há um só projeto político, aquele do detentor do poder que pode ser um ditador ou uma classe dominante. Eles simplesmente impõem o projeto e esmagam os alternativos. Foi o que mais vigorou na história brasileira, especialmente sob a ditadura militar.

 Segundo, a política do tapinha nas costas. É uma forma disfarçada de poder autoritário. Mas diferencia-se do anterior porque este se abre aos que estão fora do poder mas para atrelá-los ao projeto dominante. Recebem algumas vantagens, desde que não constituam outro projeto alternativo. É a conhecida política paternalista e assistencialista que desfibrou a resistência da classe operária e corrompeu tantos artistas e intelectuais. Funcionou entre nós especialmente a partir de Vargas em diante.

 Terceiro, a política das mãos estendidas. O poder é distribuido entre vários portadores que fazem alianças entre si sob a hegemonia do mais forte. Há alianças entre o partido vencedor com os demais partidos aliados para garantir a governabilidade. É o presidencialismo de coalizão parlamentar. Esse tipo pode criar favorecimentos, disputas de postos importantes no Estado e mesmo a corrupção. Foi o que ocorreu nos últimos anos.

 Quarto, a política das mãos entrelaçadas. Parte-se do fato básico de que o poder está difuso nos movimentos e instituições da sociedade civil e não apenas na sociedade política, nos partidos e no Estado. Esse poder social e político pode convergir para algo benéfico para todos.   Trata-se da grande discussão atual que prevê a participação dos movimentos sociais e dos conselhos para junto com o Parlamento e o Executivo definirem políticas públicas. Busca-se uma democracia participativa que enriquece a representativa. Negar esta forma é não querer democratizar a democracia e permanecer na atual que é de baixa intensidade.

 Especificando: a política das mãos entrelaçadas acontece quando o chefe de Estado se propõe a uma ampla dialogação com todos os segmentos afim de repactuar os atores sociais ao redor de um projeto comum mínimo. O pressuposto é: aquém e além das diferenciações e dos interesses conflitantes, existe na sociedade, a idéia de que país queremos, a solidariedade mínima, a busca do bem comum, a observância de regras consentidas e o respeito a valores de sociabilidade sem os quais viraríamos uma matilha de lobos. As mãos estendidas podem se entrelaçar coletivamente. Mas para isso, precisa-se do exercício do diálogo que implica ouvir a todos e buscar convergências na linha do ganha-ganha e não do ganha-perde. É a ética na política e da boa política verdadeiramente democrática.

 Por fim temos a ver com política enquanto sedução no melhor sentido da palavra, subjacente à proposta da Presidenta Dima. Ela propõe um diálogo aberto com todos os atores políticos, também da área popular. Urge seduzir aqueles 48% que voltaram no candidato da oposição em vista de um projeto de Brasil que beneficie a todos a partir da inclusão dos mais penalizados, da criação de desenvolvimento ecologica e socialmente sustentado que gere empregos, melhores salários, redistribuição de renda, crie um transporte decente e mais segurança para os cidadãos, além do cuidado para com a natureza e a potenciação de um horizonte de esperança para o povo poder se reencantar com a política.

 Alguém precisa ser inimigo de si mesmo para estar contra tais propósitos. A arte dessa dialogação é reencantar a política das coisas e seduzir as pessoas para esse sonho de grandeza ética.

 Para isso é obrigatório olhar para frente. Quem ganhou a eleição deve mostrar magnimidade e quem a perdeu, humildade e disposição de colaborar visando ao bem comum.

 É idealismo? Sim, mas no seu sentido profundo. Uma sociedade não pode viver só de estruturas, burocracia e disputas ideológicas em torno do poder. Tem que alimentar sonhos de melhoria permanente que inclua e beneficie, o mais poossível, a todos para superar a nossa espantosa desigualdade social.

 Razão têm as comunidades eclesiais de base quando cantam: “Sonho que se sonha só, é pura ilusão. Sonha que se sonha juntos é sinal de solução. Então, vamos sonhar juntos, sonhar em mutirão”.

 Esta é a convocação supra-partidária que a Presidenta Dilma está fazendo ao Parlamento, aos movimentos populares e a toda a nação. Só assim se esvazia o discurso das divisões, dos preconceitos contra certas regiões e se sanam as chagas produzidas no ardor da campanha eleitoral com todos os seus excessos de parte a parte.

 Leonardo Boff é autor de Que Brasil queremos, Vozes, Petrópolis 2000.

domingo, 2 de novembro de 2014

Pablo Vilaça sobre a hipocrisia irônica da Direita Golpista e sua Mídia

  

"E a mídia incentiva e dissemina o clima de ódio, pois isto serve ao seu propósito. Não é à toa que os jornais celebraram o golpe em 64. O que a mídia NÃO celebra é aumento de salários. Aumento dos direitos trabalhistas. Sua incapacidade crescente de determinar eleições. Pra isso, conta com os idiotas úteis que vão gritar palavras de ordem fascistas na rua. Que vão protestar contra a democracia. Que vão berrar na rua que vivem numa ditadura - sem perceberem a contradição entre o que gritam e a liberdade que têm de gritar."

Segue texto de Pablo Vilaça, extraído do Facebook:

São sempre os mesmos argumentos: "estamos numa ditadura", "você ganha quanto pra defender o PT?", "este é governo mais corrupto da História da Corrupção", blablabla. Mas isto não é um acaso. Olhemos a História: TODAS as vezes em que as forças da direita prepararam tomada de poder, rotularam os opositores de "corruptos".

Fizeram isso com Getúlio.
Fizeram isso com Allende.
Fizeram isso com Bhutto.

A mídia desestabiliza o país e os militares põem "ordem".

A ironia é que o PSDB, um dos partidos mais corruptos do país, é defendido pelos coxinhas como salvador da pátria. Não se iludam. Esses caras não acham que o PSDB seja santo. Mas eles não se importam que haja corrupção; não pode haver é política social. O que não admitem em voz alta é que, pra eles, o grande crime do PT foi diminuir a desigualdade. Foi fazer pobre viajar de avião. Mensalão tucano, privataria, compra de votos da reeleição, aecioporto, desvio de dinheiro da saúde, cartel dos metrôs... Nada disso importa.

O que eles não verbalizam é sua verdadeira frustração: "essa porra de governo pensa mais nos pobres do que em mim!".

E a mídia incentiva e dissemina o clima de ódio, pois isto serve ao seu propósito. Não é à toa que os jornais celebraram o golpe em 64. O que a mídia NÃO celebra é aumento de salários. Aumento dos direitos trabalhistas. Sua incapacidade crescente de determinar eleições. Pra isso, conta com os idiotas úteis que vão gritar palavras de ordem fascistas na rua. Que vão protestar contra a democracia. Que vão berrar na rua que vivem numa ditadura - sem perceberem a contradição entre o que gritam e a liberdade que têm de gritar.

Pra eles, a democracia só vale quando a direita vence. A esquerda só presta pra ser derrotada a fim de legitimar a vitória da direita. Mas quando o processo se inverte, as forças conservadoras enlouquecem e incentivam o golpismo. De novo: gritam "corrupção" como arma. Assistam à A Batalha do Chile. Verão ali, há mais de 40 anos, reacionarios dizendo AS MESMAS COISAS que os coxinhas dizem hoje. As mesmas. "Saiam do país, marxistas!" "A corrupção tomou conta do país!" "Esse governo só pensa nos pobres!"

A História se repete se não aprendemos com ela. E numa sociedade despolitizada pelo ódio espalhado pela mídia, a ignorância domina.

Tenho sido constantemente ofendido e mesmo AMEAÇADO. Acusado de ser "corrupto" e de "mamar nas tetas do governo". Não interessa que nunca tenha exercido um cargo público e que jamais tenha recebido um centavo pra defender o governo. Querem, com insultos e ameaças, inibir minha expressão, sufocar meu direito de defender minhas posições políticas e ideológicas.

Enquanto isso, o governador de SP deixa o estado mais rico do país secar e é reeleito pelos mesmos que protestam contra o PT. E são tão ignorantes (como a mídia quer e incentiva que sejam) que acham que a falta d'água em SP é só questão de estiagem. Não conhecem o Nordeste?

Enfim.Temos que fazer nossa parte. Esses golpistas são mais barulhentos, mas não são mais numerosos. Têm voz na mídia, mas não têm legitimidade. Precisamos perseverar. Não podemos nos calar.

Aliás, não temos escolha. Ou isso ou entregamos o país a estes seres que negam a realidade e agem apenas com ódio, ignorância e preconceito.

Uma tática criminosa: A Veja e o PSDB atacam a Democracia para encobrir a perfídia golpista da suja revista dos Civitas

Texto de Sérgio Medeiros, extraido do Luis Nassif Online/Jornal GGN:






No inicio houve o reconhecimento da derrota, e foram dados parabéns a legitimamente eleita Dilma Roussef.

Bastou, entretanto, não ter havido trégua na investigação e na procura de responsabilidades, em razão do verdadeiro crime eleitoral perpetrado pela Veja, cristalizado no malogrado golpe que esta protagonizou nos três dias anteriores e no dia da eleição, para que o referido partido, prestes a ser desmascarado em seu conluio com a malfadada revista, passasse a incidir em novo golpe eleitoral – na realidade, mero desdobramento daquele.

Neste momento, colocam em prática manobras destinadas a criar um contrassenso para barrar ou, ao menos tirar o foco, das apurações destes crimes eleitorais que envolvem a Veja e o PSDB.

Assim, o PSDB passou a fazer acusações de que teria havido fraude na apuração dos votos e, subliminarmente, tenta apontar que tal crime teria sido praticado pelo PT e por Dilma, isso  em total descompasso com os fatos narrados à exaustão sobre quem efetivamente (com base em fatos concretos) tentou fraudar a eleição.

Ressalto, todos ficaram sabendo (pelas redes sociais ou até mesmo, de forma despudorada pela grande mídia) a forma como se deram as manobras do PSDB nesta eleição – a farsa da Veja, a manipulação das pesquisas Sensus e Veritá, as fotos de seus militantes com cópias da capa da Veja, fotos estas que correram o país através da grande mídia (efetivamente golpista).

Na verdade, esta nova tentativa de distorcer a realidade, trata-se de uma tática espúria e destinada a proteger os culpados por tais atos, e que somente viceja porque tem o apoio de seus cúmplices na grande mídia.

Tanto é verdade, que o fato, crime eleitoral da Veja, foi imediatamente substituído na mídia pelas acusações sem qualquer nexo ou suporte na realidade, da existência de fraude na apuração- aliás, como expressamente mencionado pelo Ministro João Otávio de Noronha do TSE.

Da mesma forma, a malfadada revista, em sua nova edição, adota a mesma tática, de acusações e de ofensiva contra o governo, numa clara tentativa de tentar encobrir suas mentiras e fraudes.

E, novamente, grande parte do PT e da mídia independente esta caindo no conto do vigário, e ai estão a contrapor os argumentos falaciosos e mentirosos do PSDB, que busca apenas encobrir a perfídia com que se comportou nesta eleição, manipulando pesquisas, apoiando o golpe da Veja, e tentando se colocar como vitima, enquanto, na verdade, pode-se considerar como sendo coautor e beneficiário de todos estes desmandos e arranjos escusos, usados para tentar fraudar a eleição em seu favor.

Observem a manobra em seu alcance nacional, em sua estruturação na grande mídia -  a retirada do ar da investigação ou mesmo da análise do crime praticado pela Veja e, em certa medida, também pelo PSDB – crime este, de tal dimensão – que atenta contra a Constituição Federal, pois atinge seu pilar fundamental, a liberdade de manifestação,  pois, tenta viciar e macular sordidamente o livre ato de votar.  

Isso, a Veja e o PSDB atentaram contra a liberdade de todos nós, cidadãos brasileiros, até mesmo contra a liberdade de quem votou em Aécio, pois votou de forma viciosa e enganado por sua propaganda falsa.

 Se alguém se proclama livre e a favor da democracia, por honestidade e decência, tem que apoiar a investigação plena, do episódio protagonizado pela Veja, pela Globo e pelo PSDB.

Se são inocentes, se são honestos, que a investigação corrobore tal afirmação, mas que não se tente fazer como agora, impedir de forma espúria que se procure esclarecer e definir os culpados por este atentado contra a democracia brasileira.

Uma bizarra simbiose entre uma mídia golpista e trogloditas fascistas nas redes sociais

"Quanto aos observadores da mídia, desponta aqui um tema interessante para ser considerado: carece de fundamento a suposição, bastante difundida a partir da distribuição dos votos na última eleição, de que os mais educados entre os eleitores tendem a votar com mais racionalidade. A se julgar pelas manifestações de energúmenos que pregam medidas antidemocráticas como reação à decisão soberana das urnas, pode-se afirmar que é nos estratos com mais anos de escolaridade que se expressam a insensatez, o desatino e a irresponsabilidade."

Luciano Martins Costa, Observatório da Imprensa





O texto a seguir, de Luciano Martins Costa, foi extraído do Observatório da Imprensa:



Uma bizarra simbiose



Por Luciano Martins Costa em 31/10/2014 na edição 822


  O pedido de auditoria na eleição presidencial, de iniciativa do PSDB, divide o alto da primeira página da edição de sexta-feira (31/10) do jornal O Estado de S.Paulo com a principal notícia de economia. O Globo registra o assunto também na primeira página, mas em uma nota sem grande destaque, e a Folha de S.Paulo deixa o tema sem menção na primeira página e o coloca em posição secundária na editoria Poder.

  O fato, incomum na rotina de manchetes compartilhadas pelos jornais que dominam a cena da mídia nacional, chama a atenção. A razão é explicada por um vazamento da redação do Estado: um dirigente do PSDB teria sondado editores sobre qual seria a receptividade do jornal àquela notícia. Com a garantia de que a iniciativa poderia sair em manchete, os autores da medida resolveram se arriscar à aventura de questionar o resultado das urnas, sem o risco de serem execrados pela imprensa por sua atitude vexaminosa.

  Agora, imagine-se o contrário: se, derrotado na disputa presidencial, o Partido dos Trabalhadores resolvesse pedir uma investigação sobre a lisura do processo eleitoral. Evidentemente, não apenas as manchetes, mas os editoriais, os colunistas, os analistas econômicos, os filósofos, os psicólogos e outros “especialistas” hospedados na mídia tradicional, e até os astrólogos, estariam mobilizados para condenar a insinuação de que o partido governista colocava em dúvida a justeza da decisão popular. No mínimo, os descontentes seriam considerados maus perdedores, mas o tom geral seria de condenação a uma suposta tentativa de golpe de Estado.

 
E tudo motivado por análises técnicas? Não. O que move os reclamantes é uma série de manifestações de correligionários nas redes sociais.

  O episódio coloca a sexta-feira, 31 de outubro, no calendário de horrores criado pela simbiose bizarra entre a imprensa hegemônica e a oposição ao Executivo federal. Numa escala imaginária de despautérios, fica apenas alguns graus abaixo da manobra consumada no último fim de semana, às vésperas do segundo turno da eleição presidencial, por um panfleto de campanha distribuído sob o logotipo da revista Veja. Não por acaso, o assunto é explorado pelo carro-chefe da Editora Abril (leia aqui) e justificado por um de seus mais dedicados pitbulls.

  A nau dos insensatos

   A iniciativa do PSDB poderia ser considerada uma tolice, não fosse a revelação de que se trata de operação combinada com pelo menos um dos principais jornais do país.

   Qual seria o efeito de tal notícia no ambiente das redes sociais digitais? Evidentemente, essa manobra tende a acirrar o radicalismo na parcela mais aloprada do eleitorado, aquela que prega diariamente o golpe militar e até o assassinato de adversários como ação política legítima. Sua escalada pode gerar uma crise de governabilidade.


   O fato de um dos principais partidos do país buscar apoio nesse substrato da cidadania, onde se aglomeram os mais insensatos entre os analfabetos políticos, demonstra a falta de espírito democrático de seus dirigentes, entre os quais já se alinharam alguns intelectuais respeitados. O fato de um jornal de influência nacional embarcar na aventura golpista revela o baixio a que se dispõe a mídia tradicional. Mas a adesão de Veja não surpreende: a revista simboliza há muito tempo a destruição do legado de Victor Civita, processo que pode ser mais bem analisado à luz da psicologia freudiana do que sob as muitas teorias da comunicação.

  Quanto aos observadores da mídia, desponta aqui um tema interessante para ser considerado: carece de fundamento a suposição, bastante difundida a partir da distribuição dos votos na última eleição, de que os mais educados entre os eleitores tendem a votar com mais racionalidade. A se julgar pelas manifestações de energúmenos que pregam medidas antidemocráticas como reação à decisão soberana das urnas, pode-se afirmar que é nos estratos com mais anos de escolaridade que se expressam a insensatez, o desatino e a irresponsabilidade.

  Estudo do instituto americano Pew Research Center sobre a polarização política nos Estados Unidos (ver aqui, em inglês) mostra que conservadores se informam por fontes menos diversificadas – por exemplo, 88% deles confiam na reacionária Fox News – enquanto os cidadãos mais liberais usam uma variedade maior de fontes de informação e opinião.

  Aplicada ao Brasil, a pesquisa provavelmente mostraria como a mídia partidarizada contribui para acirrar os ânimos e coloca em risco a própria democracia.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Pobres coitados intolerantes, com estudo mas plenos de ignorância e ricos de ódio

Seguem textos de Fernando Brito, do Tijolaço.com e de Lucas Vetorazzo, da Folha


Pobres coitados, ricos de ódio




Fernando Brito

Será que alguma hora, certas pessoas vão se dar conta ao papel ridículo a que estão sendo levadas?

Será que é possível que uma pessoa que vive numa das mais belas paisagens do mundo, num bairro onde não falta nada – nem mesmo segurança, porque dentro das precariedades do Brasil e do Rio de Janeiro, ela ali é das melhores – que tem escolas, empregadas, babás para seus filhos, que vive num padrão semelhante aos das melhores cidades dos EUA ou a Europa, se digam oprimidas, reprimidas, perseguidas?

Sinceramente, não lhes tenho ódio, nem quero que se vão embora daqui.
Tenho amigos queridos que votaram no Aécio e não deixam de ser queridos e amigos por isso, até porque aceitam os resultados e a vontade da maioria, que não os oprime.

Em plena ditadura, éramos muito mais fraternos… O  colega mais “bem-de-vida” dos tempos de faculdade, o saudoso Robertão, tinha um sobrenome aristocrático, um Puma e um barraco no Morro do Salgueiro, devidamente decorado com um escudo do Botafogo, sua paixão…

Vivemos tempos de intolerância, agora e é direito do povo brasileiro saber  que sentimentos se está provocando em alguns grupos que perderam completamente a capacidade de olharem para si mesmos e se considerarem seres humanos especiais, enquanto o resto do país é desprezível.

Nem eles sabem, mas é um transtorno mental assim que serve de incubadora do ovo da serpente do totalitarismo, de um novo Golpe para benefício das elites de sempre em detrimento do Brasil.

Infelizmente, a direita brasileira deu ao nosso país milhares e milhares de pessoas assim, incapazes de ver nos pobres não as vítimas de um modelo econômico, mas os culpados por se pretenderem tão seres humanos e tão cidadãos quanto eles.
Imaginem se os mais pobres os odiassem assim como eles odeiam?

É verdade que estes núcleos sempre existiram, mas se multiplicaram  e desde junho passado, foram legitimados para xingar, agredir e serem intolerantes.

Isso faz mal ao convívio humano e a única forma de reduzi-los aos grupinhos que sempre foram é não lhes responder com mais ódio.

O ódio é tratar o diferente como inimigo e acabar com a capacidade de convívio.
Peço, portanto,  que leiam sem ódio a reportagem de Lucas Vetorazzo, na Folha.

Sem ódio e com a piedade que merecem seres humanos transtornados.

É isso o que precisamos desafazer, embora não reste muita esperança de que gente que chegou a este ponto venha a retomar a razão com rapidez.

As calçadas e os bares do Leblon já foram frequentados por gente, como o Tom Jobim, que amava a paz, o mundo, as pessoas.

Terão virado terra de selvagens?

No Leblon, eleitores de Aécio falam em deixar o país

Lucas Vetorazzo, da Folha

Faltavam oito minutos para as 20h, hora em que se acreditava que o nome do novo presidente da República seria conhecido, e uma chuva fina caía no Leblon, o bairro com o metro quadrado mais caro do Rio.

Nada que esmorecesse o ânimo dos eleitores de Aécio Neves (PSDB) que assistiam à apuração no Botequim Informal, na rua Conde de Bernadote, tradicional ponto de encontro da classe média alta carioca.

“P… que pariu, o Aécio é presidente do Brasil”, passou cantando um eleitor, causando frisson no bar. As pessoas se abraçavam e comemoravam meio incrédulas. Rapidamente se soube que não passava de farra, pois o resultado ainda tardaria para ser divulgado.

O artista plástico Zeca Albuquerque, 48, morador do bairro nobre da zona sul do Rio, disparou que “se a Dilma ganhar, eu vou deixar o país. Vou morar em Miami”, enquanto comia um pastel de carne e bebia um chope tirado na hora.

O motivo se sua possível mudança para os EUA seria para fugir “dos vinte anos de ditadura do PT”, colocando na conta mais quatro anos, além dos 16 que o partido completará ao final do mandato de Dilma Rousseff, que mais tarde seria confirmada para o comando do Planalto pela segunda vez.

Questionado se mesmo com eleições regulares ele mantinha a crença de que viva em uma ditadura, ele afirmou que o aparelhamento da máquina pública perpetuava uma lógica ditatorial no país.

“É o aparelhamento do estado. Sai um, entra outro. Não há liberdade de expressão nesse país”, respondeu. O fato de criticar a presidente em público não é prova da liberdade de expressão?

“Eu só estou falando isso porque ela não está aqui atrás de mim, senão ela me dava um tapa, essa horrorosa. Minha vontade é raspar o cabelo dela”, disse.
A TV sintonizada na Globonews estava no mudo. Àquela altura, as 20h já tinham chegado e o resultado ainda não estava fechado. Dilma vencia por pouco. Os ânimos se acirravam no bar majoritariamente aecista.

A notícia da derrota do candidato tucano deixou Albuquerque inconsolável. Entre uma mordida e outra, batia com o copo de chope na mesa e xingava a presidente com palavrões impublicáveis. “Eu não vou dormir essa noite”. Mas antes ainda teve tempo de vaiar três eleitores de Dilma que passaram comemorando. O bar inteiro os vaiou.

Tão exaltada quanto estava Ana Silvia Castignani Alves da Silva, 37. Ela era uma das que dizia em voz alta que deixaria o país para morar na Itália, já que ela e seu filho pequeno têm dupla cidadania. Moradora do Leblon e formada em turismo, a gerente de vendas disse que o principal motivo para deixar o país é o alto custo de vida da classe média alta brasileira. Ela se disse uma “sobrevivente” desse cenário, que seria, em sua opinião, culpa do PT.

“Eu tenho a graça de ter dupla cidadania. Porque lá na Europa o meu filho tem educação e saúde grátis e de qualidade. Para que eu pago R$ 2 mil de colégio? Para essa mulher ganhar?”, disse ela, que continuou elencando suas “dificuldades”, pedindo desculpa de quando em quando pelos palavrões e pela “sinceridade”.

Entre as dificuldades, destacou a necessidade de morar de aluguel no Leblon “porque trabalha em um hotel no bairro e o custo de transporte ficaria muito alto se morasse em outro lugar” e porque tem a necessidade de pagar uma empregada para cuidar do seu filho enquanto ela trabalha doze horas por dia– “no Brasil a gente é obrigado e ter empregada doméstica para criar os nossos filhos enquanto a gente trabalha”.

“Na época dos meus pais, a classe média tinha o melhor apartamento, o melhor carro. Hoje eu sobrevivo. Eu vou sair do país por isso. A minha vida é essa, eu não vivo”, lamentava com um copo de chope pela metade.

Assim como ela, Alexandre Pereira Lukine, 40, gerente de tecnologia da informação da Tata Consultance Service, multinacional indiana instalada no Brasil, dizia que acreditava que a saída para classe média alta à eleição de Dilma seria o Galeão, o aeroporto internacional do Rio. Ele, que afirmou ser formado na Seattle Pacific University, nos EUA, disse que já nesta segunda começará a mandar currículo para fora do país.

Para ele, o governo do PT estimula que as pessoas tenham baixa formação, e os mais escolarizados pagam impostos para sustentar “os vagabundos em idade laboral que recebem bolsa isso e bolsa aquilo”, o que ele classificou não como um programa social, mas como “propina eleitoral”.

“As cabeças pensantes estão indo embora. Se eu ficar aqui eu vou virar o que? Vou ser guardador de carro? Quanto mais eu estudo, menos eu ganho. Pode escrever isso aí”, bradou.

A socióloga e historiadora Silvia Pantoja, 65, assistia à apuração com um grupo de amigos e dizia estar revoltada. Disse que deixaria o país, sem saber ainda pra onde iria. Ela, que disse ter militado no movimento estudantil durante o governo militar, comparou os 16 anos do PT com os 21 anos de ditadura militar.

Ela criticou a luta armada que Dilma empreendeu junto com outros militantes durante a ditadura, mas deixou escapar uma fantasia oculta de, por suas próprias mãos, mudar a situação atual do país.

“Se não fosse pela minha filha, eu dava uma de kamikaze e metralhava ela [Dilma]. Isso aqui é uma ditadura, eu não tenho mais o menor respeito por ela, que matou várias pessoas na luta armada fazendo terrorismo. Tinha que acabar a reeleição no Brasil”, disse.

A empresária Antonia la Porta, 32, estava “indignada”. Queria beber “muita cerveja” para afogar as mágoas. Ela estava na Europa e adiantou a passagem de avião só para votar em Aécio Neves. Agora, é “impeachment na certa”.

Sua amiga, a advogada Roberta Passomides, 32, acha que Dilma Rousseff ilude “os mais ignorantes” com o tanto de “bolsa” que anda distribuindo por aí. Se conhece alguém que votou na petista, “é porteiro, é garçom”. “Eles não sabem o que é Pasadena. O que interesse é ganhar o Bolsa Família”, diz, em referência a um dos escândalos na Petrobras.

Com a vitória de Dilma, o dólar vai subir 20%, lamenta Antonia, que diz ter conversado com economistas.

No mesmo bar do Leblon, o também empresário Alexandre Medrado, 26, acha que “não existem cervejas suficientes no mundo” para curar sua fossa eleitoral. Filiado ao PSDB, ele diz que o PT fez “terrorismo eleitoral” e criou “uma luta de classes desnecessária”.

Com uma longneck na mão, Alexandre também rejeita a “diplomacia esquerdista” do governo Dilma.

A gestora de RH Fernanda Fernandes, 31, é “totalmente contra o PT”, partido impregnado de “espírito de pobre”.

Com um adesivo de Aécio no peito, ela opinou: o PT ” pensa pequeno” e está “se ferrando para a classe média”. Em vez de valoriza-la, diz, prefere “dar condição para uma classe” que não alcançará o mesmo patamar.


Rede Brasil Atual: "Em eleição LIVRE e DEMOCRÁTICA, Dilma Rousseff enfrenta e volta a vencer golpistas"

Extraído da Rede Brasil Atual:



Dilma Coração Valente


VITÓRIA


Em eleição livre e democrática, Dilma Rousseff enfrenta e volta a vencer golpistas


Contundente, presidenta agregou movimentos e a esquerda, grupos com os quais terá de manter diálogo em seu segundo mandato. Aécio, Marina, mercado financeiro e Globo têm razão para estar boquiabertos.


São Paulo – Foi uma vitória maiúscula. A reeleição de Dilma Vana Rousseff (PT) escreve muitos capítulos inéditos e carrega uma força simbólica que, se não é maior que a das demais disputas vencidas pelo PT no plano federal, é única. A mulher nascida em Belo Horizonte em 1947 mais uma vez deixa de joelhos, boquiaberta, a repressão que lhe tentou cassar os direitos políticos.

Se havia alguma dúvida de que esta era uma eleição do candidato do sistema patriarcal brasileiro contra todo o resto, a edição do Jornal Nacional na véspera eliminou qualquer margem de ingenuidade. Jornalismo mandou lembrança, William Bonner. Dividida entre interesses públicos e privados, a emissora dos Marinho atendeu novamente a seu chamado de classe ao exibir reportagem sobre supostas denúncias de que Dilma e Luiz Inácio Lula da Silva teriam ciência de um esquema de pagamento de propinas utilizando verbas da Petrobras.

Tentou um desfecho sujo para uma temporada eleitoral eleição suja. Sob o pretexto de um protesto de jovens que empilharam lixo em um prédio da editora, que chamou de “ataque” à sede do Grupo Abril, o Jornal Nacional dedicou seis minutos a narrar a “denúncia” da revista Veja, uma publicação que nunca esteve tão à altura da alcunha de “mídia golpista”. Lá pelas tantas aparecia a figura de Aécio Neves, candidato do PSDB dado a vitórias no tapetão. Fosse tão ético quanto jura ser, o tucano teria se recusado a ecoar uma reportagem feita com base num depoimento inventado – seu suposto autor, o doleiro Alberto Youssef, desmentiu que tenha feito as declarações difundidas pela publicação semanal.

Mas Aécio, a exemplo do Jornal Nacional, atendeu a seu DNA de classe, uma elite financeira que há muito chegou à conclusão de que vale qualquer coisa para tirar o PT do poder. Têm razão as pessoas que comparam essa disputa com a de 1989. Não pelo acirramento, nem pelo embate ideológico, mas pela tentativa da Globo de se fazer protagonista de um pleito do qual não é partícipe – ou, legalmente, não o é.

A divulgação de reportagem contra Dilma na véspera da eleição não se deu ao acaso: a “denúncia” já era de conhecimento público na véspera, quando os Marinho não a quiseram levar ao ar. Não quiseram por um motivo óbvio: a presidenta teria tempo de apresentar sua versão no debate daquela noite ou de buscar direito de resposta no Tribunal Superior Eleitoral, como o obtido contra a Veja.

A última edição do Jornal Nacional antes das eleições não pode ser enxergada fora de contexto. São 12 anos de bombardeio, quatro em particular, 2014 em particularíssimo. A vitória de Dilma não é uma derrota apenas de Aécio e do PSDB. É da mídia tradicional, que investiu até o último grama de força para bater no PT, chegando ao ponto da desestabilização da democracia. É do mercado financeiro, que nos últimos três meses praticou um rally eleitoral e encontrou no tucano um porta-voz de sua vontade de ter um governo que deixe a especulação comer solta. É de Marina Silva e do PSB, que, sob o pretexto da não neutralidade maltrataram suas histórias e alinharam-se à força neoliberal que tanto combateram. É do ódio visceral a um partido, de um sentimento mais vomitado e gritado do que explicado.

É de todo um sistema repressor da democracia. O segundo turno clareou o que estava em jogo. De um lado alinharam-se movimentos sociais comprometidos com avanços, centrais sindicais em busca de melhorias para a vida do trabalhador, partidos que carregam no histórico a tentativa de transformação do país. De outro estiveram meios de comunicação a serviço da especulação financeira, representantes de segmentos fundamentalistas apavorados com qualquer avanço social, partidos que carregam no histórico a marca do elitismo e da divisão de classes.

A vitória de Dilma, por isso, jamais poderá ser entendida como um sucesso alcançado sozinho. É o êxito que coroa uma união de forças progressistas. É o êxito das ideias democráticas sobre o ideário que considera que Brasil bom é o que se divide entre pobres e ricos e que vê como intento autoritário a proposta de ampliar a participação popular, já que o exercício do sistema político deve se dar entre quatro paredes.

É esta corrente que a presidenta terá de encabeçar no exercício do mandato. Se a primeira vitória foi celebrada por trazer no bojo a maior base aliada da história no Congresso, a segunda deve ser motivo de comemoração para a esquerda por uma rara união. União que só poderá ser mantida mediante avanços institucionais em diversas áreas.

A reeleição da presidenta carrega o poder simbólico da foto em que aparece, menina, com gesto imponente perante militares que representavam a tortura e a cassação de seus ideais. Deixou a repressão de joelhos ao sobreviver às sevícias, retomar sua militância política, se tornar secretária no Rio Grande do Sul, ministra de Lula, presidenta do Brasil e uma das mulheres mais influentes do mundo.


Ao longo dos quatro anos, e particularmente desde julho, foi submetida a uma surra inesquecível. As cicatrizes, carregará para sempre. Tentarão deixar outras marcas, buscando agora um terceiro turno que já haviam tentado em 2010, ao tratar por ilegítima uma vitória obtida com a superação de dificuldades, mentiras, acusações. Dilma deixou a repressão de joelhos, mais uma vez. Não será perdoada, e terá de travar uma batalha definitiva contra os fantasmas do passado.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Quando a Esperança e a razão vencem o ódio, o fascismo e o fundamentalismo: a poesia no último programa eleitoral de Dilma



Texto de 
Carlos Antonio Fragoso Guimarães


   Em seu último programa do segundo turno da Campanha eleitoral, a Presidente Dilma elevou o povo brasileiro à condição real de protagonista principal, com a presença e apoio de artistas e personalidades da cultura nacional. Sem raiva, sem ódio, mas, sem deixar de citar o jogo sujo da Veja, desenvolvido com pura poesia, o programa apresenta o Brasil dos brasileiros, de gente que pode retomar estudos, de se formar, de realizar sonhos, ter uma vida mais digna, não perdendo tempo em se focar nos preconceito das velhas elites rancorosas...

   Poesia, emoção, carinho e esperança.... Essa foi a mensagem de uma guerreira e de uma campanha que é e será, certamente, Vitoriosa! 

   Assista novamente, ou veja pela primeira vez, o belo vídeo do final da campanha presidencial de Dilma Rousseff, exibido na noite de 24 de outubro de 2014:




domingo, 19 de outubro de 2014

O fascismo botou as garras de fora



"A atual oposição e seus cães de guarda estejam eles nos partidos políticos, nas redações jornalísticas ou mesmo em algumas cloacas judiciárias, está abusando da liberdade de que desfruta e apelando para os mais variados golpes de sordidez. "

Por Izaías Almada, extraído do Blog do Altamiro Borges

O fascismo brasileiro botou as garras de fora. Parte da oposição brasileira transformou a atual campanha presidencial numa espécie de filme de faroeste onde a lei é matar ou morrer.

A postura do seu candidato, seu discurso e suas atitudes, alguns dos apoios recebidos, o incentivo ao preconceito e ao racismo, o uso seletivo de frases de bandidos com delação premiada, tudo isso vai desaguar num mar de lama que, freudianamente, procura imputar aos seus adversários. Qualquer aluno do primeiro ano de psicologia mata a charada.

Deixando de lado o fator ‘briga de torcidas’ tão comum em disputas eleitorais, e levando-se em conta os crimes até aqui praticados por boa parte da imprensa brasileira, como a divulgação de pesquisas manipuladas e das tais delações premiadas seletivas contra o governo e o Partido dos Trabalhadores, penso que é dever de todo cidadão brasileiro consciente lutar até o fechar das urnas no próximo dia 26 pela vitória da presidente Dilma Rousseff.

Repito: deixar que marginais tentem influir no resultado das eleições – e por marginais não me refiro apenas ao ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto e ao doleiro Youssef – é uma temeridade e uma prática política que o país tem que enfrentar e derrotar.

A atual oposição e seus cães de guarda estejam eles nos partidos políticos, nas redações jornalísticas ou mesmo em algumas cloacas judiciárias, está abusando da liberdade de que desfruta e apelando para os mais variados golpes de sordidez. 

Uma oposição, essa sim, que começa a rachar o país ao meio: preconceituosa, arrogante, antidemocrática. Já é possível, como afirmo na abertura do artigo, identificar algum comportamento fascista ou mesmo nazista de alguns de seus integrantes que atacam nas ruas simpatizantes da candidatura de Dilma Rousseff.

À medida que os dias avançam e nos aproximamos do domingo 26 sentimos a corda esticar e o nervosismo espalhar-se pelos poros da nação, pois desta vez não se trata apenas de ter o eleitor de se identificar com esse ou aquele candidato, com esta ou aquela ideia. Ou proposta. 

Há mais do que isto, pois, mesmo em termos embrionários e imaturos de uma consciência política ainda difusa, vai se impondo imperceptivelmente para muitos, à direita e à esquerda, as mudanças e melhorias dos últimos doze anos.

E toda mudança, mesmo que suave, causa o enfrentamento entre os que acreditam nela e os que tentam desacreditá-la ou negá-la.

A propósito, tenho lido aqui e ali alguns artigos de “apoios envergonhados” a Dilma Rousseff com a já velha cantilena do purismo ideológico, esse mesmo purismo que transforma partidos em agrupamentos de pouquíssima representatividade no conjunto da sociedade brasileira.

Quem explora o ódio e o preconceito corre o risco de se tornar vítima desses sentimentos mais cedo ou mais tarde. A direita brasileira, na falta do que propor para o país está abrindo as comportas de um fanatismo alicerçado em bandeiras (bairristas, fascistas, racistas) que já espalharam muita dor pelo mundo.

Os anos Lula e Dilma criaram um projeto para o país, um projeto que confirma a nossa soberania, o nosso desenvolvimento, a nossa solidariedade a países mais pobres, o nosso desejo de paz com nossos vizinhos e em todo o planeta. Estabelece o combate à desigualdade entre os cidadãos e cria estruturas de acesso à educação. Sem esquecer os pormenores de outras questões relevantes, é disso que se trata a reeleição da presidente Dilma Rousseff.

Sobre o candidato Neves, o que se pode dizer é o seguinte: quando a hipocrisia ultrapassa os limites da sua própria natureza já se trata de uma questão de internamento. E a cadeira do Palácio do Planalto não é necessariamente um divã de psiquiatria. O Brasil não merece essa desgraça.


Dia 26 o Brasil será duas vezes 13. Duas vezes Dilma.