segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Renato Rovai: Mourão, o militar também admirador de Ustra e saudosista da ditadura, é o acordo com o Supremo, com tudo.



Mourão é o acordo com o Supremo e com tudo. Com a Globo, o mercado (Paulo Guedes ou outro pior), a Lava Jato (Moro ou outro pior) e os militares (e tudo o que há de pior).

Do Blog do Rovai:




Não há nada mais estúpido neste momento que cair na armadilha Mourão.

Mas há uma boa parte do campo progressista que acha que ele pode ser um caminho institucional para escapar do bolsonarismo do tipo a terra é plana. Ledo engano. Ingenuidade. Burrice.

Mourão é o acordo com o Supremo e com tudo. Com a Globo, o mercado (Paulo Guedes ou outro pior), a Lava Jato (Moro ou outro pior) e os militares (e tudo o que há de pior).

Não existe caminho por dentro do bolsonarismo que seja melhor do que o próprio Bolsonaro exercer a presidência para a qual ele foi eleito.

A democracia brasileira é uma falácia. Uma caricatura de democracia. E só por isso Jean Wyllys teve que renunciar o seu mandato.

Um parlamentar não podia descer do seu apartamento para ver o eclipse da lua ou pegar uma pizza.

Era refém de um esquema fajuto de segurança que não lhe garantiu sequer fazer campanha.

Era um sequestrado público. Tinha uma vida farsa. Não errei na digitação. É farsa, não falsa.

Porque tudo que Jean não pode ser chamado é de falso.

E agora alguns militantes que respeito do campo progressista começam a se encantar com o canto da seria global, o Mourão.

Ele não é nada mais do que o arranjo da elite que pode levar o país a 20, 30 anos de inferno.

Mourão era o plano original de uma boa parte do que há de pior das Forças Armadas, que tem gente séria, mas que atualmente é minoria.

Em 2016 conversei com muitas fontes de dentro das casernas que me diziam que Bolsonaro não seria o candidato a presidente. Que o nome das Forças era Mourão ou o general Heleno. Que Bolsonaro sairia a senador pelo Rio de Janeiro.

Mas o capitão cresceu nas pesquisas e houve um acordo. Mourão se tornou vice e general Heleno foi para o cargo mais importante deste governo, o GSI. Abandonou o ministério da Defesa para estar no Palácio.

Os filhos de Bolsonaro já perceberam que tem um governo sequestrado. Estão lutando para manter o pai como líder. Mas sabem que não têm condição de lutar se não mantiverem a bateria da escola de samba ativa. Ou seja, a turma olavista sempre em pé de guerra.

Por dentro já se constrói o dia seguinte com Mourão, o Supremo, Guedes, Globo, Moro e tudo mais.

Não há nada mais burro do que chancelar este caminho, que colocará o Brasil no pior dos mundos.

Não contem com a nossa conivência e ingenuidade para isso. As Forças Armadas brasileiras não podem e não devem ser estigmatizadas e nem criminalizadas do ponto de vista político. Mas o general Mourão não é o que ela tem de melhor a oferecer ao Brasil. Muito ao contrário.

As declarações que parecem sóbrias de Mourão em meio às maluquices de Bolsonaro são uma estratégia para a conquista de um poder total por parte do que há de mais reacionário no país.

Sim, um projeto mais organizado do que o bolsonarismo. E muito mais perigoso.

Que uma parte da esquerda está comprando porque não sabe ler a bula do remédio.

Infelizmente é com isso que contamos hoje.

Mas não contem com este blogueiro para bater palmas para o grande acordo que vai nos levar a um abismo mais profundo.

Mourão não é solução. É a tragédia com a paz sem voz. É a metástase.

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