domingo, 19 de abril de 2020

No Dia do Índio, mais mortes são registradas, causadas por bolsonaristas e grileiros



Segunda liderança indígena é assassinada em menos de 20 dias, e a pandemia de coronavírus fez sua sétima vítima fatal no Amazonas


Foto: Reprodução/APIB

Jornal GGN No Dia do Índio, a etnia tem pouco (ou nada) a celebrar. Além de todos os ataques aos seus territórios, a pandemia do coronavírus começa a afetar as tribos e mais uma liderança foi assassinada.
Depois da morte de Zezico Guajajara, no Maranhão, o líder Ari Uru-eu-wau-wau foi encontrado morto neste sábado (18/04), no município de Jaru, em Rondônia.  Segundo informações da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), ele integrava o grupo de vigilantes e protetores do território do seu povo e estava ameaçado pelos responsáveis pelas invasões e devastações na região.
“A violência contra os povos indígenas só aumenta e este crescimento tem relação direta com a política genocida do Governo Bolsonaro”, diz a APIB. “Não estamos expostos apenas ao coronavírus, os crimes cometidos por madeireiros, garimpeiros e grileiros seguem intensos violando nossos direitos e destruindo nossa natureza”.
Além da morte de Ari Uru-eu-wau-wau, foi confirmada a sétima morte de um indígena por Covid-19. O Tuxaua de 67 anos da etnia Sateré Maué faleceu ontem (17), no município de Maués, Amazonas.
“Mas para o Governo Federal apenas 3 indígenas morreram até o momento devido ao novo coronavírus. Isto acontece porque a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), do Ministério da Saúde, não faz o atendimento e o registro dos indígenas não aldeados”, diz a Apib, exigindo a revogação da portaria 070/2004 para garantir que a SESAI atenda todos os indígenas, aldeados ou não.
Até o momento, 28 indígenas estão entre casos suspeitos e esperam resultados dos exames. 27 indígenas testaram positivo para Covid-19. A maioria dos casos confirmados está no estado do Amazonas, que já declarou colapso na rede hospitalar devido o aumento dos casos de coronavírus.

Nenhum comentário:

Postar um comentário