sábado, 31 de agosto de 2013

O misterioso adiamento e o grande silêncio sobre o mensalão tucano

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

O Príncipe da Privataria

Redes sociais desmontam denúncia fabricada da Folha de São Paulo sobre o programa Mais Médicos


Redes sociais desmontam denúncia da Folha sobre o + Médicos

Jornal GGN - A análise dos jornais diários é sempre uma caixinha de surpresas quando se tem tanta informação rolando nas redes sociais. A Folha de hoje estampa denúncia de que os prefeitos de 11 cidades demitirão médicos locais para que cheguem os profissionais do Programa Mais Médicos. A denúncia é grave.
Uma leitura apurada da matéria leva por entendimentos diversos. Título de capa aponta para a certeza de que haverá demissões “de médicos locais para receber os de Dilma”, o subtítulo coloca que 11 cidades “decidem trocar profissionais para ficar com os do programa Mais Médicos, pagos pela União”. Pois bem. A denúncia chama a atenção. O texto da chamada afirma que prefeituras do Norte e Nordeste começaram a trocar médicos contratados pelo Mais Médicos. Ponto. E que prefeitos e secretários de saúde “dizem que a mudança é vantajosa”, pois os profissionais são custeados pelo governo federal enquanto os médicos locais são pagos pelas prefeituras, com salários que chegam a R$ 35 mil. Outro atrativo é a certeza de que o novo profissional irá trabalhar por três anos, pelo menos.
A personagem que dá corpo à denúncia, a médica Junice Moreira, diz que foi comunicada da demissão, afirmando que “disseram que eu tinha que dar lugar a um cubano”. O prefeito em questão, da cidade de Sapeaçu (BA), Jonival Lucas (PTB), afirmou que ela está saindo por não cumprir a carga horária e não por conta da adesão ao programa.
Na reportagem que abre o caderno Cotidiano, a Folha afirma que identificou 11 cidades de quatro estados diferentes que pretendem fazer demissões para receber os profissionais do Mais Médicos. Prefeitos reclamam da alta rotatividade e de altos salários que precisam pagar para conseguir segurar profissionais. Além disso, aponta para a falta de infraestrutura como um fator que desanima os médicos locais. O impacto dos salários em pequenas prefeituras fica evidenciado na matéria.
Na segunda página do mesmo caderno, vem a reportagem-denúncia de que a médica Junice estaria sendo demitida para dar lugar a "um cubano". Essa é a manchete da página, e o subtítulo reafirma o título. Começa com a triste notícia de que hoje, em Murici, povoado de Sapeaçu, será o último dia de trabalho da médica mineira, e sua demissão teria sido anunciada pela Coofsaúde, cooperativa que faz o pagamento dos médicos que ali trabalham por meio de contrato com a prefeitura. A cooperativa confirmou a saída da médica e que, em seu lugar, entrará um médico do programa. A brasileira se disse surpreendida pela notícia “pois não tinha feito nada errado”. E vai discorrendo sobre o caso, dizendo que é “adorada” pela população local.
Ouvido, o prefeito afirmou que a demissão não tem nada a ver com o programa, que já estavam procurando outro profissional para colocar no lugar da doutora Junice e o problema alegado para que a troca ocorresse era de que ela não estaria cumprindo a carga horário estabelecida, sendo que o substituto será um profissional brasileiro que já atuou naquela região. E sim, ele afirma que o programa traz benefícios aos municípios, pois desonera a folha de pagamento.
Em texto com uma coluna, a Folha fala dos outros municípios que irão trocar médicos locais por estrangeiros. Fala de Barbalha, no Ceará, que substituirá dois contratados por outros do Mais Médicos. De Camaragibe (CE), a informação de que o município tem direito a quatro médicos pelo programa, então demitirá dois para receber outros profissionais, e os dois restantes deixarão de receber pelo município para receber pelo governo federal. Não deixa claro se esses médicos locais, que receberão pelo governo, terão salário rebaixado. Isso é uma imposição? O jornal não explica esse ponto, e fica uma denúncia comprometida, já que o Programa Mais Médicos tem profissionais inscritos, por interesse próprio, e somente os que passaram pelo crivo da inscrição poderão ser indicados aos municípios. Assim fica a pergunta: como os médicos receberão do governo ,sem participação no programa via inscrição e escolha de município?
E mais, neste pequeno texto, outra informação importante: a de que, além da economia, aponta-se a obrigação de cumprir horários como outro benefício, já que os médicos serão acompanhados pelo governo federal.
E o outro lado, com Padilha afirmando que os quadros das prefeituras são monitorados para evitar que esse tipo de problema, apontado na matéria, ocorra. “Esse programa é Mais Médicos, não troca de médicos”, afirmou o  ministro em audiência no dia 14, na Câmara.
Um infográfico, em todo o centro da página, cujo título é “Substituição de Mão de Obra”, coloca os 11 municípios no mapa. Mas também traz outras informações: nos quatro estados o número total de médicos, o número de médicos por mil habitantes e os médicos previstos na primeira etapa do programa. E mais: traz uma relação médico/mil habitantes em outros países, o que acaba por endossar a necessidade do programa para essas regiões.
E as redes sociais com isso?
Nem bem a Folha trazia sua manchete com a denúncia, começou a circular no Facebook a denúncia de que a denúncia do jornal seria vazia. Segundo Vania Grossi, usuária da rede social, a Dra Junice teria três empregos, o que daria uma jornada semanal de 124 horas. A usuária afirma, também, que esse tipo de problema, de médico burlar o atendimento com vários empregos concomitantes, está acontecendo em sua cidade, e que eles estão sendo acionados para devolver o dinheiro recebido ao município.
As redes sociais dirão se a Folha tem ou não razão. Basta dar um tempinho para que as denúncias sobre essa denúncia sejam confirmadas ou refutadas. Em tempos de facilidade de informação, a Folha deveria ter se escudado com o contracheque da denunciante, para não dar espaço ao clamor das redes sociais.
Acompanhemos, pois!
Veja a denúncia da usuária do Facebook no final desta matéria.
Outros temas
O Estadão não deu nenhuma chamada na capa sobre o Programa Mais Médicos. Os dois jornais paulistas deram destaque para Donadon, que se livrou da cassação, com foco na reação dos deputados, que querem agora o voto aberto em cassações. O tema se une ao do julgamento dos recursos dos acusados no "mensalão", que irão para votação de cassação, ou não, segundo as novas normas que conseguirem aprovar, e querem acelerar a votação de projeto. A Folha deu os ausentes por partidos, um infográfico com algumas fotos e o nome de cada um.
Os dois jornais deram com destaque menor na capa, mas com grande destaque interno, as últimas do STF, com rejeição de recurso e manutenção de pena de José Dirceu, do PT.
No Estadão, Toffoli ainda é destaque, com repercussão da reportagem de ontem sobre empréstimos que teria feito em banco com ações sob sua relatoria.
Os dois jornais estampam o fato de que já somos 200 milhões de brasileiros, segundo dados do IBGE. Em quatro décadas a população brasileira dobrou, mas a tendência é de que o ritmo de crescimento populacional seja menor nos próximos anos.




quinta-feira, 29 de agosto de 2013

A conta secreta - e abafada pela mídia adestrada - do trensalão tucano na Suíça

A conta secreta do propinoduto


Documentos vindos da Suíça revelam que conta conhecida como "Marília", aberta no Multi Commercial Bank, em Genebra, movimentou milhões para subornar homens públicos e conseguir vantagens para as empresas Siemens e Alstom nos governos do PSDB paulista

Claudio Dantas Sequeira e Pedro Marcondes de MouraFonte: Isto É
  Na edição da semana passada, ISTOÉ revelou quem eram as autoridades e os servidores públicos que participaram do esquema de cartel do Metrô em São Paulo, distribuíram a propina e desviaram recursos para campanhas tucanas, como operavam e quais eram suas relações com os políticos do PSDB paulista.
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A CONTA DA PROPINA
Dinheiro para tucanos saiu da “conta Marília” no
Leumi Private Bank, em Genebra, na Suíça
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  Agora, com base numa pilha de documentos que o Ministério da Justiça recebeu das autoridades suíças com informações financeiras e quebras de sigilo bancário, já é possível saber detalhes do que os investigadores avaliam ser uma das principais contas usadas para abastecer o propinoduto tucano. De acordo com a documentação obtida com exclusividade por ISTOÉ, a até agora desconhecida “conta Marília”, aberta no Multi Commercial Bank, hoje Leumi Private Bank AG, sob o número 18.626, movimentou apenas entre 1998 e 2002 mais de 20 milhões de euros, o equivalente a R$ 64 milhões. O dinheiro é originário de um complexo circuito financeiro que envolve offshores, gestores de investimento e lobistas.
  Uma análise preliminar da movimentação da “conta Marília” indica que Alstom e Siemens partilharam do mesmo esquema de suborno para conseguir contratos bilionários com sucessivos governos tucanos em São Paulo. Segundo fontes do Ministério Público, entre os beneficiários do dinheiro da conta secreta está Robson Marinho, o conselheiro do Tribunal de Contas que foi homem da estrita confiança e coordenador de campanha do ex-governador tucano Mário Covas. Da “Marília” também saíram recursos para contas das empresas de Arthur Teixeira e José Geraldo Villas Boas, lobistas que serviam de intermediários para a propina paga aos tucanos pelas multinacionais francesa e alemã.
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ELO ENTRE OS ESQUEMAS
Ligado aos tucanos, o lobista Arthur Teixeira, dono de offshores
no Uruguai, recebeu recursos da “conta Marília”
  O lobista Arthur Teixeira personifica o elo entre os esquemas Alstom e Siemens. Como ISTOÉ já revelou numa série de reportagens recentes, com base nas investigações em curso, Teixeira e seu irmão Sérgio (já falecido) foram responsáveis por abrir as empresas Procint e Constech, além das offshores Leraway Consulting e Gantown Consulting, no Uruguai, com o único objetivo de servir de ponte ao pagamento de comissões a servidores públicos e a políticos do PSDB. Teixeira tinha acesso privilegiado ao secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, e ao diretor de Operação e Manutenção da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), José Luiz Lavorente, o encarregado da distribuição em mãos da propina.
  Até 2003 conhecido como Multi Commercial Bank, depois Safdié e, a partir de 2012, Leumi Private Bank AG, a instituição bancária tem um histórico de parcerias com governos tucanos. Em investigações anteriores, o MP já havia descoberto uma outra conta bancária nesse banco em nome de Villas Boas e de Jorge Fagali Neto, ex-secretário de Transportes Metropolitanos de SP (1994, gestão de Luiz Antônio Fleury Filho) e ex-diretor dos Correios (1997) e de projetos de ensino superior do Ministério da Educação (2000 a 2003) na gestão Fernando Henrique Cardoso. 
  Apesar de estar fora da administração paulista numa das épocas do pagamento de propina, Fagali manteria, segundo a Polícia Federal, ascendência e contatos no governo paulista. Por isso, foi indiciado pela PF sob acusação de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Fagali Neto também é irmão de José Jorge Fagali, que presidiu o Metrô na gestão de José Serra. José Jorge é acusado pelo MP e pelo Tribunal de Contas Estadual de fraudar licitações e assinar contratos superfaturados à frente do Metrô.
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Para os investigadores, a “conta Marília” era usada para gerenciar recursos
de outras contas destinadas a abastecer empresas e fundações de fachada
  Para os investigadores, a “conta Marília” funcionaria como uma espécie de “conta master”, usada para gerenciar recursos de outras que, por sua vez, abasteceram empresas e fundações de fachada, como Hexagon Technical Company, Woler Consultants, Andros Management, Janus, Taltos, Splendore Associados, além da já conhecida MCA Uruguay e das fundações Lenobrig, Nilton e Andros. O MP chegou a pedir, sem sucesso, às autoridades suíças e francesas o arresto de bens e o bloqueio das contas das pessoas físicas e jurídicas citadas. Os pedidos de bloqueio foram reiterados pelo DRCI, mas não foram atendidos. Os investigados recorreram ao STJ para evitar ações similares no Brasil.
  O MP já havia revelado a existência das contas Orange (Laranja) Internacional, operada pelo MTB Bank de Nova York, e Kisser (Beijoqueiro) Investment, no banco Audi de Luxemburgo. Ou seja, “Marília” é mais um nome próprio no dicionário da corrupção tucana. Sabe-se ainda que o cartel operado pelas empresas Siemens e Alstom, em companhia de empreiteiras e consultorias, usava e-mails cifrados (leia quadro).
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RELAÇÃO COM FHC
Um dos beneficiários da propina oriunda da Suíça, Geraldo Villas Boas
mantinha uma conta conjunta com Jorge Fagali Neto, ex-diretor de projetos do
Ministério da Educação (2000 a 2003) na gestão de Fernando Henrique Cardoso
Os novos dados obtidos pelo Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Internacional (DRCI) do Ministério da Justiça dão combustível para o aprofundamento das investigações no Brasil. Além do processo administrativo aberto pelo Cade sobre denúncia de formação de cartel nas licitações de São Paulo e do Distrito Federal, outras duas ações sigilosas, uma na 6ª Vara Federal Criminal e outra na 13ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, apuram crimes contra o sistema financeiro, lavagem de dinheiro e improbidade administrativa. 
  Além de altos funcionários do Metrô, como os já citados Lavorente e Fagali, as investigações apuram a participação do ex-secretário de Energia e vereador Andrea Matarazzo, em razão de contratos celebrados entre a Companhia de Energia de São Paulo (CESPE) e a Empresa Paulista de Transmissão de Energia Elétrica S.A. (EPTE).
  Na documentação encaminhada pelo DRCI ao MP de São Paulo, a pedido do promotor Silvio Marques, também constam novos dados bancários de vários executivos franceses, alemães e brasileiros que tiveram algum tipo de participação no esquema de propinas. São eles os franceses Michel Louis Mignot, Yves Barbier de La Serre, André Raymond Louis Botto, Patrick Ernest Morancy, Jean Pierre Antoine Courtadon e Jean Marcel Jackie Lannelongue e os brasileiros José Amaro Pinto Ramos, Sabino Indelicato e Luci Lopes Indelicato, além do alemão Oskar Holenwger, que operou em toda a América Latina. Na Venezuela, Holenwger é citado junto a Mignot, La Serre, Morancy e Botto em investigação sobre lavagem de dinheiro, apropriação indébita qualificada, falsificação de documentos e suposta corrupção de funcionários públicos do setor de energia.
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DA COZINHA DE COVAS
De acordo com o MP, o conselheiro do TCE, Robson Marinho (foto), homem de confiança
do ex-governador Mário Covas, recebeu dinheiro através da conta Marília 
O apoio das autoridades de França e Suíça às investigações brasileiras não tem sido tão fácil, e a cooperação é mais recente do que se pensava. O Ministério da Justiça chegou a pedir o compartilhamento de informações ainda em 2008 – auge da investigação da Siemens e da Alstom. Mas não foi atendido. Os franceses lembraram que, nos termos do acordo bilateral, a cooperação só pode se desenrolar por via judicial. Dessa forma, foi necessário notificar o Ministério Público Federal para que oficiasse junto à 6ª Vara Criminal Federal e à 13ª Vara da Fazenda Pública. O compartilhamento só foi efetivado em dezembro de 2010.
  A Suíça, ainda em março de 2010, solicitou a cooperação brasileira na apuração das denúncias lá, uma vez que parte do dinheiro envolvido nas transações criminosas teria sido depositada em bancos suíços. Os primeiros dados, relativos à empresa MCA e ao Banco Audi de Luxemburgo, chegaram ao Brasil em julho de 2011. Foram solicitadas ainda oitivas com determinadas testemunhas, o que foi encaminhado ao MPF em São Paulo e à Procuradoria Geral da República (PGR). Paralelamente, a Polícia Federal abriu o inquérito nº 0006881-06.2010.403.6181, mas só no último dia 25 de julho o procurador suíço enviou às autoridades os dados bancários solicitados, por meio de uma decisão denominada “conclusive decrees”, proferida em 14 e 24 de junho. Foi com base nisso que a Suíça já bloqueou cerca de 7,5 milhões de euros que estavam na conta conjunta de Fagali e Villas Boas, no Safdié. Tratou-se de uma decisão unilateral suíça e a cifra não é oficial – foi fornecida ao Ministério da Justiça por fonte informal. A Suíça só permite o uso dos dados enviados em procedimentos criminais.
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segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Quando FHC trouxe médicos de Cuba para o Brasil, a Veja aplaudiu

sábado, 24 de agosto de 2013

Motivos do medo da máfia de branco brasileira aos médicos cubanos


Carlos Antonio Fragoso Guimarães


Corporativismo.... Nome dado quando um determinado setor, área ou categoria une-se, entre seus pares, para estabelecer e determinar regras, ações e políticas favoráveis a seus membros e representantes, buscando criar e proteger um determinado setor de exploração econômica ou política, ou ambos.

Pois bem, em nosso país uma das mais poderosas (política, econômica e socialmente) categorias é a médica. 

Embora, em grande parte, seus membros tenham se formado em universidades públicas (ainda as melhores), muitos deles apenas perpetuam uma espécie de linhagem familiar, por muitos serem oriundos de famílias de médicos, a maior parte pertencendo à classe média, possuem uma ótica bastante elitista. Parcela considerável deles recusam-se a trabalhar no interior do país (embora haja exceções notáveis) e a grande maioria adota ainda uma atitude mecanicista no trato com pacientes, e elitista no trato com demais categorias da saúde (vide o corporativismo agressivo na defesa da exclusividade de diagnósticos e encaminhamentos no caso do Ato Médico).

A expressão corporativa, quase exclusivista e mafiosa da categoria, contudo, se fez ver nos últimos dias no embate (apoiado pelos setores mais cinicamente conservadores e reacionários da sociedade) violento da classe de jaleco contra o programa do governo federal para atriair (e atraiu) médicos estrangeiros para suprir o rombo não preenchido pelos nacionais que se julgam superior aos demais mortas (mesmo ganho mais que professores e outras categorias que aceitariam de bom grado pagamento semelhantes aos a eles dados).


Aproveitando-se e estimulados pelos fascistas de direita, o foco da crítica dos médicos brasileiros igualmente de direita é atacar a vinda de seus colegas cubanos. Ora, vejamos alguns dados internacionais sobre a competência destes profissionais de Cuba, segundo o blog Falando Verdades, citando fontes:

A Medicina cubana é tão "ruim" que é a unica da América Latina que está entre as 10 melhores do mundo segundo indice da ONU IDH M, e tem indicadores muito melhores que os do Brasil.

http://www.who.int/countries/cub/en/  Dados de Cuba pela Organização Mundial da Saúde.



O jornalista Marco Weissheimer, do Portal Sul21, apresenta 10 argumentos que credenciam os médicos cubanos a trabalharem em comunidades pobres brasileiras que sofrem com a falta de acesso a saúde

Por Marco Weissheimer, do Sul21

Escola Latino-Americana de Medicina, em Cuba, assumiu a premissa da responsabilidade social, diz Organização Mundial da Saúde (Foto: Reprodução / Sul21)

Um dos principais argumentos da reação irada de entidades médicas brasileiras contra a vinda de médicos cubanos para o país consiste em questionar a qualidade e a competência dos profissionais cubanos. O presidente do Conselho Federal de Medicina, Roberto D’Ávila, chegou a dizer que “os cubanos poderão causar um genocídio” no Brasil. Os primeiros 400 médicos cubanos chegam ao Brasil neste fim de semana, em um convênio com a Organização Panamericana de Saúde (Opas). Uma das maneiras de aferir essa qualidade é levar em conta a realidade da saúde e da medicina em Cuba. Eis aqui dez indicadores e informações sobre a saúde cubana para a população brasileira avaliar (os dados são do governo cubano e da Organização Mundial da Saúde):

(1) Em Cuba, há 25 faculdades de medicina (todas públicas), e uma Escola Latino-Americana de Medicina, na qual estudam estrangeiros de 113 países, inclusive do Brasil . (Estudaram em Cuba e lá se formaram, entre outros, dois filhos de Paulo de Argollo Mendes, presidente há 15 anos do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul e critico ferrenho do programa Mais Médicos).

(2) Em 2012, Cuba formou 11 mil novos médicos. Deste total, 5.315 são cubanos e 5.694 vêm de 59 países principalmente da América Latina, África e Ásia. Desde a Revolução Cubana em 1959, foram formados cerca de 109 mil médicos no país. O país tem 161 hospitais e 452 clínicas para pouco mais de 11, 2 milhões de habitantes.

(3) A duração do curso de medicina em Cuba, como no Brasil, é seis anos em período integral. Depois, há um período de especialização que varia entre três e quatro anos. Pelas regras do sistema educacional cubano, só entram no curso de medicina os alunos que obtêm as notas mais altas ao longo do ensino secundário e em um concurso seletivo especial.

(4) Estudantes de medicina cubanos passam o sexto ano do curso em um período de internato, conhecendo as principais áreas de um hospital geral. A sua formação geral é voltada para a área da saúde da família, com conhecimento em pediatria, pequenas cirurgias, ginecologia e obstetrícia.

(5) Em Cuba há hoje 6,4 médicos para mil habitantes. No Brasil, esse índice é de 1,8 médico para mil habitantes. Na Argentina, a proporção é 3,2 médicos para mil habitantes. Em países como Espanha e Portugal, essa relação é de 4 médicos para cada mil habitantes.

(6) A taxa de mortalidade em Cuba é de 4,6 para mil crianças nascidas, e a expectativa de vida é de 77,9 anos (dados de janeiro de 2013). No Brasil, a taxa de mortalidade é de 15,6% para mil bebês nascidos (IBGE/2010).

(7) Em 1998, depois que o furacão Mitch atingiu a América Central e o Caribe, Fidel Castro decidiu criar a Escola Latino-Americana de Medicina de Havana (Elam) com o objetivo  de formar em Cuba médicos para trabalhar em países chamados subdesenvolvidos. A Organização Mundial da Saúde definiu assim o trabalho da Elam: “A Escola Latino-Americana de Medicina acolhe jovens entusiasmados dos países em desenvolvimento, que retornam para casa como médicos formados. É uma questão de promover a equidade sanitária. A Elam assumiu a premissa da “responsabilidade social”.

(8) Em 20 anos, médicos cubanos atenderam a mais de 25 mil afetados pela explosão em Chernobyl, incluindo muitas crianças órfãs. Desde o início do programa, em 1990, foram atendidos mais de 25.400 pacientes, a maioria deles crianças. 70% dos menores que receberam tratamento na localidade cubana de Tarará perderam seus pais e chegaram a Cuba com enfermidades oncológicas e hematológicas provocadas pela exposição à radiação (ver vídeo abaixo).

(9) Segundo a New England Journal of Medicine, uma das importantes revistas médicas do mundo, o sistema de saúde cubano parece irreal. Todo mundo tem um médico de família. Tudo é gratuito. Apesar de dispor de recursos limitados, seu sistema de saúde resolveu problemas que o dos EUA não conseguiu resolver ainda.

(10) Segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Cuba é o único país da América Latina que se encontra entre as dez primeiras nações do mundo com o melhor Índice de Desenvolvimento Humano em expectativa de vida e educação durante a última década.

Certamente o sistema de saúde cubano não é o paraíso na Terra e seus profissionais não são os melhores do mundo. No entanto, os indicadores e informações acima citados parecem credenciá-los para desenvolver um importante trabalho de medicina comunitária e medicina da família em comunidades pobres brasileiras que têm grande dificuldade de acesso a serviços de saúde. Os profissionais cubanos têm especialização e tradição de trabalhar justamente nesta área e não representam nenhuma concorrência para profissionais brasileiros nesta área. Virá daí um genocídio???
 
http://revistaforum.com.br/blog/2013/08/dez-informacoes-sobre-a-saude-e-a-medicina-em-cuba/ 

As madames paulistas ainda ficarão com seus médicos brasileiros de luxo. Os estrangeiros são para os pobres



Calma minha gente elitista, classista e racista, além de reaça.... Os médicos cubanos, ademais reconhecidos que são no mundo civilizado como sendo alguns dos melhores, vieram para os excluídos e pobres que vocês desprezam. Os médicos brasileiros classe média alta ainda continuam convosco. Os de luxo, como Roger Abdelmassih, estarão quase sempre do seu lado, intimamente cuidando das suas madames...

Carlos Antonio Fragoso Guimarães