domingo, 31 de março de 2019

Comemoração do golpe de 64: Bolsonaro cometeu crime de responsabilidade, diz procuradora



A procuradora regional da República e presidenta da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos, Eugênia Gonzaga, não tem dúvida:Bolsonaro comete crime de responsabilidade e improbidade administrativa ao mandar os quartéis celebrarem a data de 31 de março, que marca o início da ditadura civil-militar (1964-1985) e os 55 anos da destituição do então presidente João Goulart.

Do DCM, citando a Rede Brasil Atual:


Comemoração do golpe de 64: Bolsonaro cometeu crime de responsabilidade, diz procuradora

 
Bolsonaro na posse do novo ministro da Defesa | Sérgio Lima/AFP/02-01-2019
PUBLICADO ORIGINALMENTE NA REDE BRASIL ATUAL
A procuradora regional da República e presidenta da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos, Eugênia Gonzaga, não tem dúvida:Bolsonaro comete crime de responsabilidade e improbidade administrativa ao mandar os quartéis celebrarem a data de 31 de março, que marca o início da ditadura civil-militar (1964-1985) e os 55 anos da destituição do então presidente João Goulart.
“A gravidade disso é muito grande, porque não estamos falando de uma coisa em que há dúvida jurídica sobre a legalidade. A própria Constituição de 1988 admitiu que 1964 foi um golpe, e se não quiser usar esse termo pode usar ‘quebra da legalidade’, porque havia um presidente eleito e sem razões para ele ser derrubado. Uma derrubada que não seguiu nenhum processo, as forças contrárias simplesmente assumiram o poder”, afirma Eugênia Gonzaga, em entrevista aos jornalistas Marilu Cabañas e Glauco Faria, da Rádio Brasil Atual.
Em contraposição ao discurso de Bolsonaro, a Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos e o grupo Tortura Nunca Mais promovem neste domingo (31) a “1ª Caminhada do Silêncio”, em homenagem às vítimas da ditadura e também às vítimas da violência cotidiana causada pelo Estado brasileiro. O ato acontece a partir das 16h, na Praça da Paz, no parque Ibirapuera, e por volta das 18h segue em caminhada até o Monumento em Homenagem aos Mortos e Desaparecidos Políticos, localizado próximo ao portão 10 do parque.
Segundo Eugênia Gonzaga, a proposta da caminhada surgiu com o grupo Tortura Nunca Mais, da Bahia, e já havia sido bem recebida por parentes de mortos e desaparecidos políticos e militantes em direitos humanos antes mesmo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) recomendar as Forças Armadas a comemorarem a data do golpe de 1964. Após as recentes declarações do presidente, o ato ganhou força.
Essa semana, o comandante do Exército, general Edson Leal Pujo, disse à imprensa que as Forças Armadas não se arrependem do golpe de 1964. Para Eugênia Gonzaga, os militares até hoje justificam a destituição de João Goulart em razão de terem supostamente salvado o país do “perigo comunista”.
“A gente sabe muito bem que esse ‘perigo vermelho’ foi superestimado”, pondera a presidenta da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos. Assim como outros países, diz Eugênia, o governo de João Goulart apenas tentava promover reformas sociais, inclusive previstas na Constituição em vigor à época, que era a de 1946.
Com a eleição de Bolsonaro – defensor da tese de que o regime que durante 21 anos matou, perseguiu e desapareceu com seus opositores não foi uma ditadura –, membros das Forças Armadas da ativa e da reserva têm se sentido mais à vontade para negar o golpe e suas consequências. Uma narrativa que, às vezes, procura fazer crer que os problemas do regime começou apenas depois do Ato Institucional nº 5 (o AI-5), em dezembro de 1968, que fechou o Congresso e decretou a censura da imprensa.
Para Eugênia Gonzaga, nem mesmo esse discurso se sustenta. Como exemplo, a procuradora lembra o assassinato do estudante Edson Luís de Lima Souto, em março de 1968, antes da promulgação do AI-5. Com apenas 18 anos, Edson foi morto com um tiro no peito disparado por um policial militar que invadiu o Restaurante Central dos Estudantes, conhecido como Calabouço, no Rio de Janeiro, onde estudantes faziam uma manifestação exigindo melhorias na estrutura do restaurante.
“A morte do Edson prova que não existe essa história de que a ditadura recrudesceu apenas depois do AI-5. Ela já adotava uma postura extremamente violenta em relação a estudantes, a pessoas jovens sem armas, sem grau de periculosidade diante dos agentes do Estado”, afirma a procuradora.
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Neste 31 de março de 2019, o Palácio do Planalto distribuiu vídeo institucional que enaltece o papel do Exército em 1964 e nega o que a Constituição reconhece: o golpe contra João Goulart. O Planalto não esclareceu quem fez nem de quem recebeu a propaganda ilegal. Veja o vídeo.
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Relator da ONU: Divulgação de vídeo defendendo golpe é “inaceitável”

 Do DCM:

Fabián Salvioli é relator especial sobre a promoção da verdade, justiça, reparação e garantias de não-repetição, ligado ao Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU.
ONU/Rick Bajornas/ divulgação
Reportagem de Jamil Chade no UOL informa que o relator da ONU para a Promoção da Verdade, Justiça e Reparação, Fabián Salvioli, considera que a decisão do Palácio do Planalto de divulgar um vídeo que defende o golpe de estado de 1964 é “um retrocesso inaceitável”. Neste domingo, os canais oficiais do Palácio do Planalto distribuíram um vídeo que justifica a tomada de poder pelos militares. “O Exército nos salvou”, diz o narrador do vídeo. “O Exército nos salvou. Não há como negar. E tudo isso aconteceu num dia comum de hoje, um 31 de março. Não dá para mudar a história”, insiste.
De acordo com a publicação, neste domingo, o golpe de estado completa 55 anos. Mas, além de recomendar que a fosse comemorada nos quartéis, a Presidência também enviou sua mensagem, por meio do vídeo (abaixo). Para Salvioli, o gesto adotado pela presidência é ainda “uma ofensa contra as vítimas que ainda não foram reparadas”.
Na sexta-feira, a relatoria da ONU já tinha pedido que Jair Bolsonaro reconsiderasse sua recomendação de realizar uma “comemoração adequada” do golpe militar, ocorrido contra a democracia brasileira em 1964. Salvioli não poupou críticas ao governo. Num raro gesto, ele chegou a qualificar a iniciativa do presidente de “imoral”. “O Brasil deve reconsiderar planos para comemorar o aniversário de um golpe militar que resultou em graves violações de direitos humanos por duas décadas”, disse o comunicado da relatoria da ONU, completa o Portal UOL.

Se for bom é capitalista. Se for ruim é socialista. Será?, por Vitor Souza


Pois, como disse o grande historiador inglês Erick Hobsbawn, “o medo do comunismo humanizou o capitalismo”. Então, perguntamos: o que será do mundo onde o capitalismo não teme mais o comunismo?



Do GGN:

Se for bom é capitalista. Se for ruim é socialista. Será?, por Vitor Souza

Há tempos penso sobre o raciocínio extremamente simplista de avaliar as experiências socialistas pelo mundo do século XX e seus países remanescentes.
Primeiramente, é preciso lembrar que na guerra fria, estivemos sob a tutela do EUA, passamos por uma ditadura de 21 anos, orquestrada, em parte, por eles, e que as informações que tivemos acesso via mídia sobre a URSS passa pelo crivo ideológico dos nossos meios de comunicação, sabidamente burgueses e subalternos aos interesses dos EUA. É sempre importante lembrar que a mídia não é neutra e que, aliás, a neutralidade não existe.
Nesse sentido, formos formados ao longo e décadas por essa visão do mundo sobre o socialismo, associado à pobreza, escassez, ditadura, etc. ou à sensos comuns mais rasos ainda, como a associação do socialismo ao franciscanismo, quando dizem “ah, é socialista, mas tem i phone”.
Capitalismo está associado à riqueza, prosperidade. É comum que, ao falar de capitalismo, se remetam aos EUA e sua riqueza. Os EUA seriam uma prova que o capitalismo funciona, que proporciona riqueza e bem estar à maioria das pessoas. Mas quando pergunto por que o continente Africano não prosperou, visto que é capitalista também, ficam sem resposta. O mesmo para o sul da Ásia ou a América Latina. Afinal, hoje quase todo o planeta vive sob o capitalismo.
Quando se quer fazer críticas ao socialismo, (que eu também faço várias, como o autoritarismo, etc.) se dá exemplos ditatoriais ou de fracassos econômicos na URSS ou na China, verdadeiros ou falsos, como as dezenas de milhões de mortes “provocadas pelo socialismo”.
No contexto brasileiro, as críticas se direcionam a Cuba, a única experiência socialista nas Américas. Os argumentos, geralmente fracos ou desonestos intelectualmente, mais comuns são “Ah, mas se Cuba é bom, por que as pessoas querem ir para os EUA”. Ou seja, é feita uma comparação de Cuba, um país pobre de 11 milhões de habitantes, que sofre um feroz bloqueio econômico dos EUA com o próprio EUA, o país mais rico do mundo. Nem preciso explicar o quanto isso é desonesto intelectualmente.
Outro: em toda a América Latina, em especial a central, milhões de pessoas vão tentar a vida nos EUA, não só Cuba. Mas o argumento é utilizado para tenta desqualificar o socialismo. Por que não falam: “Tá vendo, como o capitalismo é bom (ou ruim), as pessoas deixam o Haiti, a Honduras, El Salvador (todos capitalistas), etc. para ir para os EUA capitalista”?
A China é um caso igualmente desonesto. A China oficialmente comunista, embora tenha uma economia mista, parte de mercado e parte socialista, é um sucesso inegável. É o segundo país mais rico do mundo em dólares e já é o país mais rico do mundo se medido em dólar PPC (paridade de poder de compra), centenas de milhões de pessoas deixaram a pobreza nas últimas três décadas. Como não dá para negar o sucesso da China, só resta uma alternativa, dizer que ela é capitalista e ignorar uma fatia gigantesca da economia chinesa sob comando Estatal, além da parte capitalista de sua economia que é muito influenciada pelas ações Estatais (embora isso não caracterize socialismo).
Outro: o crescimento da economia chinesa já era alto antes da abertura de parte da economia ao capitalismo, lá pelo fim dos anos 1970, no entanto com a abertura, as taxas de crescimento tenham aumentado bastante.
A asneira mais recente é dizer que o nazismo é de esquerda, particularmente entre os adolescentes, cuja formação foi feita por youtubers. Não por intelectuais.
Como o nazismo é super “queimado” na História, eles não podem admitir que seja uma doutrina de extrema-direita, então dizem que é de extrema-esquerda, e usam o argumento bobo, infantil, de “nazismo significa nacional-socialismo…”, mesmo que os maiores inimigos dos nazistas fossem os comunistas.
Outros exemplos igualmente desonestos que vemos a grande mídia fazer é quando ocorre alguma atrocidade em algum país que foi socialista, se fala “no regime soviético ocorreu tal coisa” ou “na ditadura chinesa ocorreu aquilo” ou o “regime comunista checo foi responsável por tais assassinatos”, ou seja, a culpa é do socialismo! Mas quando alguma atrocidade ocorreu/ocorre em algum país capitalista, a culpa não é do capitalismo, mas do governante do momento. Vocês nunca viram o capitalismo ser culpabilizado por atrocidades como o fascinazismo, as ditaduras na América Latina, as ferozes ditaduras africanas (todas capitalistas), os governos absolutistas da península Arábica, como o da Arábia Saudita, etc. Ou quando milhões morrem de fome na África sob o capitalismo. Nunca o capitalismo é culpabilizado. Entendemos que é responsabilidade do governante. Então por que as violações aos direitos humanos, que ocorreram, de fato, nos países socialistas é culpa do sistema socialista e não de seus governantes? Ou seja, se é ruim num país socialista é culpa do socialismo, se for ruim num país capitalista a culpa não é do capitalismo, mas do seu governo momentâneo. Assim é fácil argumentar, né?
A China é um país muito machista desde sempre. Isso é culpa do Socialismo? Obviamente não.
A Rússia é um país com larga tradição de autoritarismo, desde muito antes da URSS e após também. É só ver o que Putin representa para a Rússia hoje, com super poderes. Isso mostra que não foi o socialismo o inventor do autoritarismo, mas continuador dessa tradição forte por lá.
Então, vamos ser honestos intelectualmente e estudar um pouco mais a História. O Socialismo teve muitos erros e acertos no século XX. Façamos as críticas pertinentes, contextualizadas.
E quem disse que o socialismo não deu certo? Se você tem hoje uma escola pública para estudar, agradeça aos malditos comunistas. Se você tem um hospital publico que te atende, agradeça aos malditos comunistas. Se você tem direito a se aposentar hoje, agradeça aos malditos comunistas. Sem os malditos comunistas nenhum desses direitos existiriam! Pois, como disse o grande historiador inglês Erick Hobsbawn, “o medo do comunismo humanizou o capitalismo”. Então, perguntamos: o que será do mundo onde o capitalismo não teme mais o comunismo?


Para que não se esqueça, para que não se repita os crimes da Ditadura… Pedro Alexandrino e Paulinho



Em 19 de março de 1947, Pedro Alexandrino de Oliveira Filho nascia na mineira Belo Horizonte. Passou a viver na clandestinidade, tendo ido para a região de Gameleira em 1970 para integrar-se à Guerrilha do Araguaia do PCdoB junto a sua companheira Luiza Augusta Garlippe, a Tuca.

da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos

No dia de hoje…
Em 19 de março de 1947, Pedro Alexandrino de Oliveira Filho nascia na mineira Belo Horizonte. Único filho homem entre três irmãs, perdeu o pai ainda muito jovem, no ano de 1960. Iniciou cedo sua vida de trabalhador no Banco Hipotecário do Estado de Minas Gerais, com apenas 15 anos. Em 1967 deixou a cidade natal por transferência para a capital paulista. Lá finalizou seus estudos e envolveu-se com o movimento estudantil. Em novembro de 1969, após retornar para BH, foi preso quando estava na casa de uma de suas irmãs, tendo sido torturado na frente de suas sobrinhas, ainda crianças. Foi liberado por não haver evidências que o incriminassem. No natal daquele ano, passou a última ocasião em seio familiar e nunca mais voltou. Passou a viver na clandestinidade, tendo ido para a região de Gameleira em 1970 para integrar-se à Guerrilha do Araguaia do PCdoB junto a sua companheira Luiza Augusta Garlippe, a Tuca.
Na mesma BH viveu Paulinho, Paulo Roberto Pereira Marques, nascido dois anos depois, em 14 de maio de 1949, em Pains (MG). Era o primeiro filho de Dona Maria Leonor, seguido por mais quatro irmãos, três meninas e um menino. Capricho do destino ou apenas coincidência, Paulo também perdeu o pai cedo e teve que se dedicar ao trabalho como bancário, no Banco de Minas Gerais, e também se envolveu com política, principalmente durante a greve dos bancários de 1968, quando tinha 18 anos. Foi perseguido quando ainda residia em sua cidade natal, tendo passado a viver na Bahia e no Rio de Janeiro clandestinamente. Posteriormente, ainda em 1969, seguiu para a região da Palestina e montou uma farmácia junto a outro guerrilheiro, Ciro Salazar Oliveira, onde ofereciam medicamentos gratuitos e atendimento de saúde à população.
Assim como ocorreu com a maioria dos jovens que aderiram à Guerrilha do Araguaia e que migraram de suas cidades de origem para a humilde região camponesa do sul paraense e norte do, então Goiás, hoje Tocantins, Pedro e Paulo estavam sob a mira da repressão da ditadura militar. Na localidade adotaram codinomes: Pedro era Peri e Paulo era Amauri. Ambos pertenceram ao Destacamento B da guerrilha e embora não haja muitas notícias sobre o dia-a-dia deste grupo que viveu até 1974 na região – no caso dos últimos sobreviventes – é possível inferir que os dois se conheceram.
Entre os anos de 1972 a 1974 a ditadura militar focou seus esforços para combater a guerrilha constituída. O saldo do massacre, segundo números da CNV, soma 70 vítimas entre mortos e desaparecidos políticos. Paulo e Pedro figuram, ainda, como desaparecidos a despeito dos esforços de suas famílias para localizá-los – e apesar da condenação nesse sentido ao Estado Brasileiro pela Justiça nacional e também pela Corte Interamericana de Direitos Humanos.
Diana Maria Piló Alexandrino, mãe de Pedro, chegou, primeiramente, a recusar a indenização garantida por lei, a 9.140/95, solicitando ao Estado a verdade sobre o que ocorreu com o filho: “- onde está?” Maria Leonor Pereira Marques, mãe de Paulo, viu seu filho pela última vez quando este tinha 19 anos e só soube sobre ‘o Araguaia’ quando a ditadura acabou.
Pedro e Paulo, Peri e Amauri, talvez não desconfiassem que isso ocorreria no futuro, mas suas famílias se encontraram em algumas ocasiões. Eles que compartilharam tanto em comum, compartilhavam também de um seio familiar aguerrido na busca pelo paradeiro desses. As mães de ambos, hoje muito idosas, ainda têm esperança de rever seus filhos, e seus irmãos herdaram destas mães a função de seguir em busca de respostas.
Por essas famílias e por milhares de outras famílias brasileiras afetadas pela violência e pela dor do desaparecimento de um ente querido, será realizada em São Paulo, no Ibirapuera, no dia 31.03.2019 (domingo), a I Caminhada do Silêncio pelas vítimas de violência do Estado. Concentração na Praça da Paz (Portão 7), às 16:00 horas.
“Para que não se esqueça. Para que não se repita”.
Fontes: Relatório CNV e Livro DMV/CEMDP.
Colaboração de Paula Franco.

A vitória do Abaixo a Ditadura. Por Helena Chagas

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  "Nas redes sociais, uma profusão de depoimentos e vídeos, muitos deles emocionantes e bem feitos, falaram dos anos de chumbo, da tortura, da censura, dos desaparecidos. Nas ruas de diversas cidades, manifestações. Na mídia, ampla cobertura, inclusive sobre as decisões judiciais de proibir e depois liberar comemorações militares do golpe – que, aliás, não deram o ar de sua graça neste domingo."


Do DCM:


A vitória do Abaixo a Ditadura. Por Helena Chagas

 
Campanha pró-golpe do governo Bolsonaro. Foto: Reprodução
Publicado originalmente no site Os Divergentes
POR HELENA CHAGAS
O Palácio do Planalto usou hoje os meios de comunicação oficiais para divulgar um vídeo elogiando o golpe militar de 1964. Não chegou a ser uma surpresa, depois da determinação do presidente Jair Bolsonaro de que comandos militares relembrassem a data. Apesar disso – ou talvez por isso -, acho que quem ganhou o dia foi a verdade. Claramente, venceram os que protestaram contra a ditadura.
Nas redes sociais, uma profusão de depoimentos e vídeos, muitos deles emocionantes e bem feitos, falaram dos anos de chumbo, da tortura, da censura, dos desaparecidos. Nas ruas de diversas cidades, manifestações. Na mídia, ampla cobertura, inclusive sobre as decisões judiciais de proibir e depois liberar comemorações militares do golpe – que, aliás, não deram o ar de sua graça neste domingo.
Na orla do Rio, um avião com uma faixa preta simbolizou tudo: Ditadura Nunca Mais. Neste momento, Bolsonaro estava em Israel, celebrando um casamento de gosto duvidoso com Bibi Netanyahu. Não vi ninguém comemorar o 31 de março, nem contar às crianças sua história.
Vi, sim, muita gente explicando a elas que vivemos aqueles anos de terror, mas que eles não vão voltar porque não vamos deixar.Na orla do Rio, um avião com uma faixa preta simbolizou tudo: Ditadura Nunca Mais. Neste momento, Bolsonaro estava em Israel, celebrando um casamento de gosto duvidoso com Bibi Netanyahu. Não vi ninguém comemorar o 31 de março, nem contar às crianças sua história.
Fiquei com a sensação de que, mais uma vez, o governo Bolsonaro deu um tiro no pé, lembrando a data e dando oportunidade a muita gente de conhecer melhor essa história triste. Não passarão.
00:00/00:40Diário do Centro do Mundo
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Vídeo com Luis Nassif: Queda de Bolsonaro é questão de tempo.... O bolsonarismo é uma expressão da ultra-direita representada pela Lava Jato



Do Canal da Rádio Brasil Atual:


O Jornal Brasil Atual recebeu em seus estúdios nesta sexta-feira (29) os jornalistas Luis Nassif e Maria Inês Nassif. O jornalista criticou a reforma da previdência do governo Bolsonaro.

"Pai, afasta de mim este cálice" de ódio, de violencia, de elitismo, de ignorância, de hipocrisia....

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Jesus foi perseguido e torturado pelo Estado, até a morte, sob o argumento de ameaçar o status quo e a ordem vigente.
Se vivesse aqui no Brasil, nos tempos da ditadura, seria chamado de comunista safado, sequestrado, torturado e morto.
Se vivesse no Brasil, nos tempos atuais, seria chamado de comunista safado, ameaçado, preso injustamente ou obrigado a se autoexilar noutro país.
E quem faria isso? Os seus próprios seguidores (pertencentes ao segmento hipócrita do Cristianismo), aqueles "homens de bem", sempre preocupados com a "preservação da moral e dos bons costumes".
Em nome de Deus, os cristãos modernos, que não conhecem a essência do Evangelho, torturariam e matariam, também [ou novamente], a Cristo.
Por: Samantha Costa

Parece um pesadelo neofascista, mas é pior, muito pior. Por Lawrence Wahba


"Nós, o povo, em 1984 estávamos derrubando uma ditadura assassina. Ditadura que um dia matou o pai de um “amiguinho” da escola, um jornalista que havia se apresentado voluntariamente para prestar depoimento numa delegacia, Vladimir Herzog. Ditadura sangrenta e burra, que concentrou a renda, aumentou a miséria, se refestelou na corrupção e reprimiu e torturou quem ousou dela discordar."



Publicado originalmente no perfil do autor no Facebook
POR LAWRENCE WAHBA, mergulhador e documentarista
Era dia 16 de abril de 1984. Eu tinha apenas 15 anos de idade e o sonho de mudar o mundo. Sou eu um dos “pontinhos” humanos representados nessa foto! Sentia arrepios ao cantar Vandré, Chico, Caetano, Elis, Raul…

Nós, o povo, estávamos derrubando uma ditadura assassina. Ditadura que um dia matou o pai de um “amiguinho” da escola, um jornalista que havia se apresentado voluntariamente para prestar depoimento numa delegacia, Vladimir Herzog. Ditadura sangrenta e burra, que concentrou a renda, aumentou a miséria, se refestelou na corrupção e reprimiu e torturou quem ousou dela discordar.
Ironicamente o grito de guerra mais cantando naquele dia era: “O povo não é bobo, abaixo a Rede Globo”! Coitada da Globo, a mesma Globo que um dia apoiou e sustentou o Golpe de 64, a mesma Globo que deu a meu trabalho uma repercussão que eu nem poderia imaginar enquanto bradava gritos de guerra contra ela… Ironicamente a mesma Globo que hoje é chamada pelos talibãs bolsonaristas de – pasmem – comunista.
Ê volta do mundo, que o mundo dá. Passados 35 anos daquele dia histórico, no dia em que se completa 55 anos do GOLPE MILITAR, uma horda de zumbis imbecilizados, liderados por um ex-militar medíocre expulso do exercito, parlamentar corrupto e obscuro, com 30 anos de serviços insignificantes ao parlamento, apologista de torturadores, estupradores e pedófilos… decide reescrever a história.
E pior que esse bando de zumbis zumbizando foi aos poucos sendo bem sucedido. Começou na eleição, quando transformou aquele ser humano desprezível em mito. Transformou o que de mais podre existia na velha politica em novo. E venceu.
Tenho convicção que nem eles imaginavam que poderiam vencer, tal despreparo e falta de planejamento vêm demonstrando, perdidos, em seu desgoverno. A realidade é dura. Incapazes de lidar com ela, os zumbis hipnotizados preferem viver em seu mundo virtual… onde como num vídeo-game, podem eles mesmos criar a sua realidade: não houve Golpe em 64; o Brasil É (note o tempo verbal, que faz a mentira viajar 55 anos) ameaçado pelos Comunistas; o Nazismo é de esquerda; a Terra é plana…
O grande problema é que as fantasias dementes desses fanáticos tomaram corpo, saíram de seu imaginário doentio e estão concretizadas no mundo real. Parece um pesadelo, mas é pior, muito pior. Com essa gente governando, o Brasil caminha a passos largos para uma “Venezuelização” as avessas.
O “senhor” de 50 anos que escreve esse texto tem muito medo do que o futuro reserva ao Brasil, medo de que uma nova ditadura se instale – apoiada pela mesma classe média ignorante e hipócrita que apoiou a primeira – mas tem também a certeza de que dentro dele mora o espirito libertário de um menino de 15 anos, que se preciso for, irá se juntar a uma multidão e sair caminhando e cantando e seguindo a canção… afinal: APESAR DE VOCÊ AMANHÃ HÁ DE SER OUTRO DIA !