domingo, 18 de outubro de 2020

Bolsonarista, o coordenador da Fundação Palmares cita Gilberto Freyre e diz que escravo tinha vida 'quase de anjo'

 "Na verdade, a escravidão no Brasil agrário-patriarcal pouco teve de cruel. O escravo brasileiro levava, nos meados do século XIX, quase vida de anjo, escreveu Victor Hugo Diogo Barbosa, coordenador de apoio às comunidades quilombolas da Fundação Palmares, nas redes sociais




247Victor Hugo Diogo Barbosa,nomeado para o posto de coordenador de articulação e apoio às comunidades remanescentes dos quilombos da Fundação Palmares, usou as redes sociais para minimizar a crueldade da escravidão no Brasil. Utilizando citações de José Osvaldo de Meira Penna e de Gilberto Freyre, Barbosa disse que o “escravo brasileiro levava, nos meados do século XIX, vida quase de anjo, se compararmos a sua sorte com a dos operários ingleses”. 

"Na verdade, a escravidão no Brasil agrário-patriarcal pouco teve de cruel. O escravo brasileiro levava, nos meados do século XIX, quase vida de anjo, se compararmos sua sorte com a dos operários ingleses, ou mesmo com a dos operários do continente europeu (XIX), postou Barboza citando Gilberto Freyre.

Segundo reportagem da coluna Painel, Barboza – que se identifica como biomédico, advogado e seguidor do guru do bolsonarismo, o astrólogo Olavo de Carvalho – diz que as discussões sobre a escravidão no Brasil possuem “muita propaganda da esquerda visando ao sentimento de revanchismo, raiva, ódio". 

Em outra postagem, Barboza utilizou uma frase atribuída a Meira Penna que afirma que "se não fosse o colonialismo, ainda estaria hoje a África equatorial na idade da pedra, ao invés de mandar delegados paramentados para a ONU (...) E nós ainda seríamos terra de tapuias, tupinambás e tupiniquins". 

A Fundação Palmares é presidida por Sérgio Camargo. Camargo já atacou o movimento negro e suas lideranças em diversas oportunidades . Ele já chamou Zumbi dos Palmares de “filho da puta” e o movimento negro de “escória maldita”. Camargo também já defendeu o fim do feriado da Consciência Negra e afirmou que a escravidão foi "benéfica para os descendentes" de escravos no país.


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